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12.01.2010

1º Dezembro: Dia Mundial do combate a AIDS

Unicef declara que geração livre de HIV é meta possível

370 mil crianças nasceram com vírus da Aids em 2009.
Dados são de relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância.

Reuters
Uma geração de bebês poderá nascer livre da Aids caso a comunidade internacional intensifique seus esforços para dar acesso universal à prevenção contra o HIV, ao tratamento e à proteção social, defendeu a Organização das Nações Unidas (ONU) nesta terça-feira (30).
Só pouco mais da metade das
grávidas infectadas receberam as drogas necessárias para evitar a transmissão de mãe para filho
Um relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) indicou que milhões de mulheres e crianças, especialmente nos países pobres, são negligenciadas pelos serviços de HIV por causa do seu gênero, de seu status econômico ou social, da localização ou da educação.
Embora crianças tenham se beneficiado do progresso substancial da luta contra a Aids, afirma o documento, é preciso fazer mais para garantir que todas as mulheres e crianças tenham acesso aos medicamentos e serviços de saúde destinados a evitar a transmissão do HIV de mãe para filho.
De acordo com os dados mais recentes da ONU, 370 mil crianças nasceram com o HIV em 2009, a grande maioria delas na África - de longe a região que mais sofre com a Aids.
"Apesar de ser muito raro uma criança nascer com HIV no mundo desenvolvido, há ainda mil recém-nascidos por dia infectados na África", disse o diretor de HIV e Aids do Unicef, Jimmy Kolker, a jornalistas. 'Isso é algo que sabemos como evitar.'
A Aids ainda é uma das principais causas de morte em todo mundo entre mulheres em idade reprodutiva e uma causa importante de morte materna em países com epidemia de Aids. Na África Subsaariana, 9% das mortes maternas são atribuíveis ao HIV e à Aids, disse o Unicef.
Apenas pouco mais de metade de todas as grávidas infectadas pelo HIV obtiveram as drogas necessárias para evitar a transmissão de mãe para filho em 2009, em comparação com os 45% de 2008.
Em 2009, cerca de 33,3 milhões de pessoas ao redor do mundo tinham o vírus da imunodeficiência humana (HIV), que causa a Aids - 22,5 milhões delas viviam na África Subsaariana.
O Unicef afirmou que um dos aumentos mais significativos no acesso às drogas de prevenção ocorreu no leste e no sul da África, onde a proporção subiu 10 pontos percentuais, de 58% em 2008 para 68% em 2009.

HIV: diagnóstico mais rápido

Fiocruz desenvolve teste que permite iniciar tratamento precoce para soropositivos

Rio - Em vez de 30 dias, 25 minutos. Testes de HIV serão muito mais rápidos a partir do ano que vem. O Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) desenvolveu exame que atesta o diagnóstico da doença em cerca de meia hora. Atualmente, a angustiante espera até a confirmação é de, no mínimo, um mês.

Segundo a coordenadora da área de Laboratório do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Lilian Inocêncio, a partir do segundo semestre de 2011, quem for aos centros de testagem terá a confirmação do HIV rapidamente. “No primeiro semestre, o Teste Confirmatório Imunoblot estará disponível em 160 laboratórios públicos. Em uma segunda etapa, vão para os centros de testagem rápida”, explicou Lílian.

O gerente do Programa de Desenvolvimento de Reativos de Bio-Manguinhos, Antônio Ferreira, ressaltou que, quanto mais rápido se tem o diagnóstico, melhor pode ser o tratamento do soropositivo.

“A tendência é, com o tempo, desenvolvermos testes ainda melhores, com resultados ainda mais rápidos, o que ajuda no tratamento. A tecnologia já estará disponível a partir do ano que vem. A demora vai depender somente dos laboratórios”, ressaltou.

Teste para detectar sífilis

A Fiocruz também anunciou que o Brasil será pioneiro a produzir teste que detecta sífilis em 15 minutos. O exame estará disponível na rede pública em cinco anos. “Estamos contribuindo para ampliar as ações de controle de DSTs, empreendidas pelo ministério ao garantir acesso da população às avançadas tecnologias”, disse o diretor de Bio-Manguinhos, Artur Couto.

Mortalidade por Aids atinge menor nível dos últimos 20 anos em SP

A mortalidade por Aids no Estado de São Paulo atingiu o menor nível em 20 anos. É o que aponta o mais novo boletim epidemiológico sobre a epidemia produzido pela Secretaria de Estado da Saúde, com base nos dados da Fundação Seade.
Em 2009 houve 7,8 óbitos por 100 mil habitantes em todo o Estado. Este índice só havia sido menor em 1989, época que a doença estava em pleno avanço, com 5,5 mortes por 100 mil habitantes. A pior taxa, de 22,9, foi registrada em 1995.
No ano passado ocorreram 3.230 mortes por Aids no Estado, contra 3.356 em 2008. O índice de mortalidade entre homens nesse período de um ano caiu de 11,1 óbitos por 100 mil habitantes para 10,5, enquanto o de mulheres passou de 5,4 para 5,2.
“Esta redução se deve a uma série de fatores, em especial à introdução das novas terapias antirretrovirais de resgate nos últimos dois anos e ao incentivo ao diagnóstico precoce de HIV por intermédio das campanhas de testagem gratuita”, explica Maria Clara Gianna,  coordenadora do Programa Estadual DST/Aids.
O número de novos casos de HIV em 2009 foi de 4.727, contra 6.573 em 2008 e 6.378 em 2007. O dado de casos novos de 2009, entretanto, ainda é preliminar e poderá sofrer alterações.
O levantamento da Secretaria apontou, ainda, aumento da transmissão de HIV/Aids entre homossexuais masculinos. Em 2009 foram 802 casos, contra 871 em 2008 e 776 no ano anterior.
Desde 1980, entre os 120.927 casos de Aids notificados em homens, 34.055, ou 28,2%, ocorreram em homens que fazem sexo com homens. Mas na última década a participação proporcional de casos registrados nesse grupo entre o total de casos em homens cresceu de 24,1% em 2000 para 35,3% no ano passado.
Do UOL Ciência e Saúde

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