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9.05.2010

Malária: nova droga

Mosquito Anopheles, responsável pela transmissão da malária aos seres humanos (Getty Images)

Nova droga promete tratar a malária com dose única
Remédio parece ser mais potente do que os medicamentos usados atualmente, acreditam cientistas
Segundo a OMS, em 2008, houve aproximadamente 247 milhões de casos de malária, com quase um milhão de mortes
Cientistas descobriram uma nova droga promissora contra a malária, com potencial de tratar, com uma única dose, cepas mais resistentes da doença mortal, revelou um estudo publicado nesta quinta-feira na revista científica Science.

O medicamento poderá estar disponível para testes clínicos ainda este ano, e parece ser mais potente que os usados atualmente. "Estamos exultantes com o novo composto", afirmou Elizabeth Winzeler, co-autora do estudo, professora do Instituto de Pesquisas Scripps e membro do Instituto de Genômica da Fundação de Pesquisa Novartis.

"Ele possui muitas características encorajadoras enquanto candidato a medicamento, inclusive um perfil de segurança atraente e potencial de tratamento em uma única dose oral", acrescentou. Os métodos de tratamento atuais exigem que os pacientes tomem o medicamento de uma a quatro vezes por dia, de três a sete dias. Por isso, reduzir o tratamento a uma dose única dá menos oportunidade ao parasita desenvolver resistência ao medicamento, explicaram os cientistas.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, em 2008 houve aproximadamente 247 milhões de casos de malária, doença que causou naquele ano quase um milhão de mortes - a maioria das vítimas foram crianças africanas. A malária é contraída quando pessoas são picadas por mosquitos infectados com o parasita Plasmodium. A doença causa febre e vômitos e pode tornar-se rapidamente perigosa ao interromper o fluxo sanguíneo para órgãos vitais.

Resistência — Os parasitas desenvolveram resistência a uma série de medicamentos antimalária em muitas partes do mundo e há mais de uma década uma nova classe de medicamentos para tratar a doença começou a ser amplamente usada. "A malária permanece um flagelo", disse Mark Fishman, presidente dos Institutos de Pesquisa Biomédica da Novartis. "O parasita demonstrou ter uma habilidade frustrante de neutralizar novos medicamentos, do quinino aos derivados de artemisinina, cuja resistência atual é perturbadora", acrescentou, durante o comunicado.

"Estamos felizes de que nossos cientistas possam fornecer esta nova terapia potencial para a malária, baseados em uma estrutura química sem precedentes e direcionada para um novo alvo", disse. O medicamento foi testado em camundongos infectados com uma cepa de malária que costuma matar no prazo de uma semana.

Segundo os pesquisadores, uma única e elevada dose do medicamento mostrou-se capaz de curar todas as cobaias infectadas. Três dos seis ratos que receberam uma dose menor foram curados, e a taxa de cura chegou a 90% entre aqueles que tomaram três vezes a droga de menor dosagem. Eles acrescentaram que tem havido pouco incentivo econômico para o desenvolvimento de novos medicamentos antimalária porque a doença ataca, sobretudo, os países mais pobres do mundo.

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France-Presse)

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