webmaster@boaspraticasfarmaceuticas.com.br
▼
8.11.2010
Enxaqueca menstrual / Enxaqueca na mulher / Tratamento da enxaqueca
Pacientes com enxaqueca menstrual (EM) são consideradas aquelas com crises de enxaqueca que aumentam sua freqüência durante o período menstrual, e constituem cerca de um terço das pacientes com enxaqueca. No entanto, enxaqueca menstrual verdadeira (EMV) são crises que ocorrem apenas entre os dias -2 (dois dias antes do inicio da menstruação) e +3 (três dias depois) do ciclo menstrual, e em nenhum outro dia fora deste período. Neste critério mais restrito, encontram-se apenas 7% das pessoas com enxaqueca.
Enxaqueca menstrual ocorre provavelmente pela queda dos níveis de estrógeno.
O tratamento medicamentoso da enxaqueca menstrual engloba medicações preventivas, abortivas da crise e terapias hormonais.
Anti-inflamatórios, ergotaminas e triptans podem ser usados para o tratamento da crise de enxaqueca, e estas mesmas medicações podem ser usadas numa estratégia chamada de prevenção de curto prazo, utilizando-as durante o período previsto de ocorrência das crises durante o período menstrual, geralmente de 5 a 7 dias.
Medicações profiláticas normalmente utilizadas no tratamento preventivo da enxaqueca (antidepressivos, beta-bloqueadores, anticonvulsivantes) podem ser utilizadas durante todo o ciclo menstrual caso a paciente não responda a estratégia de prevenção de curto prazo.
Terapias hormonais também podem ser utilizadas no tratamento da EM, particularmente os patches transdérmicos de estrógeno. Danazol, tamoxifeno e bromoergocriptina podem ser benéficos nos casos resistentes. Tanto a histerectomia quanto a ooforectomia não são efetivas no tratamento da EM.
Enxaqueca na mulher
Uma série de evidências ligam as cefaléias, particularmente a enxaqueca, e os hormônios sexuais femininos, estrógeno e progesterona.
A enxaqueca na mulher é influenciada por diversas mudanças hormonais ao longo da vida, tais como, a menarca, menstruação, uso de contraceptivos orais, gravidez, puerpério, menopausa e terapia de reposição hormonal.
A enxaqueca é mais freqüente nas mulheres (18%) do que em homens (6%), numa razão de 3:1, porém, em crianças na fase pré-puberal, esta diferença não existe. As crises de enxaqueca estão ligadas ao período menstrual em 60% das vezes, e ocorrem exclusivamente neste período em 14% dos casos. Enxaquecas pré-menstruais podem também fazer parte da síndrome pré-menstrual.
A enxaqueca pode piorar na gravidez, durante o primeiro trimestre, e, embora a maioria das gestantes fiquem livres de dor de cabeça nos segundo e terceiro trimestres, 25% das mulheres não apresentam qualquer mudança nas crises durante a gravidez.
A enxaqueca menstrual tipicamente melhora durante a gravidez, potencialmente por causa dos altos níveis mantidos de estrógeno.
A terapia de reposição hormonal pode exacerbar as crises de enxaqueca, assim como o uso de contraceptivos orais. A prevalência da enxaqueca diminui com a idade, mas na menopausa pode ocorrer uma piora.
A função ovariana inicia-se na menarca e cessa na menopausa. O ciclo menstrual, embora seja um continuum, inicia no primeiro dia da menstruação e termina no último dia, antes da próxima menstruação.
A duração do ciclo menstrual é geralmente de 28 dias, com uma variação normal de 25 a 32 dias. A maior variabilidade ocorre perto da menarca (primeiros ciclos menstruais na adolescência) e menopausa.
Para o ciclo menstrual ocorrer de maneira adequada, é preciso estarem intactos o funcionamento do hipotálamo (secreção de GnRH), da hipófise (secreção de LH e FSH), dos ovários (estrógeno e progesterona) e o útero.
Sob o controle da norepinefrina, dopamina, serotonina, opióides, e do CRH, o hipotálamo secreta GnRH, estimulando a secreção de LH e FSH pela hipófise, que por sua vez estimula a secreção de estrógeno e progesterona pelos ovários. Estrógeno exerce um feedback negativo na hipófise, diminuindo a secreção de FSH, porém, enquanto os níveis de progestorona aumentam, no meio do ciclo, ocorre o pico de LH, promovendo a ovulação. O corpo lúteo continua secretando progesterona por mais duas semanas, quando caem seus níveis, ocorrendo então a menstruação.
Tratamento da enxaqueca
O tratamento da enxaqueca pode ser com remédio ou sem remédio, pode ser um tratamento preventivo, para evitar que venham as crises de enxaqueca, que é o principal conceito no tratamento da enxaqueca, ou pode ser também um tratamento agudo, com medidas que aliviam as dores de cabeça fortes ou fracas na hora em que elas aparecem.
Muitas novidades existem no tratamento da enxaqueca e no tratamento de dores de cabeça como a cefaleia tensional, cefaleia em salvas. No último Congresso Internacional de Cefaleias algumas formas de tratamento para enxaqueca foram debatidas como o botox (toxina botulínica) que se mostrou eficaz no tratamento da enxaqueca crônica.
Medicamentos utilizados para a prevenção da enxaqueca são os :
1. neuromoduladores (chamados antigamente de antiepilépiticos, anticonvulsivantes), como o topiramato (amato, toptil,topamax), o divalproato (depakote), gabapentina (neurontin), pregabalina (lyrica)
2. Antidepressivos como os inibidores de recaptação de serotonina, ex paroxetina (aropax, cebrilin), citalopram (citta, paxil), escitalopram (lexapro, exodus), a sertralina (zoloft, serenata) e a fluoxetina (proza, fluxene, daforin) são neutros para a prevenção da enxaqueca mas podem ajudar a ansiedade e depressão associadas. Outros antidepressivos da classe dos tricíclicos como a amitriptilina, nortriptilina, clomipramina, imipramina podem ser usados. Os inibidores de recaptação mista são úteis como a venlafaxina (efexor, venlift, venlaxina), desvenlafaxina (pristiq), duloxetina (cymbalta), assim como a agomelatina (valdoxan) que é um novo antidepressivo com ação na melatonina.
3. Betabloqueadores como o propranolol (inderal), atenolol (atenol), metoprolol (selozok) são usados, assimo como outros medicamentos para a pressão arterial como o telmisartan (micardis) e o candesartan (atacand). Bloqueadores do canal de calcio como a flunarizina (vertix, sibelium) são úteis mas geram aumento de peso e depressão.
4. Outras categorias como vitaminas(riboflavina), magnésio, coenzima q 10, melatonina e fitoterápicos (petasites hibridus, tanacetum parthenium) e a toxina botulínica tipo A (botox) podem ser prescritos.
Fonte: cefaleias.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário