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2.21.2011

Doença celíaca: alergia alimentar desencadeada por uma proteína chamada glúten

Os cereais são um alimento fundamental para a boa nutrição de todos os povos. Eles fornecem energia saudável sob a forma de amido e também são responsáveis por três quartos da proteína que consumimos. Contudo, para cerca de 1% da população mundial, nem todos os cereais podem ser consumidos pois provocam uma patologia – a doença celíaca.
Trata-se de uma alergia alimentar desencadeada por uma proteína chamada glúten, presente no trigo, centeio, cevado e aveia, que conduz à lesão do intestino impedindo o seu normal funcionamento. Entre outras consequências verifica-se uma redução da absorção de diversos nutrientes, que na criança podem conduzir a um atraso do crescimento. A doença celíaca não é contudo uma doença dos mais novos, pois afecta todas as idades podendo manifestar-se por diarreia, perda de peso, fadiga e anemia.

O número de pessoas afectadas por esta doença poderá ser muito superior às estimativas oficiais pois muitas pessoas não apresentam sintomas exuberantes, podendo viver com a doença sem suspeitar de que dela padecem. Acresce que o seu diagnóstico definitivo também não é fácil pois implica que se efectue uma biopsia ao intestino.

O tratamento desta alergia alimentar consiste em deixar de consumir permanentemente todos alimentos que contém glúten, pois não há actualmente nenhuma forma de restabelecer o normal funcionamento do intestino se o mantivermos exposto a esta proteína.

O desafio dos doentes celíacos consiste portanto em assegurar uma alimentação saudável e saborosa sem glúten, uma tarefa que pode ser complicada tendo em conta que existem muitos produtos alimentares que integram cereais nos seus ingredientes ou que se encontram contaminados por estes.

A boa notícia é que a oferta de produtos isentos de glúten tem vindo a melhorar. Estes produtos obedecem a uma legislação alimentar específica que assegura um teor máximo de glúten por kg de produto (20 mg/kg) para que este não afecte o funcionamento do intestino das pessoas com hipersensibilidade a esta proteína (doente celíaco)

Várias cadeias de hipermercados já disponibilizam actualmente muitos produtos deste tipo, havendo uma que apresenta inclusivamente um selo de garantia da Associação Portuguesa de Celíacos. As opções estão em cima da mesa por isso, não há porque facilitar!

Nutricionista: Vitor Dauphinet

Indicações alimentares gerais para doentes celíacos (*)

ALIMENTOS PERMITIDOS (que não contém glúten)
Milho, arroz e trigo-sarraceno;
Batata, tapioca e mandioca;
Carne, peixe, ovos e marisco;
Fruta, legumes e leguminosas;
Leite, iogurtes naturais e queijo fresco;
Açúcar, azeite e óleos vegetais;
Vinho e ervas aromáticas, entre outros
Alimentos que apresentam na sua rotulagem a designação “isento de glúten”
ALIMENTOS PROIBIDOS
Todos os alimentos que contenham trigo, centeio, cevado ou aveia e seus derivados na sua composição:
Produtos de panificação e pastelaria (pão, bolos, bolachas);
Massas alimentícias;
Iogurtes com cereais;
Panados;
Pizzas;
Delícias do mar;
Farinheira e alheira;
Cerveja;
Etc.
ALIMENTOS PERIGOSOS
Alimentos que podem conter glúten, disfarçadamente, na sua composição devido ao processamento industrial que sofrem. Entre estes, contam-se:
Produtos de charcutaria;
Pré-cozinhados / cozinhados e ultra congelados;
Molhos e temperos industriais;
Sobremesas instantâneas;
Gelados;
Chocolates;
Frutas em calda e cristalizada;
Gelatinas;
Produtos de soja;
Natas, manteigas e margarinas;
Etc.

(*) Estas indicações alimentares são de carácter geral, não pretendendo substituir as recomendações prescritas pela equipa de saúde que acompanha o doente celíaco.

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