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8.07.2010
O uso de medicamentos e o aleitamento materno. Dicas para as mães que estão amamentando
O leite materno é o alimento mais completo para o bebê porque contém vitaminas, minerais, gorduras, açúcares, proteínas em quantidades apropriadas para o organismo do bebê. Também fortalece a relação afetiva mãe-filho, além de diminuir a incidência de algumas doenças na mulher.
É muito frequente o uso de medicamentos por mulheres que estão amamentando. A maioria é compatível com a amamentação; poucos são os medicamentos formalmente contra-indicados e alguns requerem cautela ao serem prescritos durante a amamentação, devido aos riscos de efeitos adversos nos bebês.
Diversos estudos comprovam que, entre os fatores responsáveis pelo abandono precoce da amamentação, encontram-se os problemas relacionados ao desconhecimento de características farmacológicas, bioquímicas e das diversas etapas dos medicamentos no organismo humano, com isso podem ser erroneamente rotulados como contra-indicados durante o aleitamento materno e, devido à indicação precipitada e equivocada de desmame, causar enormes prejuízos à criança e à mãe.
Deste modo, o princípio fundamental da prescrição de medicamentos para mulheres que amamentam baseia-se, sobretudo, no risco versus benefício. Assim, a amamentação somente deverá ser interrompida ou desencorajada se existirem evidências de que o medicamento usado pela mãe é nocivo para o bebê, ou quando não existirem informações a respeito e o mesmo não puder ser substituído por outro que seja compatível com a amamentação.
Em geral, as mães que amamentam devem evitar o uso de quaisquer medicamentos. No entanto, se estritamente necessário, deve-se fazer opção por um medicamento já estudado, que seja pouco excretado no leite materno, e que não tenha riscos aparente para a saúde da criança.
As mulheres que amamentam constituem um grupo populacional que culturalmente recorrem ao uso de plantas medicinais por acreditarem que não causam danos ao bebê.
É importante ressaltar que as informações sobre a segurança na utilização de plantas medicinais são escassas, portanto, não se recomenda o uso das mesmas durante a amamentação.
A automedicação é a administração de medicamentos sem orientação ou prescrição médica, esse hábito pode provocar danos à saúde do bebê e da mãe. Consulte sempre um médico ou um farmacêutico antes de tomar qualquer medicamento.
Camila Silva Caetano
Farmacêutica
Gisele Bündchen e Benjamin, 8 meses: “A amamentação me ajudou”
Gisele Bündchen: ‘Amamentação deveria ser lei’
Modelo causa polêmica ao defender que mães sejam obrigadas ao aleitamento até os 6 meses do bebê
Na Semana Mundial da Amamentação, declaração de Gisele Bündchen levantou discussão sobre a dificuldade de gerenciar aleitamento e vida profissional. Em entrevista à revista ‘Harper’s Bazaar’, a top afirmou que as mulheres deveriam ser obrigadas por lei a amamentar seus filhos até os 6 meses. Enquanto especialistas aplaudem as declarações, mulheres da vida real fazem malabarismo para garantir a saúde de seus bebês e uma vaga no mercado de trabalho.
O ginecologista do Instituto Fernandes Figueira (IFF) Cláudio Crispi explica que a amamentar pelo menos até os 6 meses diminui a incidência de doenças em bebês: o leite materno transfere para o organismo deles anticorpos que ainda não produzem. “Gisele está de parabéns. É preciso ficar claro, no entanto, que muitas vezes não depende só da mulher. São necessárias políticas de saúde nas empresas para que as mães possam amamentar como recomendado”, disse Crispi.
Sonhando em engravidar, a professora Rachel Romano, 24 anos, reitera. “É preciso ver as condições profissionais que as mulheres enfrentam. Falar que deveria existir uma lei que obrigue as mulheres a amamentarem é complicado”.
EM FORMA
Na entrevista, Gisele também disse que a amamentação foi fundamental para voltar à boa forma. “Algumas pessoas nos EUA acham que não têm que amamentar, mas eu penso: você vai dar essas comidas cheias de química para uma criança tão pequena? Tinha que existir uma lei obrigando as mães a amamentarem até os 6 meses”, disparou. Após a polêmica, ela divulgou nota explicando que a intenção do comentário “não tem a ver com lei”, e sim com “paixão por crianças”, e que está em “busca por respostas do que é o melhor para o filho”.
Segundo o Ministério da Saúde, só 26,8% dos bebês continuam se alimentando exclusivamente com leite materno depois que as mães voltam ao trabalho. Dentre as que estão na licença-maternidade, 91,4% dão o peito para os filhos — o número inclui as que incluem outros alimentos na dieta do bebê.
