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5.23.2010

REPRODUÇÃO ASSISTIDA. UMA QUESTÃO ÉTICA?


Geração de vidas à espera de lei
‘Escrito nas Estrelas’ aborda a gravidez com sêmen de homem morto e desperta o debate sobre a reprodução assistida

Na ficção, Beatriz, personagem de Débora Falabella na novela ‘Escrito nas Estrelas’, tenta engravidar de Daniel, vivido pelo ator Jayme Matarazzo, por meio de uma técnica de fecundação artificial — a fertilização in vitro. Até aí, tudo parece normal, não fosse o fato do dono do sêmen ter morrido antes de autorizar o uso do material genético.

A questão ética desperta um assunto pouco discutido no Brasil: a reprodução assistida

Agência O Dia - Clarissa Mello
Segundo a autora do livro ‘Estatuto da Reprodução Assistida’, Ana Cláudia Scalquette, não há lei brasileira que regulamente esse tipo de reprodução. Os procedimentos são amparados apenas pelo Conselho Federal de Medicina. “Nenhum país da América do Sul tem lei para regulamentar as técnicas. Mesmo assim, novas clínicas abrem todo dia”, diz.
O diretor médico da Clínica Pronascer, João Ricardo Auler, explica que existem dois procedimentos principais de reprodução assistida: fertilização in vitro e inseminação artificial. A primeira técnica tem maiores índices de sucesso — até 60% de chance de gestação, contra 30% da inseminação.
"Na fertilização, unimos o espermatozoide com o óvulo fora do corpo, criando embriões. Depois, eles são colocados no útero da mulher”, explica.
Na inseminação, o sêmen do homem é coletado e colocado direto no útero”, diz. De acordo com o especialista, após 35 anos de idade o poder reprodutivo feminino diminui e, em alguns casos, é preciso recorrer a doadores.
“Tanto o homem quanto a mulher podem doar material genético. Entretanto, a ação não deve ter fins lucrativos”, alerta Auler. “A própria clínica escolhe o doador para a receptora não conheça a identidade. É sigiloso.”Segundo Auler, os preços das técnicas de reprodução variam entre R$ 4 mil e R$ 20 mil. Para facilitar a adesão ao tratamento, uma empresa de medicamentos criou o Programa Acesso, para casais com poucas condições financeiras. Os pacientes aprovados têm à disposição remédios a preços especiais. Para saber mais, ligue para o telefone 0800113321.

VOZ: “Fico imaginando o momento de pegar meus filhos no colo”"Tentei engravidar por dois anos, mas não consegui. Então fomos ao médico. Descobri que meu marido, Bruno, tinha baixa contagem de esperma. A partir daí, começamos o tratamento. Optei pela fertilização in vitro e hoje estou grávida de um casal de gêmeos: Caroline Vitória e Vítor Bruno. Eles são vitoriosos. O parto está marcado para julho, estou muito ansiosa. Fico pensando no momento que vou ver meus filhos. A família toda ficou contente de ser um casal e de terem vindo dois de uma vez. Não teria dinheiro para arcar novamente com o tratamento.”
O Dia

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