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8.19.2010

Medicina tradicional chinesa pode ajudar pacientes em quimioterapia

Remédio feito com flores de peônia e escutelária e seiva de árvore pode ajudar pacientes em tratamento contra o câncer
A flor de peônia é um dos ingredientes do remédio que pode ajudar pacientes em quimioterapia
A medicina tradicional chinesa pode ajudar a reduzir os efeitos secundários nos pacientes de câncer que recebem quimioterapia, segundo um estudo publicado hoje na revista Science Translational Medicine.
O estudo afirma que um antigo remédio conhecido como Huang Qin Tang, feito com flores de peônia e escutelária e a seiva de uma árvore para tratar vômitos e diarreia, pode ajudar estes pacientes.

Yung-Chi Cheng e Wing Lam, da escola de Medicina da Universidade de Yale, junto com a companhia farmacêutica PhytoCeutica, criaram um remédio que ainda está em fase de testes, mas que obteve sucesso em ratos. O composto preparado no laboratório mostra os efeitos curativos desta mistura de plantas para atacar numerosos processos biológicos em animais com câncer tratados com quimioterapia.

Os pesquisadores sugerem que "o enfoque dado ao tratamento dos efeitos secundários da quimioterapia ou de doenças complicadas não é suficiente". Segundo Cheng, o uso de plantas medicinais junto a substâncias químicas mais modernas "poderia levar ao desenvolvimento dos remédios do futuro".

Após dias de tratamento com o remédio de laboratório, os cientistas observaram que o dano no intestino dos ratos tinha sido restaurado. A equipe descobriu também que as moléculas de sinalização das células-tronco - conhecidas como Wnts - estavam presentes em níveis mais altos que o normal no intestino dos ratos tratados.

A descoberta foi que o remédio por si só não simula a sinalização das Wnt, mas, ao misturá-lo com uma enzima bacteriana comum no intestino, desencadeou a reação que gera a substituição de células-tronco intestinais danificadas por outras saudáveis.

A sinalização das células é parte do processo da atividade celular, que é fundamental para o funcionamento correto de um organismo. O processo é um complexo cruzamento no qual células enviam sinais a outras e estes sinais provocam uma resposta fisiológica nas que os recebem e, portanto, uma mudança na atividade celular.

Os cientistas descobriram que, além de ajudar a repor as células intestinais saudáveis, a medicina de ervas evitou o movimento de células inflamatórias no intestino e reduziu sua inflamação. Os resultados sugerem que a medicina tradicional chinesa pode trazer novas oportunidades para desenvolver novos remédios. "A combinação de quimioterapia com as propriedades das ervas é uma simbiose entre as tentativas do Oriente e do Ocidente de tratar o câncer", disse Cheng.

Revista Época
EFE

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