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12.02.2010

Radiofrequência contra a hipertensão

Nova técnica reduz os níveis de pressão arterial sem medicamentos e estará disponível dentro de um ano

Após anos sem novidades significativas, o tratamento da hipertensão finalmente recebeu uma renovação. Na última semana, cientistas australianos anunciaram os primeiros e bem-sucedidos resultados de uma terapia que usa a radiofrequência para controlar a pressão arterial. Os detalhes da pesquisa que avaliou a técnica foram revelados em um artigo publicado na versão online da prestigiosa revista científica “The Lancet” e logo entusiasmaram os especialistas. Afinal, a hipertensão é uma das principais causas de doenças cardiovasculares como infarto e acidente vascular cerebral e, quanto mais alternativas de combate a ela, melhor.
O método foi aplicado em 106 pacientes. Em comum, eles tinham anos e anos de tratamento sem efeitos definitivos: portavam uma hipertensão resistente até mesmo aos três medicamentos que tomavam, em média, diariamente, havia cinco anos. Em geral, a pressão sistólica (quando o sangue é bombeado pelo coração para o corpo) do grupo era 17 mmHg, acima dos 12 mmHg recomendados.
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A radiofrequência foi usada para neutralizar a atividade dos nervos ligados aos rins. Esses órgãos desempenham papel importante no surgimento e manutenção da hipertensão e já se sabia que uma hiperestimulação nervosa na região também está associada ao problema. Portanto, controlar o funcionamento dessa cadeia nervosa poderia ser uma forma de atacar a doença. Na verdade, a estratégia já havia sido tentada antes, mas cirurgicamente (os nervos foram cortados). Porém, não surtiu efeito.
A aplicação da energia, ao contrário, conseguiu baixar em média em três pontos a pressão arterial dos participantes, em uma única sessão (leia mais detalhes no quadro). “Demonstramos que o método é seguro e apresenta efeitos por mais de dois anos”, disse Murray Esler, coordenador do trabalho. “Ainda há questões a serem esclarecidas, mas o resultado é animador”, complementou Suzanne Otaril, da Universidade do Alabama, nos EUA. Os cientistas preveem que a técnica esteja disponível para os pacientes em geral em 2011.
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