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11.26.2010

O tamanho da felicidade

Governo britânico quer medir felicidade da população

Premiê David Cameron quer calcular bem-estar, levando em conta renda, saúde

O governo britânico anunciou planos de lançar um novo índice para medir o bem-estar da população: o índice da felicidade.
A iniciativa deriva de uma proposta que já vinha sendo defendida pelo primeiro-ministro, David Cameron, anos antes de ele ser eleito para o cargo.
Em 2005, quando concorria à liderança do Partido Conservador, ele defendeu a tese de que o Produto Interno Bruto (PIB) - medida padrão para atividade econômica usada em todo o mundo - não seria um bom indicador e disse que a avaliação do bem-estar da população seria uma das "questões políticas centrais dos nossos tempos".
Nesta semana, Cameron lançou uma consulta popular pela internet para avaliar a iniciativa de um censo para avaliar o "índice de felicidade".
A consulta faz parte do National Well Being Project (Projeto do Bem-Estar Nacional, em tradução livre), que, ainda em seu estágio inicial, está identificando as perguntas e temas que ajudariam a avaliar o bem-estar da população.
As perguntas serão acrescentadas a uma pesquisa que será conduzida pelo Escritório Nacional de Estatísticas (ONS, na sigla em inglês) a partir de abril. Entre os temas já identificados estão fatores como desigualdade de salários, saúde, níveis de educação e a situação do meio-ambiente.
A um custo estimado de £2 milhões (quase R$ 5.5 milhões), o projeto tem sido alvo de críticas no país, às voltas com uma grave crise econômica.
Mas Cameron justifica o gasto dizendo que as respostas obtidas deverão influenciar as políticas do seu governo.
A iniciativa de Cameron não é novidade. O ex-senador americano Robert Kennedy, morto em 1968, costumava dizer que o PIB media tudo "exceto aquilo que faz a vida valer a pena".
O Partido Trabalhista também pensou em introduzir formas de mensurar a qualidade de vida quando estava no poder, mas o então primeiro-ministro Tony Blair acabou abandonando a ideia.
O Banco Mundial, a Comissão Europeia, a ONU e a Organizção para Cooperação Econômica e Desenvolvimento (OCDE) também estão considerando índices alternativos semelhantes.
 A chefe do ONS, Jill Matheson, disse que "não há escassez de números que possam ser usados para criar medidas de bem estar, mas não terão sucesso se não forem aceitas e compreendidas".
"Queremos desenvolver medidores baseados no que as pessoas nos dizem ser os determinantes mais importantes".
Entre os possíveis indicadores estariam saúde, nível educacional, desigualdade de renda e o meio-ambiente.
Matheson disse que não há uma decisão sobre que perguntas específicas serão incluídas na pesquisa.
Ela explicou que o estudo vai envolver "uma avaliação do próprio povo sobre o seu bem estar", assim como "outros indicadores dos fatores determinantes".

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