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7.06.2010

IDOSOS QUE USAM MEDICAMENTOS PARA DISFUNÇÃO ERÉTIL TEM MAIORES CHANCES DE CONTRAIR DSTs

Reuters
WASHINGTON - Estudo publicado no Annals of Internal Medicine mostra que homens mais velhos que usam remédios contra impotência sexual, como o Viagra, tem duas vezes mais risco de contrair Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) em comparação com os que não usam esses medicamentos.
Em ambos os grupos, porém, os números têm aumentado. De acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças, havia mais de seis novos casos de DSTs a cada 10 mil homens acima de 40 anos em 2008, quase 50% a mais que em 1996.
"Adultos mais jovens têm mais doenças sexualmente transmissíveis que os mais velhos, mas as taxas estão crescendo muito entre os mais velhos", disse Anupam B. Jena, do Massachusetts General Hospital, em Boston, que conduziu o estudo.
Embora as razões para esse crescimento não estão bem compreendidas, o maior número de divórcios e a melhoria da saúde masculina podem ter ajudado a aumentar o vigor e a atividade sexual entre os homens mais velhos.
O problema, porém, é que os adultos mais velhos parecem abrir mão do sexo seguro. Por exemplo, segundo os pesquisadores, homens na faixa dos 50 anos têm seis vezes menos probabilidade de usar preservativo que os jovens de 20 anos.
"As pessoas normalmente estão desacostumadas a praticar sexo seguro acima dos 50, porque o risco de gravidez é eliminada", afirmou Jena.
Para testar se a introdução do Viagra, em 1998, pode explicar alguns dos picos de DST, Jena e os colegas examinaram registros de mais de 1,4 milhão de homens americanos acima dos 40 anos. A idade média no estudo foi de aproximadamente 60 anos.
A DST mais comum encontrada pelo estudo foi o vírus HIV, seguido por clamídia, sífilis e gonorreia.
Entre a baixa porcentagem de homens que tinham prescrições de medicamentos contra disfunção erétil, mais de dois a cada mil tinham sido tratados de alguma DST no ano anterior ao qual começaram a tomar o remédio.
Um ano depois, o número caiu pela metade, o que sugere que o Viagra e seus "primos" químicos não estimularam doenças sexualmente transmissíveis.
No entanto, o risco de contrair uma DST se revelou por ser mais que o dobro em homens que tomam medicamentos para disfunção erétil em comparação com aqueles que não o fizeram.
"Esses usuários têm um perfil de risco sexual diferente dos não-usuários", disse Jena, acrescentando que os dados não revelam uma boa explicação para isso.
Em um editorial, o dr. Thomas Fekete, da Temple University School of Medicine, na Filadélfia, constatou que teria sido útil saber mais sobre a frequência dos encontros sexuais, parceiros e orientação desses homens.
Ele acrescentou que estratégias de prevenção devem ainda ser dirigidas aos grupos etários mais jovens, cujo risco de DST é pelo menos 10 vezes superior do que em adultos de meia-idade e idosos.
Ainda assim, os autores da pesquisa lembram que "os homens com mais de 40 anos permanecem sexualmente ativos, mesmo se precisar de ajuda química para fazê-lo. Esse estudo também serve como um lembrete de que o sexo após os 40 anos não é necessariamente seguro".
Jena recomendou que os médicos tirem alguns minutos para discutir sexo seguro com homens mais velhos quando prescreverem o Viagra.
O Estadão

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