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9.03.2010

Dengue põe 80% da população sob alto risco

Das 27 unidades da Federação, 19 apresentam risco alto ou muito alto de epidemia; ministro da Saúde prevê uma vacina para os próximos anos
02 de setembro de 2010 | 0h 00

Cerca de 80% dos brasileiros vivem em Estados onde há risco alto ou muito alto de epidemia de dengue. Levantamento do Ministério da Saúde mostra que, das 27 unidades federadas, 19 apresentam essa classificação. Cinco Estados e Distrito Federal têm risco moderado da doença. "É preciso redobrar a prevenção", diz o ministro José Gomes Temporão.

Os dados fazem parte do novo indicador da pasta para avaliar o risco para a doença. Em vez de analisar o índice de infestação do mosquito transmissor, o ministério passa a considerar também critérios populacionais, circulação do vírus predominante, incidência de casos em anos anteriores e cobertura de abastecimento regular de água.

"O indicador será divulgado nesta época do ano, o que dá mais tempo para autoridades locais reforçarem ações de prevenção", observou o secretário de Vigilância em Saúde do ministério, Gerson Penna.

Para fazer o índice, a pasta não levou em consideração a possibilidade de contaminação pela dengue tipo 4, que, após 28 anos, voltou a circular no País. Três casos foram confirmados e 9 são investigados em Roraima. "Não há evidências de que a doença tenha saído do Estado. Tomamos as medidas de contingência", disse Penna.

Aumento. Segundo Temporão, o governo não prepara ação específica para enfrentar um eventual aumento de casos de dengue 4. "Desde o ano passado estamos alertas para o risco do retorno do subtipo do vírus. Todas as medidas necessárias foram tomadas." Entre elas está o aumento de 48 para 66 do número de postos-sentinela, onde são coletadas amostras de sangue de pacientes com suspeita da doença.

O ministro reforçou que só o combate ao mosquito pode reduzir o número de casos. "E isso tem de ser feito por todos, não apenas pelas autoridades de saúde." Ele admitiu que, enquanto não houver uma vacina eficaz contra todos os quatro tipos de vírus que provocam a doença, o problema não irá se resolver. "Não há solução mágica."

O ministro contou que testes em voluntários para uma vacina desenvolvida em parceria com o governo começaram a ser feitos há duas semanas, na Universidade Federal do Espírito Santo. "Sendo otimista, em alguns anos teremos proteção."

Diante dos números de risco, o ministério recomendou o aumento de municípios indicados para fazer o Levantamento Rápido de Infestação de Aedes aegypti (Liraa), que indica quais áreas têm maior número de criadouros. A meta é fazer o teste em 354 cidades, mais do que o dobro do realizado em 2009: 169 cidades.

Outra recomendação é de que os municípios iniciem o combate dos focos nas áreas consideradas de maior risco para a doença. Ontem e hoje, integrantes das secretarias municipais de saúde debatem com integrantes do ministério os novos critérios para a análise de risco da doença.

Até julho deste ano, foram registrados 942.153 casos suspeitos de dengue no País. Do total, 51% dos casos foram registrados no Sudeste.

Estadao

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