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6.09.2010

Conselho de Segurança da ONU aprova nova rodada de sanções ao Irã

Resolução foi aprovada por 12 votos contra dois – do Brasil e da Turquia – e uma abstenção, do Líbano; Irã fica proibido de comprar armamento pesado e investir em atividades relativas a urânio

'Novas sanções contra o Irã serão as mais duras', diz Hillary Clinton EUA, França e Rússia expressam descontentamento perante acordo Irã não suspenderá enriquecimento de urânio O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou nesta quarta-feira (9) novas sanções contra o Irã. Para a maioria dos integrantes do conselho, o programa nuclear iraniano é uma ameaça por esconder a produção de armas atômicas e não seguir as orientações da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

A resolução impõe a quarta rodada de sanções contra o país e foi aprovada por 12 votos contra dois – do Brasil e da Turquia, que intermediaram o acordo de troca de combustível nuclear – e uma abstenção, do Líbano.

Os membros permanentes do conselho são os Estados Unidos, a França, a Inglaterra, a Rússia e a China. Dez países são membros rotativos do órgão: Brasil, Turquia, Bósnia Herzegovina, Gabão, Nigéria, Áustria, Japão, México, Líbano e Uganda. Apenas os permanentes têm direito a veto, os demais podem apenas votar.

As sanções aprovadas proíbem o Irã de possuir “qualquer atividade relativa a mísseis balísticos capazes de transportar armas nucleares”, impedem o país de investir em ações como mineração de urânio e o proíbem de comprar várias categorias de armas nucleares, incluindo helicópteros de ataque e mísseis.

A resolução também prevê aumento da fiscalização dos carregamentos de exportação destinados ao Irã e a rigorosa inspeção nos navios com bandeira do país.

Segundo a secretaria de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton, as sanções são as mais duras até agora, mas ainda estão longe de punições econômicas ou um embargo a carregamentos de petróleo, principal fonte de renda do Irã.

“A estratégia consiste na combinação de diplomacia e pressão para persuadir os iranianos de que eles estão na direção errada em termos de sua própria segurança, que eles vão diminuir sua segurança ao possuírem armas nucleares, não aumentá-la”, disse o Secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates.

Ainda nesta quarta, EUA, Rússia e França rejeitaram a proposta do Irã de trocar parte do urânio enriquecido por combustível nuclear antes que a ONU votasse novas sanções, disseram diplomatas.

A AIEA confirmou recebimento da reposta dos três países e disse que ela seria comunicada a Teerã.

As nações afirmaram que, ao contrário do plano original proposto há oito meses – o acordo negociado pelo Brasil e Turquia deixaria o Irã com material suficiente para fazer armas nucleares. Para elas, o país pretende continuar com seu programa de enriquecimento de urânio a níveis maiores que 20%.


Potências dizem que sanções da ONU contra o Irã foram 'necessárias'
Países, porém, afirmam que estão abertos ao diálogo com a República Islâmica

O países que negociaram as sanções aprovadas nesta quarta-feira, 9, pelo Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) disseram que as medidas foram necessárias para responder à relutância do Irã em abandonar seu controvertido programa nuclear.

O governo dos EUA, o principal agente por trás da aprovação das sanções, anunciou que ainda está aberto ao diálogo com o Irã. "Os EUA permanecem abertos para negociar, mas o Irã deve assumir suas obrigações e demonstrar claramente à comunidade internacional a natureza de seu programa nuclear", informa um comunicado da Casa Branca.

O presidente dos EUA, Barack Obama, disse que as sanções enviam uma "mensagem inequívoca" ao Irã. "Reconhecemos os direitos do Irã, mas esses direitos requerem responsabilidades", disse o presidente americano.

Rússia

O embaixador russo na ONU, Vitaly Churkin, afirmou que as sanções foram uma "medida forçada, cuja implementação envolveu uma cuidadosa e proporcional aproximação". A Rússia, que por muito tempo se opôs à aplicação da resolução, considerou que ela foi "necessária" para garantir a estabilidade da ordem mundial.

Churkin ainda citou a futura usina nuclear russa em Bushehr, no Irã, como uma prova de que Moscou apoia o direito de a República Islâmica ter acesso á energia nuclear para fins pacíficos.

França

A França, que junto dos EUA e do Reino Unido lutou para que as sanções fossem aprovadas o quanto antes, afirmou que "as portas para diálogo com o Irã continuam abertas". "Esperamos que o Irã finalmente escolha a cooperação", diz um comunicado divulgado pela chancelaria de Paris momentos depois da votação no Conselho de Segurança.

Reino Unido

O ministro de Relações Exteriores britânico, William Hague, considerou as sanções como "um passo muito significativo". "A decisão mostra a determinação da comunidade internacional sobre a questão. Mostra também que a tática iraniana de não querer negociar sobre a totalidade de seu programa nuclear não vai funcionar", disse o chanceler.

China

A China, outro país que se manteve contrário à resolução por muito tempo devido à proximidade e boas relações que mantêm com o Irã, pediu que todos os países sejam condizentes com as medidas. "A China pede que todos os membros da comunidade internacional que implementem a resolução compreensivelmente e de boa fé", disse Li Baodong,

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