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1.31.2011

Nova cirurgia para hemorróidas

Muitos pacientes que sofrem de hemorróidas tem medo da cirurgia. Parte disso se deve ao temido pós-operatório, um dos mais doloridos. Uma nova cirurgia, disponível em países da Europa e agora no Brasil, promete acabar com o problema sem corte, sem dor e com rápida recuperação. Entre os especialistas, porém, não há consenso sobre os benefícios. Chamada de Dearterialização Hemorroidária Transanal guiada por Doppler (THD) - técnica é relativamente simples. Com o paciente anestesiado (peridural), o cirurgião insere um anuscópio (equipamento para visualizar o canal retal) com um ultrassom (doppler) na ponta.
O aparelho mede o fluxo sanguíneo pelo som. Identificado o "pulso", é acionada uma agulha que fica no aparelho. A veia é então costurada, reduzindo o fluxo que alimenta a hemorroida. Sem sangue, ela murcha, diminuindo muito o tamanho.
O tecido que sobra também é costurado no lado interno do reto. "Fazemos uma espécie de "lifting" da mucosa para que ela suba em direção ao reto. É o que a gente faz quando a pálpebra está caída", exemplifica Sidney Klajner, proctologista e cirurgião do Hospital Albert Einstein, que introduziu a técnica no Brasil.
A Anvisa autorizou a cirurgia em junho. Desde então foram feitas 16 operações em São Paulo e em Porto Alegre. As hemorroidas são resultado da dilatação das artérias que ficam na região do ânus. Predisposição genética, dificuldades para evacuar e esforço físico excessivo podem deflagrar a doença.
Em geral, nos graus iniciais, o tratamento das hemorroidas é clínico, à base de pomadas anestésicas, reguladores intestinais e orientação para mudança de hábitos alimentares. Nos graus mais avançados, especialmente quando as hemorroidas saem para fora do canal retal (prolapso), a indicação é quase sempre cirúrgica.

Folha de São Paulo

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