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7.22.2010

Alimento contaminado por Salmonela


Ingrediente contaminado por salmonela não circula no Brasil

21 de julho de 2010
A proteína vegetal hidrolisada fabricada pela empresa norte-americana Basic Food Flavors Inc e contaminada por salmonela não circula no mercado brasileiro. É o que indica investigação realizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), após tomar conhecimento da contaminação do referido ingrediente no mercado estadunidense.

A Proteína vegetal hidrolisada é um ingrediente utilizado para realçar o sabor de produtos como molhos, sopas, salgadinhos, alimentos à base de soja e comidas congeladas. Após saber da contaminação, a empresa Basic Food Flavors Inc. realizou recolhimento voluntário, no mercado norte americano, de toda proteína vegetal hidrolisada em pó e em pasta fabricada a partir de 17 de setembro de 2009.

Alguns alimentos que continham o ingrediente e que não foram submetidos a processo de cozimento durante a fabricação ou que não seriam cozidos, posteriormente, pelos consumidores também foram incluídos no recolhimento. O Food and Drug Administration (FDA), organismo de controle sanitário de alimentos nos Estados Unidos, afirma que não há registro de casos de salmonelose em humanos associados a esta contaminação.

A salmonelose é uma infecção alimentar causada pela bactéria salmonela, encontrada principalmente em alimentos de origem animal, como ovos, leite e carnes. Os sintomas mais comuns da doença incluem dores abdominais, diarréia, calafrios, náusea e vômito.

Investigação

No Brasil, a Anvisa teve conhecimento do caso por meio de consulta de rotina ao site do FDA. A partir daí, diversas medidas foram adotadas pelo Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS) para verificar a possibilidade de circulação do produto contaminado no país.

A primeira ação foi identificar se a proteína vegetal hidrolisada da empresa Basic Food Flavors havia entrado no Brasil. A Anvisa verificou que, após o recolhimento do produto no mercado norte americano, o ingrediente foi importado para o nosso país por duas empresas: Bertin SA e IFF Essências e Fragrâncias Ltda.

Em seguida, a Agência solicitou que o Centro de Vigilância Sanitária de São Paulo (CVS/SP) realizasse inspeção sanitária nas duas empresas, localizadas no referido estado. O objetivo era verificar especificações da carga importada com suspeita de contaminação, checar se a matéria-prima importada foi utilizada e para quais produtos e averiguar se o controle de qualidade da empresa detectou contaminação por salmonela na matéria-prima importada ou no produto final.

Além disso, a inspeção checou se havia matéria-prima importada disponível no estabelecimento e em qual quantidade. As empresas também foram questionadas se receberam informação do fornecedor norte-americano sobre o recolhimento e, em caso positivo, quais foram às ações adotadas aqui no Brasil.

IFF Essências e Frangrâncias Ltda

Na empresa IFF Essências e Fragrâncias Ltda, a inspeção verificou que a matéria-prima importada encontrava-se segregada para descarte. A embalagem estava com lacre original do fornecedor e só foi aberta pela Vigilância Sanitária e posteriormente lacrada pela própria Vigilância Sanitária.

A Vigilância Sanitária coletou amostras do produto para análise fiscal e interditou o restante, aproximadamente 23,8kg. A empresa informou que foi comunicada pelo fornecedor do risco da contaminação e rejeitou o ingrediente no ato do recebimento do produto.

A IFF Essências e Frangrâncias Ltda afirmou, ainda, que realizou uma única importação de proteína vegetal hidrolisada fabricada pela empresa Basic Food Flavors Inc., após a data de recolhimento. De acordo com a empresa, não houve utilização da matéria-prima importada com suspeita de contaminação no processo de fabricação.

Bertin SA

Já a empresa Bertin SA informou para a Vigilância Sanitária que não foram detectados desvios nos padrões microbiológicos da matéria-prima conforme laudos enviados pelo fornecedor. Outro ponto destacado pela empresa foi o de que o ingrediente é utilizado na etapa de emulsificação do produto. Posteriormente, há a etapa de processo térmico (mínimo 1 hora acima de 72ºC), que elimina possível contaminação por samonela nos alimentos.

O Controle de Qualidade da empresa efetua a análise microbiológica de todos os lotes de matérias-primas utilizadas e o recebimento e a liberação de uso no processo produtivo ocorre somente após a comprovação da conformidade dos resultados em relação aos padrões exigidos. Não houve detecção de salmonela em nenhum dos lotes de proteína vegetal hidrolisada recebidos pela empresa.

Os produtos acabados ainda são analisados por lote e data de fabricação e a expedição e liberação do produto para o mercado ocorrem somente após o resultado de conformidade do produto. A Bertin SA informou que não houve detecção de salmonela em nenhum dos produtos acabados envolvidos.

A Anvisa continuará a monitorar o caso e, se necessário, tomará novas ações sanitárias para proteger a saúde da população. Informações completas sobre o caso e as ações de controle sanitário adotadas pela Anvisa podem ser encontradas no Informe Técnico 42/2010.
Anvisa

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