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10.03.2010
"Orelhas de Abano"
1- O que é a otoplastia?
Esse é o nome técnico da cirurgia da orelha. "Serve para corrigir diversas alterações anatômicas das orelhas, melhorar a forma e diminuir sua proeminência, colocando-as em uma posição mais harmônica em relação às proporções faciais", explica o cirurgião plástico Fabrício Torres (SP).
2 - Qual é a indicação da técnica?
A otoplastia é realizada se a orelha não está nos padrões costumeiros e é mal formada. Isso significa orelhas de abano, ou seja, muito projetadas e abertas, e também aquelas que não têm as curvas internas. De acordo com o cirurgião plástico Bernardo Melman, da Clínica Downton (RJ), essas deformidades podem ser genéticas, devido a algum tumor ou acidente. Nas crianças, o mal pode atrapalhar o desenvolvimento da personalidade. Nos adultos, pode comprometer o desempenho no trabalho e dificultar a ascensão profissional. Por isso, a indicação da cirurgia está intimamente ligada à baixa auto-estima.
3 - Qual é a contra-indicação?
Não há. Apenas a orientação de ser realizada após os sete anos de idade.
4 - Quais são os procedimentos pré-operatórios?
É necessário fazer os exames de rotina, como sangue, coagulação, eletrocardiograma, fezes, urina e raio-x do tórax. Durante a consulta, o médico irá perguntar (e você deve responder com sinceridade absoluta) sobre o uso de medicamentos, drogas, cigarro e bebida alcoólica. "Você precisa lavar o cabelo na véspera da cirurgia e, se o procedimento for realizado sob anestesia geral, fazer jejum de oito a doze horas", esclarece o cirurgião plástico Luis Henrique Bussinger (RJ).
5 - Como é realizada a cirurgia?
Sob anestesia local ou geral, é feita uma incisão atrás da orelha (no sulco entre ela e a cabeça) cerca de 3 a 4 cm. Em seguida, é feito o descolamento e rotação da concha auricular, fixando-a por pontos mais próximos da cabeça. Como se trata de uma região de pele muito fina, a cicatriz tende a ficar quase imperceptível. É utilizado um fio absorvível, que dispensa a retirada dos pontos no pós-operatório. A cirurgia dura em torno de uma hora e meia para os dois lados.
6 - Como é o pós-operatório?
O cirurgião prescreve analgésicos e antibióticos nos primeiros dias e higiene local. A paciente precisa manter as orelhas secas e tomar cuidado com traumas locais no primeiro mês. O curativo nada mais é do que uma faixa (pode-se substituir por lenços e faixas de cabelo para deixar o visual mais moderno e disfarçar a cirurgia), que deve ser usada durante um mês para manter a orelha na posição desejada. Durante os cinco primeiros dias, lave o cabelo com água e sabão neutro. A cicatriz fica protegida com curativos pequenos. O retorno às atividades se dá após cinco dias da cirurgia.
7 - Como manter o resultado?
Após o primeiro mês, poucos cuidados são necessários. Entre eles, ficar atenta a traumas locais e evitar sol, friagem e vento por quatro meses. O acompanhamento médico deve ser mensal durante três meses para que o cirurgião possa acompanhar o processo de cicatrização.
8 - Em quanto tempo é possível notar o resultado?
Ao terminar a operação, a paciente se olha no espelho e percebe a correção obtida, mesmo com o inchaço. Assim que se retira o curativo, já se tem 80% do efeito almejado. Após seis semanas, o resultado será definitivo.
9 - Há necessidade de refazer a cirurgia?
Se houver alguma complicação, é preciso, sim, refazer o procedimento cirúrgico. Mas o resultado é definitivo na maioria dos casos. É importante deixar claro que uma leve assimetria sempre ficará, pois, mesmo as pessoas não operadas e com orelhas normais, não apresentam simetria absoluta. Entretanto, as estatísticas mostram que pode haver recidiva do abano (parcial, geralmente) em 5% dos casos. As recidivas são mais comuns nos adultos e nas pessoas com a cartilagem inelástica (mais dura). Nestes casos, pode ser necessária uma segunda intervenção.
10 - Quanto custa o procedimento?
A cirurgia custa de R$ 4 mil a R$ 6 mil e a faixa compressora de R$ 50 a R$ 120.
FONTE: Revista Plástica & Beleza
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