POR CLARISSA MELLO
O Dia
SAIBA AINDA:
O princípio fundamental da prescrição de medicamentos para mães em lactação baseia-se no conceito de risco e benefício. Deve-se fazer opção, sempre que possível, por uma droga já estudada, que seja pouco excretada no leite materno e que não tenha risco aparente para a saúde da criança. Medicamentos que reduzem a produção de leite pela nutriz devem ser evitados durante a lactação, e o uso dos galactagogos está reservado para situações especiais. Dessa maneira, só excepcionalmente o aleitamento materno precisa ser desencorajado ou descontinuado quando a mãe necessitar de tratamento farmacológico.
O aleitamento materno está associado a benefícios de ordem nutricional, imunológica, afetiva, econômica e social. Por isso, torna-se fundamental a identificação dos fatores que levam ao desmame precoce, a fim de proporcionar o maior tempo possível de aleitamento às crianças1.
Diversos estudos comprovam que, dentre os fatores responsáveis pelo abandono precoce da amamentação, encontram-se os problemas relacionados aos riscos de exposição dos lactentes a medicações maternas2-4. Informações e referências na literatura sobre drogas e leite materno estão disponíveis, porém muitos profissionais de saúde, em especial médicos, talvez por desinformação ou até desinteresse, preferem interromper a amamentação em vez de se esforçarem para compatibilizá-la com a terapêutica materna.
Além disso, observa-se que é freqüente o conflito entre informações das bulas dos medicamentos e evidências científicas sobre o uso dos mesmos durante o aleitamento6,7.
Embora o conhecimento a respeito de drogas na lactação tenha sido muito ampliado, ainda não se conhecem os efeitos colaterais para as crianças amamentadas de muitas drogas utilizadas pela nutriz. Além disso, os efeitos de muitas drogas novas ainda não foram devidamente estudados8 ou apresentam divergências na literatura quando utilizados na lactação. Portanto, surge a necessidade de atualizações constantes sobre o uso de medicamentos durante a amamentação, visando racionalizar esse uso e proteger o aleitamento materno.
Dentre as várias publicações que informam sobre o uso de medicamentos durante a lactação, a referência básica utilizada na elaboração deste artigo foi a publicação da Academia Americana de Pediatria (AAP). Embora essa classificação apresente algumas deficiências, destaca-se por ser uma das publicações mais completas e citadas pela comunidade científica.
Este artigo consiste de uma revisão da literatura abrangendo publicações mais relevantes sobre o uso de medicamentos durante a lactação. Foram abordados aspectos farmacológicos determinantes na escolha dos fármacos e ressaltados os medicamentos mais seguros e os contra-indicados, além de cuidados com alguns medicamentos e utilização de galactagogos e medicamentos que reduzem a produção do leite. Não foram incluídas informações sobre os efeitos de poluentes e contaminantes químicos via água, ar ou alimentos no leite humano. Embora, do ponto de vista farmacológico, possa haver pequenas diferenças nos conceitos de droga, fármaco e medicamento, neste artigo esses termos são utilizados como sinônimos.
Transferência de drogas para o leite materno
Para que o profissional de saúde possa se orientar sobre o uso de medicamentos na lactação, torna-se útil o conhecimento dos fatores que determinam sua segurança nesse período. Tais fatores podem estar relacionados com o leite materno, com a mulher, com a droga ou com o lactente, conforme demonstrado na Tabela 1 e descrito a seguir.
Fatores relacionados com o leite materno
O leite materno está sujeito a mudanças significativas nas concentrações de lipídeos e proteínas, dependentes da fase da lactação (colostro versus leite maduro) ou até mesmo da fase de uma mamada (leite anterior versus leite posterior). Tais alterações influenciam na extensão da transferência de drogas do plasma para o leite, causando variações nas concentrações das mesmas no leite materno9.
Fatores relacionados com a mãe
Durante os primeiros dias de lactação (colostro), as células alveolares são pequenas e o espaço intercelular é largo, o que faz com que substâncias maternas, incluindo drogas, linfócitos, imunoglobulinas e proteínas transfiram-se mais facilmente para o leite materno. Com a redução dos níveis de progesterona, há crescimento das células alveolares e estreitamento dos espaços intercelulares, com conseqüente redução da transferência de drogas e demais substâncias. Contudo, o volume de leite (colostro) ingerido nos primeiros dias de vida do bebê (50 a 60 ml/d) é considerado baixo, sendo a dose absoluta de medicamento passada para o recém-nascido durante esse período muito baixa10.
Fatores que reduzem a capacidade da mãe de metabolizar ou excretar a droga podem aumentar a exposição do lactente3. Assim, cuidado especial deve ser tomado ao se prescrever drogas para nutrizes com doenças hepáticas ou renais, pelos níveis mais elevados e pelo maior tempo da droga na circulação materna.
