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7.12.2010

Porque mullheres preferem quiche e o homem carne com gordura


HOMEM-------------------------------------------MULHER
A diferença entre os paladares feminino e masculino é conhecida. Elas comem salada, bebem uma taça de vinho e querem chocolate na TPM.
Genética e hormônios se unem a condicionamentos sociais para a diferenciação dos paladares entre homens e mulheres
Já os homens não dispensam aquela gordurinha da carne, carregam o prato com temperos e tomam drinques mais agressivos, tipo uísque.
Mas serão as razões para essa diferença biológicas ou sociais? A pressão por manter o peso, para as mulheres, e a associação entre carne e masculinidade são mais determinantes do que a maneira como cada um dos sexos percebe os sabores e as texturas dos alimentos?
Segundo a endocrinologista e nutróloga Vânia Assaly, são os hormônios que determinam o ponto de prazer e saciedade de cada um.
"Para as mulheres, aquilo que equilibra o bem-estar é a serotonina. E os alimentos que aumentam o nível de serotonina são os adocicados."
Para os homens, o sistema regulador é o da dopamina. "São alimentos mais fortes que aumentam o nível de dopamina: carne, gordura, álcool e comidas amargas."
O aumento de serotonina traz bem-estar, sensação de repouso, que é o prazer buscado pela mulher.
Já a dopamina aumenta a motivação e a força, deixando o macho "pronto para o combate", diz a médica.
As diferenças podem começar até antes, na própria percepção dos sabores. A hipersensibilidade de paladar aparece em 35% das mulheres, e só em 15% dos homens.
O gosto amargo e a sensação tátil causada por alimentos gordurosos contra a língua são muito mais poderosos para quem é hipersensível. Assim, essas pessoas preferem alimentos com gosto mais discreto.
A diferenciação dos sabores também é mais aguçada nas mulheres. Uma pesquisa feita com mais de 8.000 crianças na Dinamarca mostra que as meninas sabem distinguir melhor os sabores e reconhecem o doce e o amargo em concentrações menores que os meninos.
Outro estudo, feito na Faculdade de Saúde Pública da USP, mostrou que meninas percebem o gosto ácido melhor do que meninos.
Genética e bioquímica se somam aos condicionamentos sociais para criar essa diferenciação, que parece tão estereotipada.
INFLUÊNCIAS EXTERNAS
Segundo o pesquisador Brian Wansink, do Food and Brand Lab da Universidade de Cornell (EUA), a imagem de certos alimentos, criada pela publicidade, tem grande influência nos desejos.
Wansink deixa os determinismos biológicos de lado e diz que as influências externas são importantes e, ao mesmo tempo, ignoradas pelas pessoas, conforme estudo na revista da American Psychological Association.
Seria então da sociedade a autoria da associação entre masculinidade e carne ou feminilidade e chocolate.
Para Assaly, a interação entre os nutrientes e a bioquímica cerebral é adaptativa. "A percepção e o desejo por alguns alimentos foram construídos. Mas se não tivesse chocolate, a gente buscaria frutas com essa mesma qualidade no paladar."

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