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7.06.2010

MELANINA: OMS DEFINE OS NÍVEIS MÁXIMOS EM ALIMENTOS

OMS define níveis de melamina em alimentos líquidos e sólidos
Comitê em Genebra também se concentra em medidas higiênicas para manter vegetais frescos
GENEBRA - A Organização Mundial da Saúde (OMS) estabeleceu nesta terça-feira, 5, os limites de melamina em alimentos líquidos e sólidos, entre 1 e 2,5 miligramas por quilo, respectivamente, a fim de combater os efeitos tóxicos desse composto de resina.
Pavel Rahman/AP
Moradores de Bangladesh protestam contra melamina no leite
No fim de 2008, leite contaminado com melamina, que é usada na fabricação de plásticos, provocou a morte de seis crianças na China e intoxicou cerca de 300 mil, catástrofe que, segundo o diretor do departamento de Segurança Alimentícia da OMS, Jorgen Schlundt, "acelerou esse acordo".
A decisão foi tomada nesta terça por unanimidade entre os analistas que - representando os 182 países signatários - participam até sexta em Genebra da sessão anual do Comitê do Codex Alimentarius, criado em 1963 pela OMS e pela Organização para a Agricultura e a Alimentação (FAO) para regulamentar o setor de alimentação.
No caso da China, a companhia láctea Mengniu, uma das principais envolvidas no escândalo do leite contaminado com melamina, teve um aumento de 14% em seus lucros anuais depois de seis meses das intoxicações.
A diretora de Nutrição e Consumo de FAO, Ezzeddine Boutrif, assegurou que o corpo humano "pode tolerar limites de melamina abaixo do estabelecido, mas nunca superiores". "Agora cabe aos países colocar em prática esses limites", afirmou.
O comitê Codex se concentra este ano, além da melamina, nas medidas higiênicas para manter frescos os vegetais. Em relação a este tema, Schlundt destacou que as microbactérias, "às vezes indestrutíveis nos alimentos", são as que mais põem em risco a saúde humana.
"Não sabemos com exatidão o número de mortes provocadas por alimentos em mau estado, mas estimamos que um terço da população mundial sofra por essa razão", disse.
Com relação aos vegetais, Schlundt comentou que o Codex estabeleceu um manual com as normas básicas para mantê-los frescos. O guia faz especial insistência no "uso de água não contaminada".
"Essas normas serão traduzidas para mais 27 idiomas para que os países possam aplicá-las", disse Schlundt, embora tenha esclarecido que a utilização da água em mau estado para lavar os vegetais "não é algo exclusivo de países em desenvolvimento".
Segundo o diretor da OMS, trata-se "de um acordo muito importante para evitar intoxicações em grande escala".
O Estadão

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