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8.04.2010

Beneficios da Pimenta




Pimenta é usada para combater enxaqueca

A pimenta faz bem à saúde e seu consumo é essencial para quem tem enxaqueca. Essa afirmação pode cair como uma surpresa para muitas pessoas que, até hoje, acham que o condimento ardido deve ser evitado. A pimenta traz consigo alguns mitos, como por exemplo o de que provoca gastrite, úlcera, pressão alta e até hemorróidas. Nada disso é verdade. Por incrível que pareça, as pesquisas científicas mostram justamente o oposto! Muitos dos benefícios da pimenta estão sendo investigados neste exato momento, pela comunidade científica e farmacêutica, originando alguns dos projetos de pesquisa mais picantes deste início de terceiro milênio.

A substância química que dá à pimenta o seu caráter ardido é exatamente aquela que possui as propriedades benéficas à saúde. No caso da pimenta-do-reino, o nome da substância é piperina. Na pimenta vermelha, é a capsaicina. A pimenta-do-reino é uma frutinha do tamanho de uma mini-ervilha, que no início é verde, depois fica vermelha e finalmente preta. A árvore que lhe dá origem recebe o nome científico de Piper nigrum. A colheita se dá enquanto as frutas estão vermelhas. Em seguida elas amadurecem, secam e se transformam nos grãos de pimenta-do-reino preta que existem à venda.

A pimenta-do-reino branca é obtida através da remoção da casca preta da fruta seca. Ambas retêm a piperina, porém, a pimenta branca, embora tão picante quanto a preta, possui bem menos aroma. A pimenta vermelha (que existe em vários tamanhos), assim como outras pimentas (ex: tabasco, habanero, jalapeño), são frutos de árvores do gênero Capsicum, que possui origem na palavra grega kaptos, que significa morder. Afinal, quando colocamos uma dessas pimentas na boca, até parece que elas mordem, de tão ardidas que são. As substâncias capsaicina e piperina ardem, mas são estudadas justamente pelas propriedades antidor que possuem! Surpresa! Elas provocam a liberação de endorfinas - verdadeiras morfinas internas, analgésicos naturais extremamente potentes que o nosso cérebro fabrica! O mecanismo é simples: Assim que você ingere um alimento apimentado, a capsaicina ou a piperina ativam receptores sensíveis na língua e na boca. Esses receptores transmitem ao cérebro uma mensagem primitiva e genérica, de que a sua boca estaria pegando fogo.

Tal informação, gera, imediatamente, uma resposta do cérebro no sentido de salvá-lo desse fogo: você começa a salivar, sua face transpira e seu nariz fica úmido, tudo isso no intuito de refrescá-lo. Além disso, embora a pimenta não tenha provocado nenhum dano físico real, seu cérebro, enganado pela informação que sua boca estava pegando fogo, inicia, de pronto, a fabricação de endorfinas, que permanecem um bom tempo no seu organismo, provocando uma sensação de bem-estar, uma euforia, um tipo de barato, um estado alterado de consciência muito agradável, causado pelo verdadeiro banho de morfina interna do cérebro. E tudo isso sem nenhuma gota de álcool! Quanto mais ardida a pimenta, mais endorfina é produzida! E quanto mais endorfina, menos dor e menos enxaqueca.

E tem mais: as substâncias picantes das pimentas (capsaicina e piperina) melhoram a digestão, estimulando as secreções do estômago. Possuem efeito carminativo (antiflatulência). Estimulam a circulação no estômago, favorecendo a cicatrização de feridas (úlceras), desde que, é claro, outras medidas alimentares e de estilo de vida sejam aplicadas conjuntamente. Existem cada vez mais estudos demonstrando a potente ação antioxidante (antienvelhecimento) da capsaicina e piperina.

Pesquisas têm demonstrado potentes propriedades antiinflamatórias das pimentas. Um artigo publicado em março de 2003, na revista científica Cell Signalling (volume 15, número 6, páginas 299 a 306), conclui que as substâncias ativas da pimenta são candidatas promissoras para o alívio de doenças inflamatórias. É importante lembrar que a enxaqueca compreende um estado inflamatório, na sua fase de dor. A renomada British Journal of Anaesthesia publicou, em junho 2003, o trabalho, realizado no Instituto de Medicina Interna e Terapêutica da Universidade de Florença, mostrando o efeito benéfico de aplicações intranasais repetitivas de capsaicina no tratamento de enxaqueca crônica (volume 90, número 6, página 812). A pimenta possui até propriedades anticâncer. Um editorial do renomado Jornal do Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos, publicado em 4 de setembro de 2002 (Volume 94, número 17, páginas 1263 a 1265), mostra que a capsaicina da pimenta vermelha é mais do que um simples tempero: ela faz com que células tumorais cometam suicídio!

Por isso, a dica deste mês é: o que você está esperando para apimentar a sua vida? A pimenta-do-reino preta possui uma fragrância intensa, frutada, com tonalidades amadeiradas e cítricas. O paladar é picante e quente, com um retrogosto penetrante. Já a pimenta branca é menos aromática, podendo apresentar tonalidades de musgo. O paladar é tão picante quanto o da pimenta preta. Tirando o picante, não sobra nenhuma outra característica de paladar. A pimenta não é doce, nem salgada. Porém, quando utilizada em quantidades moderadas e balanceadas, tende a realçar o sabor dos alimentos e de outros temperos.

