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6.08.2010

CRESCIMENTO DO BRASILEIRO SÓ PERDE PARA A CHINA

Dilma: crescimento "a níveis chineses" favorecerá empregos

A pré-candidata do PT à presidência da República, Dilma Rousseff, afirmou nesta terça-feira em São José dos Campos, no interior de São Paulo, que o crescimento da economia brasileira "a níveis chineses" deve reforçar o número de empregos criados desde o início do governo Lula, em 2003. Segundo a previsão de Dilma, cerca de 13 milhões de empregos serão criados até o fim do mandato de Lula.

Em entrevista ao jornalista Antonio Leite, da rádio Planeta Diário, de São José dos Campos, a pré-candidata afirmou que o crescimento da PIB até o fim do ano deve girar entre 6,5 e 7% e que isso é essencial para todos os brasileiros. "Está todo mundo criando emprego e avançando. O Brasil está crescendo 11%, quem nem na China", disse.

Nesta terça-feira, o IBGE divulgou um crescimento de 2,7% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre do ano, na comparação com o trimestre imediatamente anterior, e 9% ante o mesmo período de 2009. A expansão equivale a um avanço anualizado de cerca de 11% - projeção que considera o mesmo ritmo mantido ao longo do ano.

Na entrevista, Dilma afirmou que outro problema dos brasileiros, que é a falta de moradia, também foi combatida nos últimos anos. "Fizemos o programa 'Minha Casa, Minha Vida' em um momento de crise. A gente queria resolver o problema da falta de moradia no Brasil e as coisas estão andando bem", afirmou.

Acompanhada do pré-candidato a deputado federal Gabriel Chalita (PSB) e do presidente estadual do PT, Edinho Silva, Dilma se julgou a pré-candidata mais preparada para dar prosseguimento ao governo de Lula. "Acredito que eu sou dos pré-candidatos colocados, aquela que tem mais condições de dar prosseguimento ao governo Lula".

Economia teve expansão de 9% frente ao mesmo trimestre de 2009.
Indústria foi destaque no período e voltou aos patamares pré-crise.
Do G1, em São Paulo

País está rodando na faixa do número chinês"Carlos Daniel CoradiA economia brasileira teve crescimento de 2,7% no primeiro trimestre de 2010 em relação ao quarto trimestre do ano passado, informou nesta terça-feira (8) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em relação ao primeiro trimestre de 2009, a expansão do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todas as riquezas produzidas pelo país, foi de 9%. O resultado dessa comparação, segundo o IBGE, é o maior da série histórica da pesquisa, iniciada nestes moldes em 1995.

Veja a repercussão da decisão entre analistas:
Silvio Campos Neto, economista chefe do banco Schahin
"Veio um pouco mais forte [que o esperado], com um desempenho muito acelerado da indústria, que teve crescimento expressivo. Claro que tem que considerar a base baixa do ano passado, mas ainda assim os números vieram muito fortes, da demanda, do investimento, que são reflexos desta mesma confiança dos empresários,que voltaram a investir e a produzir. São números muito bons, e que dão a percepção de que vão ser os maiores dos últimos anos. O que pode talvez ser comentado é o crescimento muito forte das importações, mas isso é resultado da demanda aquecida".


Carlos Daniel Coradi, da EFC Engenheiros Financeiros & Consultores
"Realmente o país está rodando em termos instantâneos, na faixa do número chinês. Já se sabia disso. E é fácil verificar empiricamente esse volume que o país está crescendo. Basta olhar as estradas, que estão superlotadas de caminhões. São evidencias empíricas de que o país está em um ritmo muito forte. Não gosto da ideia de arrefecer esse ritmo. Deixa o país crescer, deixa gerar emprego. É verdade que a base do ano passado estava fraca, mas sempre o que interessa é a arrancada. Você pode ver que os Estados Unidos e a Europa não estão andando nesse ritmo".

Alcides Leite, professor da Trevisan Escola de Negócios
"Veio no esperado. Foi um crescimento bom da indústria, agora em comparação ao período do ano passado que foi um período ruim. Nos próximos trimestres o crescimento vai diminuir, porque base vai ser maior. O destaque deste trimestre é mesmo a industria, porque caiu muito na época da crise, então está voltando aos níveis anteriores. Investimentos também caíram muito e agora subiram muito. O importante daqui pra frente é que se mantenha um crescimento bom de investimentos, que vai garantir que a gente consiga crescer de 5% a 5,5% nos próximos anos sem pressão inflacionária".

Caio Megale, da Mauá Sekular Investimentos
“A composição dele veio boa, porque veio menos explosiva em consumo e mais intensa em investimento. O consumo cresceu entre 6% anualizado, enquanto o investimento está crescendo acima de 30%. O consumo está forte ainda, mas desacelerou, e o investimento manteve ritmo forte. Isso é uma notícia que tende o longo do tempo tornar cenário de inflação menos preocupante. Mas no curto prazo a economia está aquecida, a demanda está forte.A inflação vai seguir pressionada – é um ritmo insustentável, vai ter que acomodar. Tem um efeito da própria inflação: como foi mais alta, o ritmo de crescimento acaba se acomodando porque os custos são mais caros. Vai desacelerar forçosamente, quer por bem, quer por mal. A gente não quer essa saída, mas como o ritmo de apertoestá sendo muito lento, um pedaço desse superaquecimento vai virar mesmo inflação”.

Marcelo Carvalho, do Morgan Stanley
O crescimento da economia “está pegando fogo, mais rápido do que no período pré-crise em 2008”, segundo o economista Marcelo Carvalho, do banco Morgan Stanley. Carvalho aponta que, apesar do aumento na taxa de investimentos e formação de capital bruto, é o consumo interno que puxa o crescimento, o que é fator gerador de inflação. “O trabalho do Banco Central ainda não acabou. O aumento dos juros para conter esse movimento tem que continuar.” O resultado do PIB alimenta o apetite dos investidores estrangeiros, segundo o economista do banco Morgan Stanley. “Estive recentemente nos Estados Unidos e há um grande entusiasmo dos investidores com o Brasil. Para eles, a economia brasileira mudou de patamar.”

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