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9.14.2010

Ossos: Firmes e fortes ?

A saúde dos ossos também está relacionada a uma vida saudável. Ter uma boa alimentação, fazer exercícios físicos e tomar sol na medida certa desde a infância podem reduzir a chance de ter osteoporose e outras doenças

Quando você vê um adolescente praticando esportes, em uma praça, em um dia ensolarado, pode pensar que aquilo se resume apenas a uma mera brincadeira e reunião entre amigos. Mas o que muita gente não imagina é que esse comportamento aparentemente simples, até mesmo rotineiro, pode trazer benefícios à saúde para uma vida inteira, inclusive quando o assunto são os ossos. Estima-se que 95% da formação dos ossos se dá justamente nessa etapa da vida, quando os hormônios estão trabalhando a todo o vapor. “Se não ganhar uma boa massa óssea nessa fase, a pessoa não ganha na vida adulta”, afirma Cynthia Brandão, assessora médica da Densitometria Óssea do Fleury Medicina e Saúde. Além da herança genética, são três os fatores que garantem uma boa formação óssea: praticar atividade física, tomar sol na medida certa (e isso os adolescentes da cena citada fazem em um simples jogo em grupo ao ar livre) e ter uma alimentação equilibrada, que inclua porções diárias de cálcio.

Todo esse cuidado tem uma razão: ao longo da vida adulta, e principalmente na terceira idade, as pessoas começam a perder massa óssea. Esse é um processo natural (e irreversível) para todos os seres humanos. Adultos costumam perder 1% da massa óssea a cada ano. Em mulheres após a menopausa, essa perda pode chegar a 4% anualmente – a explicação está nas mudanças provocadas pela menopausa, período no qual as taxas do hormônio estrogênio, conhecido como protetor dos ossos, são reduzidas e ocorre perda óssea acelerada em, aproximadamente, 30% das mulheres. Nos homens, a perda costuma ser menor, mas também acontece, especialmente após os 60 anos, inclusive com aumento da taxa de fraturas por fragilidade óssea. Neles, os principais fatores de risco não são os hormonais, mas sim o sedentarismo, o consumo regular de bebidas alcoólicas e o tabagismo. Quando essas perdas são graves (redução da densidade mineral óssea em mais de 25% comparada ao adulto jovem, de 20 a 40 anos), a pessoa apresenta osteoporose e maior risco de fratura por baixo impacto ou mínimo trauma, principalmente da coluna, do colo do fêmur e do punho. As fraturas estão relacionadas a um maior risco de novos eventos, prejuízo da qualidade de vida, dor crônica, redução da estatura e limitações para executar atividades da vida diária e de lazer, com maior grau de dependência.

Estima-se que 10 milhões de brasileiros tenham osteoporose. No ano passado, foi realizado o Brazilian Osteoporosis Study (Brazos), primeiro grande estudo epidemiológico em amostra representativa da população nacional adulta com o objetivo de avaliar os principais fatores de risco associados com osteoporose e fratura por baixo impacto, como hábitos alimentares, atividade física, qualidade de vida e quedas, entre outros. Idealizado e promovido pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), o estudo observou elevada prevalência de fratura em homens e mulheres após os 40 anos de idade (15%). A pesquisa mostrou que 90% dos entrevistados não sabiam o que significava osteoporose. “Foi observado que a maioria da população já ouviu falar de osteoporose, mas desconhece suas principais conseqüências e formas de prevenção”, explica Marcelo Pinheiro, médico e coordenador do levantamento. Aí aparece outro desafio relacionado à osteoporose: ela é silenciosa. “Em geral, as pessoas não sentem nada até ter uma fratura”, diz. O estudo indicou que 85% dos homens e 70% das mulheres que já tinham apresentado uma fratura por baixo impacto desconheciam a doença que ocasionara o evento, a osteoporose. Além disso, os médicos pesquisadores constataram baixo consumo de cálcio e vitamina D, bem como elevado grau de sedentarismo (76%) e de tabagismo (25%).

ATIVIDADE FÍSICA
Exercitar-se é fundamental para ter ossos saudáveis. A força mecânica gerada pelos exercícios, quando aplicada sobre o tecido ósseo, gera sinais bioquímicos que estimulam as células que formam a matriz óssea. E se isso ocorre na adolescência, quando há o auge da formação óssea, melhor ainda. “Ao fazer exercícios como musculação, corrida ou bicicleta, nessa fase da vida, a pessoa acaba aproveitando melhor a sua capacidade de produção óssea, herdada geneticamente”, explica Cynthia. É por isso que se pode dizer que ossos e músculos caminham juntos. Ao estimular um, você automaticamente gerará benefícios ao outro. Na terceira idade, então, o ideal é caminhar e fazer exercícios contra resistência, popularmente conhecidos como musculação, pois isso ajuda a combater a perda de massa óssea, que ocorre mais intensamente nessa etapa da vida. Exercícios que não utilizam a força da gravidade, como os realizados na água (hidroginástica e natação), embora não tragam benefícios diretos para a prevenção e o tratamento da osteoporose, são muito bons para o condicionamento físico e cardiovascular e podem reduzir o risco de quedas.