A via pela qual a droga é administrada à mãe tem importância pelos níveis alcançados no plasma materno e, posteriormente, no leite humano. Assim, muitas drogas administradas topicamente ou inaladas não atingem níveis plasmáticos significativos, possuindo níveis lácteos não mensuráveis. Muitos antibióticos, corticosteróides e retinóides aplicados em áreas pequenas não são bem absorvidos por via transcutânea e são praticamente indetectáveis no plasma10.
Fatores relacionados com a droga
Conhecer certas características das drogas e sua difusão pelo corpo pode ser útil na identificação do risco de seu uso durante a amamentação.
A farmacocinética das drogas varia com alguns dos constituintes do leite e com fatores maternos. Podem influenciar sua concentração no leite materno o grau de ionização, a lipossolubilidade, a ligação com proteínas do plasma e o peso molecular da droga, conforme descrito a seguir:
– Peso molecular: fármacos com baixo peso molecular atingem mais facilmente o leite materno que as drogas com peso molecular maior11. Os poros das membranas permitem o movimento de moléculas com pesos moleculares menores que 200 dáltons. Pequenas moléculas, como o etanol, atravessam o capilar endotelial materno e a célula alveolar por difusão passiva.
– Grau de ionização: fármacos que são bases fracas tendem a estar menos ionizados no plasma (pH = 7,4) e a permanecer na forma ionizada no compartimento lácteo (pH = 7,1), favorecendo a sua concentração no leite materno.
– Ligação a proteínas: fármacos com baixa afinidade com proteínas plasmáticas também apresentam facilidade para atingir o compartimento lácteo. Exemplo: diazepam.
– Lipossolubilidade: fármacos lipossolúveis atravessam mais facilmente a barreira celular lipoprotéica, atingindo mais facilmente o compartimento lácteo. Concentram-se mais no leite maduro, devido a sua maior concentração lipídica. Exemplos: sulfonamidas, cloranfenicol.
– Meia-vida: drogas de ação longa mantêm níveis circulantes por maior tempo no sangue materno e, conseqüentemente, no leite materno.
Outro aspecto importante é o pico dos níveis séricos da droga. Usualmente, o pico na mãe coincide com o pico no leite materno, sendo menor neste. Assim, saber quando ocorre o pico sérico de um medicamento é útil para adequar o horário de administração da droga e os horários da amamentação da criança. Para evitar que a mamada coincida com o período de maior concentração sérica do medicamento, recomenda-se que o mesmo seja administrado à mãe imediatamente após ter amamentado a criança. Além disso, drogas com meia-vida longa ou que possuem metabólitos ativos promovem um período de exposição mais prolongado do lactente à droga.
A biodisponibilidade oral é de grande importância na avaliação do risco ao lactente. Drogas com baixa biodisponibilidade, pouco absorvidas pelo lactente, são ideais para uso durante a lactação. Por exemplo, sumatriptano (15% biodisponível) é preferível ao rizatriptano (mais que 45% biodisponível)10.
Independentemente das características farmacológicas, drogas sabidamente tóxicas ao lactente, como antineoplásicos, radiofármacos ou drogas de abuso, são proscritas durante a lactação.
Dentro do possível, o médico deve ter essas informações em mente ao prescrever qualquer tipo de medicamento para uma nutriz.
Fatores relacionados com o lactente
A idade da criança deve ser considerada ao se avaliar os possíveis efeitos de uma droga utilizada pela mãe que amamenta. Em neonatos, os efeitos são maiores do que em lactentes com mais idade, que apresentam funções hepática e renal mais eficazes. Esses efeitos podem ser ainda maiores em crianças pré-termo, cuja imaturidade pode prolongar a meia-vida das drogas, causando acúmulo após doses repetidas12. Hale classifica os lactentes, segundo a idade, como sendo de baixo risco (6 a 18 meses), risco moderado (menos que 6 meses) e alto risco (prematuros, recém-nascidos, lactentes clinicamente instáveis e aqueles com função renal debilitada) para a medicação de interesse10. Contudo, lactentes com menos idade tendem a consumir menor volume de leite que os com mais idade, com conseqüente menor exposição ao medicamento materno.
Lactentes que mamam mais freqüentemente e um volume maior de leite estão mais expostos às drogas maternas que aqueles que mamam menos freqüentemente e um volume menor.
Métodos de estimativa da exposição às drogas
Após compreender os mecanismos que determinam a exposição do lactente às drogas, torna-se necessário conhecer as medidas que quantificam essa exposição. As medidas mais utilizadas são razão leite/plasma, dose absoluta e dose relativa no lactente. Essas medidas tornam-se mais importantes quando as mulheres fazem uso de fármacos por longos períodos.
