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8.19.2010

QUASE GANHADOR



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Em estudo com máquinas caça-níqueis, grupo da Universidade de Cambridge destaca diferenças no cérebro do apostador contumaz que podem ajudar a explicar por que continuam a jogar mesmo quando estão perdendo

Quase. Passou muito perto. Na próxima vez está no papo. Segundo uma pesquisa feita na Universidade de Cambridge, no Reino Unido, o cérebro do apostador contumaz reage diferentemente na hora de encarar uma derrota.

Para quem não costuma jogar, perder é algo normal e sinaliza a hora de parar. Mas para quem tem no jogo de apostas o seu “vício” (dependência), não é bem assim. De acordo com o estudo, o cérebro desses apostadores reage de modo muito mais intenso a ocasiões em que a vitória esteve muito próxima do que ocorre nos demais.

Essa particularidade poderia explicar por que os jogadores obstinados (dependentes) continuam a apostar mesmo quando estão perdendo sem parar. No estudo, os pesquisadores analisaram os cérebros de 20 apostadores por meio de ressonância magnética funcional enquanto eles jogavam em uma máquina caça-níqueis.

Os pesquisadores observaram que as partes do cérebro envolvidos no processamento de recompensas – chamadas de centros de dopamina – eram mais ativos em pessoas com problemas de apostas do que em pessoas que apostavam socialmente (dois grupos nos quais os voluntários foram divididos).

Durante o experimento, os participantes jogaram uma máquina com duas rodas e ganhavam 50 pences a cada vez que o resultado eram dois ícones iguais. Duas figuras diferentes era considerado uma derrota, mas quando o resultado ficava a um ícone de um par (antes ou depois, na sequência do movimento), o resultado era considerado um “perdeu por pouco”.

Os pesquisadores observaram que esses últimos casos ativaram os mesmos caminhos cerebrais do que as vitórias, mesmo que não houvesse recompensa monetária. Verificaram também que a reação ao resultado era muito mais forte entre os apostadores contumazes.

“Os resultados são interessantes por que sugerem que as ‘derrotas por pouco’ podem estimular uma resposta dopamínica nos jogadores mais frequentes, mesmo quando isso não resulta em um prêmio. Se esses fluxos de dopamina estão direcionando o comportamento aditivo, isso poderá ajudar a explicar por que aqueles que têm nas apostas o seu problema acham tão difícil parar de jogar”, disse Luke Clark, um dos autores do estudo, que foi publicado no Journal of Neuroscience.

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