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5.27.2010
VIAGRA FEMININO
‘Viagra feminino’ perto de ser liberado nos Estados Unidos
Medicamento desenvolvido para tratar depressão teve como efeito colateral o aumento do desejo sexual
Nova Iorque - A falta de desejo sexual feminino pode estar com os dias contados. O órgão controlador de remédios e alimentos nos Estados Unidos (FDA) vai discutir no mês que vem a aprovação para venda da primeira pílula concebida para fazer para as mulheres o mesmo que o Viagra fez para os homens: estimular sua vida sexual. O medicamento atua na química cerebral.
Assim como o Viagra, que originalmente era destinado a tratar problemas cardíacos, o Flibanserin foi desenvolvido com outro objetivo: ser um antidepressivo. Em testes, porém, o remédio fracassou contra a depressão. Mas teve um efeito colateral inesperado: aumentou a libido feminina.
De acordo com o laboratório alemão Boehringer Ingelheim, foram feitos testes com 5 mil mulheres que sofrem de desejo sexual hipoativo — uma inexplicada perda de fantasias, desejos e pensamentos sexuais que pode provocar problemas emocionais sérios. Os experimentos mostraram aumento importante do número de experiências sexuais satisfatórias. Os testes foram nos EUA, Canadá e Europa.
“Nas mulheres, a falta de desejo é a principal queixa sexual. O problema geralmente tem fundo emocional. Está ligado a dificuldades no relacionamento, à falta de confiança e admiração no parceiro. Já entre os homens, as principais queixas são a falta de ereção e a ejaculação precoce”, explica a sexóloga Carla Cecarello.
Segundo ela, cerca de 27% das mulheres sofrem com a falta de desejo. “É normal a mulher não querer sexo às vezes, mas quando isso se torna um problema persistente e a mulher começa a não ter vontade de se arrumar, de sair, de viver, torna-se um problema sério. E precisa ser tratado”, explica Cecarello, acrescentando que atualmente o tratamento é feito com terapia.
A possibilidade de desenvolvimento de um Viagra feminino, no entanto, ainda é vista como polêmica. “Ele vai fazer com que a mulher deseje um parceiro agressivo?”, perguntou Liz Canner, cineasta que produziu o documentário Orgasm Inc, sobre o papel do setor farmacêutico no desenvolvimento de drogas para problemas sexuais femininos.
Michael Sand, diretor de pesquisa clínica do Flibanserin, contesta. E defende o medicamento. “A questão da sexualidade feminina não é nova. É um problema que as mulheres sofrem há muito tempo.”
Viagra feminino promete turbinar o desejo em mulheres com falta de libido
Pesquisadores consideram este o problema sexual que mais aflige as mulheres em idade reprodutiva
Uma droga chamada de “Viagra feminino” demonstrou aumentar o desejo em mulheres com a libido em queda, de acordo com os primeiros testes clínicos do tratamento.
Mulheres que tomaram o medicamento durante os seis meses de testes relataram encontros sexuais mais satisfatórios e mais libido do que as que receberam placebo.
Pesquisadores envolvidos no estudo disseram que a droga pode vir a ser um tratamento efetivo para a baixa libido, um problema que, segundo estimam, afeta entre 9% e 26% das mulheres, de acordo com a idade e com a entrada na menopausa. O remédio pode ser aprovado para a venda na Inglaterra em 18 meses.
A droga tem preocupado alguns pesquisadores, que argumentam que os laboratórios farmacêuticos estão aumentando o número de mulheres afetadas pela falta de libido para “empurrar” um remédio que não vai lidar com os aspectos psicológicos que podem afastar as pessoas do sexo, como problemas com a própria imagem e estresse.
Cerca de duas mil mulheres com mais de 18 anos e antes de entrar na menopausa participaram do estudo depois de serem diagnosticadas com uma condição chamada de “transtorno do desejo sexual hipoativo”, caracterizado por uma libido muito baixa por longos períodos de tempo.
Mulheres que tomaram uma dose diária de 100mg da droga, chamada de Flibanserin, relataram ter sexo satisfatório mais frequentemente do que as que tomaram placebo. Antes dos testes, as pesquisadas relataram uma média de 2,8 relações sexuais por mês. As que tomaram Flibanserin diariamente viram esta frequência aumentar para 4,5 vezes por mês, comparada com as 3,7 vezes por mês daquelas que tomaram placebo. Nenhuma das mulheres sabia se estava tomando a pílula verdadeira ou a falsa.
– É basicamente uma droga como o Viagra para mulheres com o desejo ou a libido diminuídos, o problema sexual feminino mais comum, como a disfunção erétil nos homens – disse John Thorp, professor de obstetrícia e ginecologia na universidade North Carolina Medical School.
Os resultados foram anunciados nesta segunda-feira em um encontro da Sociedade Europeia de Medicina Sexual, em Lyon.
O Flibanserin foi originalmente desenvolvido como um antidepressivo pela companhia farmacêutica alemã Boehringer Ingelheim. A droga teve má performance em testes clínicos e nunca foi aprovada, mas questionários respondidos pelos pacientes revelaram que um efeito colateral inesperado para as mulheres foi um aumento na libido. De acordo com relatos, algumas mulheres não queriam devolver as pílulas quando o período de testes chegou ao fim.
– O Flibanserin era um antidepressivo fraco – disse Thorp, que esteve envolvido nos mais recentes testes. – Entretanto, observadores atentos notaram que ele aumentava a libido em animais de laboratório e cobaias humanos. Então conduzimos múltiplos testes clínicos, e as mulheres que o tomaram para o transtorno do desejo sexual hipoativo apontaram melhoras significativas no desejo sexual e experiências sexuais satisfatórias.
Os médicos pediram às mulheres para registrarem durante os testes o quão frequentemente tinham sexo satisfatório e para dar notas a seu apetite sexual diariamente em um diário eletrônico. Diversos outros testes foram usados para atestar a libido delas e os níveis de estresse durante o sexo. Esses resultados foram comparados a informações coletadas antes e depois dos testes. Segundo Thorp, os resultados apontam para um possível tratamento para "o problema sexual que mais aflige as mulheres em idade reprodutiva".
Pesquisadora de saúde da University College, de Londres, Petra Boynton afirmou que a pílula não é "mágica" e teme que ela possa fazer com que os casais deixem de conversar sobre seus problemas.
– Ela não vai fazer com que você se sinta melhor em relação a seu próprio corpo e também não vai fazer com que seu parceiro fique melhor de cama – declarou.
Uma porta-voz da Boehringer Ingelheim garantiu que a droga poderia ser aprovada dentro de 18 meses para tratar mulheres com baixa libido. Os dados dos testes mais recentes serão enviados a órgãos reguladores dos Estados Unidos e da Europa para avaliação.
THE GUARDIAN
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