Razão leite/plasma
A razão leite/plasma é freqüentemente usada para estimar a quantidade de droga transferida para o leite. É a razão entre as concentrações da droga no plasma e no leite ultrafiltrado em estado de equilíbrio.
É útil na estimativa relativa da quantidade de droga no leite. Em geral, uma baixa razão leite/plasma indica baixa concentração da droga no leite. Porém, deve-se tomar cuidado ao interpretar essa medida, pois uma razão maior que 1 não traz preocupação quando a concentração da droga no plasma materno é muito baixa ou a droga não é absorvida pelo lactente3,13. Além disso, embora as concentrações de muitas drogas no plasma e no leite sejam flutuantes, são utilizadas medidas fixas para o para cálculo da razão.
Dose absoluta no lactente
A dose recebida pelo lactente pode ser calculada conhecendo-se a concentração da droga no leite e o volume de leite consumido:
Dose absoluta no lactente = concentração no leite x volume de leite consumido
A determinação precisa dessas variáveis é muito difícil de ser obtida, razão pela qual se utiliza uma estimativa. A concentração das drogas no leite pode ser obtida de estudos clínicos, porém tais valores são desconhecidos para muitas drogas.
O volume de leite consumido é estimado em aproximadamente 150 ml/kg/dia3. Entretanto, esse valor pode diminuir significativamente nas crianças em aleitamento complementado. Na prática, quando a droga tem uso pediátrico conhecido, a dose absoluta no lactente pode ser comparada diretamente com a dose terapêutica normal para a sua idade.
Uso de medicamentos durante a lactação
Roberto G. ChavesI; Joel A. LamounierII
LEGISLAÇÃO E ALEITAMENTO MATERNO
DIREITOS DA MULHER NO TRABALHO
A CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA E A CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS TRABALHISTAS, GARANTEM UMA SÉRIE DE DIREITOS ÀS MÃES QUE TRABALHAM FORA:
Legislação Documentação
(Comprovante) Duração do Benefício
Licença MaternidadeArt. 395 – Constituição Federal de 1988.Obs: Em caso de parto prematuro, a mulher tem direito às 12 semanas previstas no artigo.
Tempo de gestação
Certidão de adoçãoAtestado de óbito (quando acontecer aborto involuntário) 120 dias a partir do mês de gestação após o parto
Licença Paternidade
Art. 7º, XIX da Constituição Federal de 1988 das Disposições transitórias Certidão de nascimento do bebê 05 dias
Direito a amamentar durante a jornada de trabalho
Seção V artigo 396 CLT02 descansos de 30min. cada um
Obs: caso não tenha creche no local de trabalho, pode-se negociar que a mulher chegue uma hora depois ou saia uma hora antes. Certidão de nascimento do bebê Atestado médico para prorrogação 06 meses, que podem ser estendido com atestado médico, que comprove a necessidade do leite materno pelo bebê
Garantia de emprego à gestanteArt. 391 A 400 - CLT Comprovante de tempo de gravidez Desde a confirmação até o término da Licença Gestante
Garantia de creche para o bebê Art. 389, 397, 400 – CLTObs: Toda empresa, com mais de 30 mulheres acima de 16 anos têm que oferecer creche ou reembolso creche. Certidão de nascimento do bebê Até os 06 anos
DICAS PARA MULHER QUE TRABALHA, MANTER A AMAMENTAÇÃO
Todas as Unidades de Saúde (Postos de Saúde, Centros de Saúde) tem profissionais que podem ajudá-la na amamentação.
Durante a licença gestante você pode oferecer somente o peito.
Duas semanas antes de regressar ao trabalho, você pode começar a retirar e guardar o excedente de Leite Materno.
Sugerimos que você ofereça o peito antes de sair de casa para o trabalho e ao regressar.
Nos horários de ausência materna, pode oferecer o Leite Materno ordenhado e outros alimentos com colher, copo ou xícara. Se for possível, evite a mamadeira.
COMO ARMAZENAR E DESCONGELAR O LEITE
Lavar bem as mãos.
O leite retirado durante sua jornada de trabalho pode ser guardado no frasco ou mamadeira esterilizada.
Conservá-lo e levá-lo para casa após a jornada de trabalho.
Na geladeira ele dura 24 horas, no congelador 07 dias, no freezer 15 dias.
O leite deverá ser descongelado e aquecido em banho-maria com o fogo desligado. Aquecer apenas a quantidade que o bebê for utilizar.
Caso sobre, desprezá-lo.
OBS: Caso você queira ser doadora de leite materno , ligar para o Banco de Leite mais próximo de sua casa ou entre em contato com algum Hospital Maternidade para obter mais INFORMAÇÕES.
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