ALIMENTAÇÃO
Outro grande aliado no combate à osteoporose é uma alimentação rica em nutrientes. E a pesquisa mostrou que os brasileiros têm deficiências alimentares de cálcio e vitamina D. Enquanto a recomendação para adultos é a ingestão de 800 a 1.000 miligramas de cálcio por dia, o brasileiro consome, em média, 400 miligramas. “É necessária a ingestão de cinco porções diárias de leite e seus derivados, que são a principal fonte de cálcio”, diz Marcelo Pinheiro. A quantidade, ensina o médico, pode ser dividida em dois copos de leite (tanto faz desnatado ou integral), duas fatias de queijo e um pote de iogurte, por exemplo. Cada um deles oferece, em média, 300 miligramas de cálcio. Mas vale lembrar que essa substância não está somente no leite. Há outras fontes, como peixes, algumas sementes e vegetais verdes (conheça outros alimentos e suas quantidades de cálcio na tabela ao lado).
Parece difícil fazer os cálculos de ingestão diária de cálcio? Nem tanto. Basta usar a criatividade. Inclua iogurtes e fatias de queijo em lanches rápidos no meio do dia. Abuse de queijos ralados nos pratos do almoço e do jantar. Crie sobremesas com frutas à base de leite. Para quem acha que as sugestões podem ser muito calóricas, basta lembrar que tudo pode ser feito com leite desnatado e queijos mais magros. E o sabor doce natural das frutas dispensa o uso de açúcar.

SOL
Outro componente fundamental para ter ossos saudáveis é a vitamina D, responsável pela boa absorção do cálcio em nosso organismo. E como conseguir vitamina D? Não é preciso ir longe para encontrá-la. A fonte é gratuita, e, nisso, os brasileiros, que vivem em um país tropical, são privilegiados. Acontece que quase toda a vitamina D de que necessitamos é produzida a partir da exposição da pele ao sol. Esse contato libera a produção da substância, responsável por manter as concentrações de cálcio no sangue. Até os 60 anos de idade, o ideal é tomar de 15 a 20 minutos de sol todos os dias, sem protetor solar, nas primeiras horas da manhã (até às 9h) ou após às 16h. Mas não é preciso ir à praia ou à piscina. Basta expor superfícies como braços e pernas. Isso já é suficiente. O restante da vitamina D pode vir da ingestão de alimentos ricos nessa substância, como óleos, alguns peixes (salmão, arenque e sardinha, por exemplo), gema de ovo, nozes e amêndoas – todos fáceis de encontrar por aqui, embora nem sempre façam parte da dieta do brasileiro, mas que deveriam ser incluídos com maior freqüência na rotina alimentar. A suplementação, tanto de cálcio quanto de vitamina D, pode ser importante em alguns casos, principalmente quando a pessoa não consegue ingerir as quantidades mínimas necessárias ou tem doenças que comprometem a síntese ou aumentam a perda da vitamina D – mas somente o médico poderá recomendá-la.

Densitometria óssea: um exame importante
Exame pode ser feito por pessoas de qualquer idade
O melhor tratamento contra a osteoporose é a prevenção, que deve começar na infância. Uma boa avaliação da saúde dos ossos nessa fase da vida ajuda a garantir um futuro saudável, já que os pequenos podem apresentar problemas de osteopenia, ou seja, não ganhar massa óssea na proporção adequada para sua faixa etária. Isso pode acontecer com crianças asmáticas, que façam uso contínuo de corticóides, que tenham diabetes, doenças reumáticas ou apresentem problemas renais e intestinais. Nesses casos, é importante fazer uma densitometria óssea, que verifica se a massa óssea está adequada à idade. Para examinar crianças e adolescentes, o Fleury conta com um software específico. “É um exame importante, mas ainda pouco difundido”, afirma Cynthia Brandão. No ano passado, das 2 mil densitometrias ósseas realizadas pelo Fleury, apenas 5% foram com crianças.
O Fleury também passará a oferecer o exame para pessoas obesas. Geralmente, os equipamentos comuns suportam até 120 quilos. “Em breve teremos uma máquina que pode atender pacientes com até 200 quilos, ajudando a avaliar melhor essa pessoa, que até então ficava sem atendimento”, informa Cynthia
Fleury Medicina e Saúde

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