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8.11.2010

"JAPA" DÁ A RECEITA PARA VIVER MAIS

Hideko Arima é um exemplo vivo da longevidade japonesa. Nascida em 15 de maio de 1902, até hoje trabalha todos os dias da semana. Durante o dia, o expediente é em casa e à noite ela dá duro em seu bar no sofisticado bairro de Ginza.
Apesar da idade ela diz que só passou a se sentir velha há cerca de 12 anos. “Nunca me preocupei com a idade até os 90 anos”, contou Hideko à Made in Japan. Foi nessa época que ela passou a morar sozinha e entrou em uma dieta rigorosa, tanto para prevenir problemas de saúde como por questões práticas: “agora não tenho mais que cozinhar nada”.
Seu café da manhã, às 6h, é leite, ovo cru, natto (soja fermentada) com negi (cebolinha), tsukemono e, “quando tem”, tomate. Às 10h, toma chá-verde com umeboshi (conserva de ameixa japonesa). De tarde, às 15h, almoça um onigiri (de ovas ou salmão) ou um sanduíche natural, comprados em lojas de conveniência. Antes dos 90 anos, ela se alimentava na maneira tradicional japonesa, comendo peixe, arroz, misoshiro, algas, tofu…
Em casa, Hideko cuida da contabilidade de seu bar e dos afazeres domésticos, sem depender de ninguém. Por volta das 18h30, se arruma para o trabalho no bar Gilbey A, inaugurado por ela mesma em 1951. Além de recepcionar os clientes um por um, ela conversa e dá conselho para todos. “Tem que agir sempre naturalmente, ser do jeito que você é, e fazer o que gosta”, diz a idosa, repetindo o que ela costuma indicar nas muitas vezes em que seu conselho é solicitado. Essa é a lição que Hideko tirou da vida já há décadas. E é daí, acredita, que vem sua saúde.
Saiba mais sobre os segredos da longevidade japonesa na revista Made in Japan 78.
Okinawa, no país com o maior número de centenários do planeta, é a "capital mundial da longevidade".A província, um conjunto de ilhas no extremo sul japonês, tem a maior concentração de habitantes que passaram dos cem. Melhor que isso: 80% dos seus velhos têm vida autônoma, dispensam cuidados hospitalares.Genética? Segundo o cardiologista e geriatra Makoto Suzuki, diretor do centro de pesquisas sobre longevidade de Okinawa, hereditariedade pode ajudar, mas não é o fator fundamental.Como prova disso, o médico afirma: "Okinawanos que vieram para o Brasil e seus descendentes vivem, em média, 17 anos a menos do que os que estão lá".Suzuki esteve aqui para a quinta edição do Fórum de Longevidade, organizado pela Bradesco Seguros neste mês, em São Paulo.São quatro os pontos que, segundo ele, garantem a vida longa e saudável em Okinawa: bons hábitos alimentares, atividade física, autoajuda (cultivo da autonomia e da espiritualidade) e ajuda mútua (apoio social).Para Suzuki, qualquer pessoa, em qualquer país, pode seguir a receita: "É possível mudar o estilo de vida. E funciona", diz, baseado nas provas vivas de sua terra natal.


Saiba ainda

A culinária japonesa é muito rica, diversificada e leve: os nutricionistas explicam que é extremamente saudável, e que poderia servir de padrão para os hábitos alimentares de qualquer um. Ela prioriza os ingredientes frescos e o preparo lento de pratos honestos, ricos em sabor, feitos em quantidades limitadas. E não é só isso. Pesquisadores têm mostrado que a comida japonesa faz tão bem à saúde que pode favorecer a longevidade. Os japoneses estão entre os que vivem mais no mundo. No Japão se vive mais por conta da alimentação saudável, baseada em arroz, algas, legumes, verduras e frutos do mar – muito peixe





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