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7.29.2010

Esta na hora de fazer plástica?

Cuidados básicos podem evitar plásticas antes da hora
Quem não se cuida e envelhece de forma acelerada terá de enfrentar o bisturi mais cedo, dizem especialistas. Para não precisar da plástica tão cedo, o trio exercícios físicos, alimentação equilibrada e filtro solar é indispensável.
Revista Época
A tecnologia transformou os tratamentos de beleza. As técnicas se tornaram menos invasivas, capazes de conferir um aspecto próximo ao natural e retardar ao máximo os sinais do envelhecimento. O desejo é válido. A expectativa de vida aumentou. Não há quem não queira chegar bem à idade avançada. “A longevidade é um fator determinante na busca pelo rejuvenescimento. Quanto mais se parece jovem, mais longe se estará do velho, que significa morte, vulnerabilidade, doença, perda de capacidade, limitações”, diz o dermatologista Marcelo Bellini, professor da Sociedade Brasileira de Medicina Estética.

O problema é que muitos pacientes surgem nos consultórios de dermatologistas e cirurgiões plásticos à procura do impossível. Esquecem que cuidados básicos com a saúde da pele são fundamentais para a aparência.

“Há pessoas que chegam preocupadas com o envelhecimento e nem sabem que estão com um tumor na pele”, diz o dermatologista Reinaldo Tovo, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica. Tomar sol, por exemplo, é importante para o organismo produzir vitamina D, que fortalece os ossos. Mas o excesso de exposição aos raios solares sem proteção leva ao câncer de pele e ao envelhecimento cutâneo precoce.

Quem não se cuida e envelhece de forma acelerada enfrentará o bisturi mais cedo, afirma o cirurgião plástico José Tariki, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Por mais avançados que sejam, os tratamentos dermatológicos não são milagrosos. O envelhecimento da pele não pára. Uma hora, só mesmo a cirurgia plástica dará jeito. “Mas diferente da dermatologia, nem sempre o que é novo em plástica é recomendável. Se submeter a técnicas consagradas há anos, com resultados consistentes, é fundamental”.

Para não precisar da plástica tão cedo, o trio exercícios físicos, alimentação equilibrada e filtro solar é indispensável. No mesmo caminho dos cosméticos, a tendência é que as fórmulas dos filtros também contenham substâncias que renovem a pele, além de protegê-la.

Há produtos de qualidade no mercado para se proteger do sol. Na hora da compra, o consumidor deve ficar de olho se o filtro solar tem proteção UVA e UVB. Até pouco tempo, as loções tinham apenas proteção UVB, que protege dos danos causados pelos raios ultravioleta no período que vai das 10 horas às 15 horas. Durante o resto do dia, os raios mais intensos são os UVA. São justamente eles que penetram as camadas mais profundas da pele. É o gatilho para o envelhecimento rápido.

Comprado o filtro solar certo, é hora de tornar o uso dele um hábito como escovar os dentes. Apenas esse cuidado simples já mantém a pele jovem por mais tempo.

Quando desconfiar

Os tratamentos estão mais acessíveis. Técnicas combinadas e aperfeiçoadas exigem menos sessões de aplicação. Isso fez o custo dos métodos cair. Mas é preciso cuidado com clínicas anti-éticas, que oferecem milagres por preços muito baixos. Tratamentos mal feitos ou realizados por profissionais que desconhecem a técnica podem prejudicar gravemente a saúde. Um tratamento não pode resultar em mais problemas do que trazer a solução.

“É importante saber se o paciente não tem uma infecção na pele. Alguns tratamentos podem disseminar pelo corpo doenças como herpes”, diz Reinaldo Tovo. O mais seguro para quem tem baixo poder aquisitivo é procurar os serviços dos hospitais universitários. As universidades estão investindo em tratamentos de rejuvenescimento para a população.

Exagero
Cerca de 25% dos pacientes que aparecem nos consultório atrás de métodos rejuvenescedores não têm o que mudar no rosto e no corpo, dizem os especialistas. Não adianta insistir em amenizar a ruga que não existe. Se um médico concordar em tratar quem não precisa, o paciente ficará extremamente frustrado ao perceber que não houve diferença. Essa busca desnecessária por mais juventude quando ainda se é jovem é um alerta.

Hoje, o interessante é parecer quase um adolescente, diz a dermatologista Ligia Kogos, da Sociedade Brasileira de Dermatologia. “No passado, as mulheres queriam parecer maduras, sedutoras e – principalmente – ricas. Agora, vale mais ser jovem do que rico, ter uma idade indefinida, fazer as pessoas terem dúvidas sobre a idade verdadeira de alguém”. A dermatologista afirma que essa é uma característica marcante da famosa geração dos baby-boomers, que nasceram depois de 1945. “Eles foram mimados pelos pais, que sofreram nas guerras. Esses homens e mulheres têm dificuldade em se enxergarem amadurecidos”.

Felizmente, a maioria das pessoas já percebeu que o resultado natural é melhor do que a mudança radical. Ficar com a cara – e o corpo – de uma celebridade não é mais tão sedutor. “Há algum tempo os pacientes demonstram que não buscam simplesmente diminuir o nariz. Eles querem apenas arrumar um detalhe, como aquela parte adunca ou a bola na ponta do nariz. A mama já não é tão exagerada. O rosto não deve ser tão esticado”, diz o cirurgião plástico José Tarirki. O desejo é pelo equilíbrio. As pessoas querem se identificar com elas mesmas.

Época

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