Polvilhe um pouco no peixe ou na carne antes de grelhá-la ou assá-la. Você pode até experimentar comer frutas temperadas com pimenta-do-reino! Experimente combiná-la com outros temperos, como manjericão, cardamomo, canela, cravo, coco, coentro, alho, gengibre, noz-moscada, salsinha, alecrim, tomilho, açafrão... ela combina com quase todos os tipos de comida. Mas lembre-se: utilize-a sempre de maneira muito judiciosa, pois é bem picante! A pimenta malagueta, a pimenta dedo-de-moça, assim como outras variedades de cores diferentes mas de formato similar, podem variar muito no grau de ardência na boca. Podem ser consumidas frescas ou secas e moídas. Constituem excelentes fontes de vitaminas A e C, e também combinam com praticamente tudo. Minha esposa e eu somos verdadeiros colecionadores de pimentas. Estamos sempre correndo atrás de variedades diferentes, para temperar nossos pratos... pimenta-da-jamaica, pimenta rosa, pimenta jalapeño, serrano, habanero, ancho, tabasco, pimenta tailandesa, coreana, páprica húngara, espanhola, dos Bálcãs, marroquina, portuguesa...

Dr. Alexandre Feldman é médico, diretor da clínica que leva seu nome, membro ativo da American Headache Society e autor dos livros Enxaqueca - Alívio para o sofrimento (Ed. Siciliano, 6a. edição já esgotada) e Enxaqueca - Finalmente uma Saída (Ed. Arx, lançado, em abril de 2003).
http://www.enxaqueca.com.br


Pimenta Vermelha contra o Câncer

Um componente das pimentas-vermelhas chamado capsaicina, além de fazer a língua arder, faz as células de tumores de próstata se suicidarem, de acordo com um estudo publicado na edição de 15 de março da revista Cancer Research. Em experimentos feitos em laboratório pela equipe de Sören Lehmann, do Centro Médico Cedars-Sinai, Estados Unidos, a capsaicina induziu cerca de 80% das células tumorais de próstata de camundongo mantidas em cultura a acionarem os mecanismos bioquímicos que conduzem à morte celular, também chamada de apoptose. Como resultado, tumores tratados com capsaicina tinham cerca de um quinto do tamanho de tumores não tratados. A capsaicina também reduziu tanto a produção de PSA, uma proteína produzida em quantidades elevadas pelos tumores de próstata, quanto o crescimento de tumores cujo crescimento está associado à testosterona, um hormônio sexual masculino. Segundo Lehmann, a dose necessária para surtir o mesmo efeito nos seres humanos equivale à ingestão de três a oito pimentas-vermelhas frescas, três vezes por semana. Os pesquisadores trabalharam com o extrato de uma pimenta mexicana com teor maior de capsaicina, conhecida como habañera.
Fonte:
Revista Pesquisa FAPESP


EFEITOS DA PIMENTA VERMELHA NO TRATAMENTO DA OBESIDADE

No Japão, a crença popular, acredita que a ingestão da pimenta vermelha em temperaturas elevadas e úmidas causa aumento do apetite. Contraditoriamente, estudos experimentais demonstram que a ingestão da pimenta vermelha diminui a ingestão subsequente de proteína e gordura como o apetite em mulheres, e a ingestão calórica nos homens, um efeito que provavelmente está relacionado com o aumento do sistema nervoso simpático. Estas mudanças na ingestão dos macronutrientes são acompanhadas pelas mudanças no apetite como a diminuição do consumo alimentar, do desejo de comer e da fome (YOSHIOKA et al., 1999).

A capsaicin é o princípio mais pungente da pimenta vermelha e é utilizada como ingrediente de temperos em todo o mundo. KAWADA et al. (1986) demonstraram que a adição da capsaicin em uma dieta hiperlipídica diminuiu o tecido adiposo perineal de ratos. Similarmente, MATSUO et al. (1996) demonstraram que a adição da capsaicin à uma dieta rica em carboidratos resultou em diminuição do tecido adiposo do epidídimo com a mesma ingestão calórica. Estes resultados indicam que a adição da capsaicin aos alimentos pode reduzir a adiposidade, um fenômeno que pode ser parcialmente explicado pelo efeito da capsaicin no metabolismo energético e lipídico via secreção de catecolaminas da medula adrenal de ratos (KAWADA et al. 1988). Como o aumento na atividade do sistema nervoso simpático afeta o comportamento de ingestão alimentar, é sugerido que a adição da pimenta vermelha (capsaicin) à dieta pode reduzir o desejo de comer.

EFEITOS DA COMPOSIÇÃO DA DIETA NO COMPORTAMENTO ALIMENTAR

A vontade de comer e o nível de fome (em níveis hipotalâmicos) imediatamente após uma dieta hiperlipídica é significativamente maior do que quando se ingere uma dieta rica em carboidratos (YOSHIOKA et al., 1999; BLUNDELL et al., 1993); sugerindo que a dieta hiperlipídica possui pouco efeito na promoção da saciedade.

RELAÇÃO ENTRE SISTEMA NERVOSO SIMPÁTICO E COMPORTAMENTO ALIMENTAR

BRAY (1993) propôs que a atividade do sistema nervoso simpático afeta a ingestão alimentar. Além disso, RABEN et al. (1996) demonstraram associação entre a liberação pós-prandial de noradrenalina e o apetite. De modo similar, RUSSEK et al. (1987) demonstraram que as catecolaminas, especialmente a adrenalina, tem efeito anorético que pode ser devido à modificação no metabolismo hepático. Tem sido demonstrado ocorrer um pico no aumento dos níveis de catecolaminas imediatamente após a ingestão da pimenta vermelha (LIM et al., 1997).

Assim, os estudos demonstram que a ingestão da pimenta vermelha associada a refeição pode diminuir o desejo de comer bem como a ingestão de proteína e gordura na próxima refeição. Além disso, a adição da pimenta em aperitivos diminui a ingestão de carboidrato e calorias. Portanto, é sugerido que a adição da pimenta vermelha à dieta diminui a ingestão alimentar via estimulação da atividade do sistema adeno-simpático.

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