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5.28.2010
Ortopedistas registram aumento de lesão de quadril em surfistas
Onda de Contusões
As lesões da articulação do quadril em surfistas, cuja solução é geralmente cirúrgica, tornaram-se uma preocupação dos ortopedistas, principalmente porque a demora para o diagnóstico correto pode agravar o problema. "São lesões que causam muita dor e sofrimento", explica o ortopedista Marcos Emilio Kuschnaroff Contreras, de Florianópolis, "mas que podem ser sanadas com muito sucesso através da artroscopia de quadril", uma cirurgia minimamente invasiva e com baixo risco de complicações.
A Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia faz um alerta sobre o problema dos surfistas, e acaba de publicar na sua revista científica um artigo de Contreras, que fez a avaliação de 150 casos de artroscopia do quadril, resultado de lesões no futebol, no taekondo, no tênis mas, cada vez mais frequentemente, decorrentes da prática do surfe.
"Ainda não temos a epidemiologia dessas lesões", explica Contreras que, por trabalhar no Hospital Governador Celso Ramos e na Clínica Catarinense do Quadril, ambas numa região onde o surfe é muito praticado, não tem como dizer se a prevalência do problema seria semelhante à de outras regiões brasileiras onde o surfe também é praticado. "Sabemos, porém, que o perfil do paciente é do sexo masculino, com idade entre 18 e 30 anos". O especialista alerta, porém que, entre os mais de 200 pacientes que operou, há casos de gente com 60 anos de idade.
LESÃO DO GUGA
Contreras diz que lesões da articulação do quadril podem se consistir em fragmentos de tecido que se soltam e que causam dor, lesões da cartilagem, do chamado lábio acetabular, lesão famosa como "a lesão do Guga" e cujos sintomas são intensa dor ao fazer certos movimentos, que não desaparece com o repouso que muitas vezes se recomenda ao atleta.
"Há diagnósticos equivocados de distensão na virilha, de hérnia inguinal e outros", insiste, "e como o diagnóstico depende de um bom exame clínico, da solicitação de exames e da capacidade do médico", diz, a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, cujo site é www.sbot.org.br, investe muito no treinamento dos ortopedistas através de programas de educação continuada, para que fiquem capacitados a identificar as lesões que se avolumam, à medida em que a população brasileira passa a praticar mais esporte.
O médico lembra, porém, que a responsabilidade também cabe ao paciente que, sentindo dor no quadril que não melhora, deve procurar um ortopedista, em vez de seguir sugestões laicas e tentar resolver o problema com descanso prolongado ou fisioterapia.
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