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12.20.2010


Fantasmas na cama dos homens

Impotência, ejaculação precoce e falta de orgasmo os assombram na hora do sexo

POR CLARISSA MELLO
Rio - Quase metade dos brasileiros tem algum grau de dificuldade de ereção. Além disso, eles também sofrem com os ‘fantasmas’ da ejaculação precoce, falta de libido e até dificuldade para atingir o orgasmo. Foi o que revelou a pesquisa ‘Movimento pela Saúde Masculina’, da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), feita com 10 mil homens de 22 municípios, entre março e dezembro deste ano.

“O índice de homens que têm dificuldades para atingir o orgasmo (14%) chama atenção porque esse problema é pouco falado”, destaca o urologista da SBU Paulo Bastos. Segundo ele, na maioria das vezes, o mal não é causado por doenças específicas: é consequência de problemas psicológicos ou uso de drogas.
Arte: O Dia
Arte: O Dia
“O problema é mais comum em jovens que estão começando a vida sexual e usuários de álcool e drogas. Alguns medicamentos, como antidepressivos, também causam o transtorno. É preciso ir a um médico para identificar as causas e fazer uma avaliação psicológica”, explica.

Insegurança e tabu

Uma outra pesquisa, o Estudo da Vida Sexual do Brasileiro, liderada pela psiquiatra Carmita Abdo, coordenadora do Programa de Estudos em Sexualidade (ProSex) da USP, revelou que a ejaculação precoce também é um assunto recorrente em consultórios.

Segundo Carmita, ausência de autoconfiança, inibição excessiva diante da parceira, intranquilidade, receios e excesso de expectativa são fatores que influenciam negativamente na relação sexual. Quanto maior a ansiedade, maiores são as chance de ter problemas no desempenho sexual. Já em relação à disfunção erétil, é importante estar atento: a impotência pode estar ligada a outras doenças.

“A partir dos 40 anos, as falhas de ereção aparecem com mais frequência e podem sinalizar que doenças como diabetes, hipertensão, problemas cardíacos e depressão estão se instalando e colocando em risco não só a vida sexual, mas a qualidade de vida”, diz Carmita, ressaltando que é fundamental a participação da mulher nos cuidados com a saúde do homem.

“Muitas vezes, depende mais das mulheres cuidar da saúde masculina, por meio do incentivo à adoção de hábitos de vida saudáveis e agendamento de consulta com o urologista pelo menos uma vez por ano”, aconselha.

O presidente da SBU, Modesto Jacobino, acrescenta que um dos motivos que colaboram para a ausência de homens nos consultórios médicos é a falta de políticas de saúde voltadas para esse público. Ele também acredita que falta treinamento dos profissionais de saúde para que o atendimento seja feito de forma correta.

“Além disso, muitas vezes o paciente é atendido por mulheres e se sente inibido de dizer as queixas em relação à saúde. Sabemos que há demanda, o homem quer se cuidar mais. Mas ele ainda precisa quebrar tabus”, conclui.

Excesso de automedicação

Cerca de 44% dos brasileiros têm problemas de ereção, mas só 30% procuram um especialista antes de começar a usar medicamentos contra disfunção erétil, como o Viagra. No Rio, o índice é ainda mais alarmante: 75% dos cariocas que participaram da pesquisa disseram usar a chamada ‘droga do amor’ sem orientação médica.

“Repudiamos o uso de medicamentos sem orientação médica, principalmente o uso recreativo do Viagra. Para saber se é necessário, é preciso consultar o urologista e fazer exames”, afirma Modesto Jacobino. Já Paulo Bastos lembra que, após os 40 anos, o homem também deve fazer exame de próstata ao menos uma vez por ano.

“Quem tem histórico de doenças de próstata na família deve fazer os exames a cada seis meses. O procedimento é simples e inclui toque retal com exames complementares”, ensina.

Além de ir ao urologista pelo menos uma vez por ano, para evitar problemas sexuais basta seguir uma receita simples: praticar exercícios regularmente, ter alimentação adequada, não fumar e evitar bebidas alcoólicas.

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