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2.15.2011

Vacina contra o HIV até 2050


O Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas (Ipec/Fiocruz), em conjunto com o Futures Institute e a International Aids Vaccine Initiative (Iavi), realizou um estudo epidemiológico para avaliar os efeitos do desenvolvimento e implementação de uma vacina contra o HIV no Brasil nos próximos 40 anos. O trabalho estimou possíveis impactos na redução de novas infecções, mortes e pessoas que fazem uso de medicamentos antirretrovirais.

Caso a vacina fosse introduzida em 2015, até 2050 haveria uma redução de 73% no número de novas infecções pelo HIV. A pesquisa aponta, ainda, a queda de 30% em casos de mortes durante o período, quando 80% da população adulta entre 15 e 49 anos estariam imunizados por uma vacina de 40% de eficácia.   O estudo foi publicado na revista científica internacional PLoS One e se baseou em diferentes cenários e grupos de risco. Para os pesquisadores, esses estudos de modelagem são fundamentais na preparação de governos para a adoção de políticas quando um imunizante estiver disponível. Eles informam que estratégias de vacinação, mesmo com uma vacina ainda imperfeita, podem ser altamente efetivas e de custo-benefício considerável.

Segundo os autores, a epidemia de Aids no Brasil continua concentrada em populações de alta vulnerabilidade, isto é, pessoas acima de 50 anos. Mas, apesar disso, o percentual nesta faixa etária é menor do que 10%, o que fez os pesquisadores considerarem como grupo de médio risco pessoas de 15 a 49 anos. Nesse sentido, usuários de drogas, homens que fazem sexo com homens, profissionais do sexo e seus clientes, e pessoas que têm mais de um parceiro sexual em um ano são classificados como grupos de alto risco, podendo ser os principais alvos para a suposta vacina.

Inicialmente, os pesquisadores modelaram a epidemia de Aids no Brasil até 2007. Com isso, simularam como esta caminharia até 2050, caso permanecessem estáveis as medidas de prevenção e a cobertura de pacientes em tratamento, mantendo, assim, a prevalência do HIV estável ao longo do período. Sem qualquer nova intervenção, a projeção indicou mais de 1 milhão de novas infecções e quase 500 mil mortes, de 2010 a 2050. Em um cenário em que as populações de médio e alto risco fossem vacinadas com um imunizante 40% eficaz, entretanto, a medida resultaria na redução de 52% de novas infecções e de 21% da quantidade de mortes devido ao HIV.

“Certamente, uma vacina 70% efetiva aplicada na população em geral resultaria em um impacto mais significativo, interferindo drasticamente na epidemia brasileira pela redução de 92% do número de novas infecções, de 2020 a 2050”, estimam os autores. Os pesquisadores revelam que mesmo uma estratégia orientada para a vacinação de populações de médio e alto risco com uma vacina 70% efetiva, ainda assim, iria produzir uma redução de 74% de novas infecções. Outras situações foram avaliadas a fim de verificar a relevância de fatores que podem diminuir ou interferir no impacto da vacina. Comportamentos de desinibição, ou seja, a redução do uso de preservativos, por exemplo, e falhas no alcance e na vacinação de populações de maior vulnerabilidade à infecção pelo HIV foram alguns dos casos analisados.

Dois cenários foram considerados para a observação da importância do comportamento de desinibição. No primeiro, o número de novas infecções foi reduzido em 42% (em vez de 73%) quando a população foi imunizada por uma vacina de baixa eficácia e gradualmente diminuiu o uso de preservativos. No segundo, o estudo apresentou até um aumento de 8,5% no número de novas infecções, em uma projeção em que 50% da população de médio e alto risco vacinados imediatamente pararam de usar camisinha.

Os pesquisadores explicam que as evidências mostradas neste estudo podem oferecer um poderoso argumento para a relevância de continuar investindo na pesquisa e no desenvolvimento de um imunizante para combater o HIV, mesmo em um contexto de epidemia concentrada. Os estudiosos ressaltam que, na vigência de uma vacina imperfeita, as medidas de prevenção deverão ser mais reforçadas, sob o risco de aumentarem ainda mais as novas infecções. Informam ainda que o uso sistemático de preservativos também reduz a incidência das outras doenças sexualmente transmissíveis.

As conclusões do estudo relacionadas ao impacto de estratégias de vacinação podem demonstrar a importância de informar e acelerar discussões a respeito da produção de uma vacina e encorajar a adoção do produto no futuro. Além disso, é uma maneira de estimular a discussão sobre as melhores estratégias para atingir as populações mais vulneráveis à infecção pelo HIV.

O Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas (Ipec/Fiocruz), em conjunto com o Futures Institute e a International Aids Vaccine Initiative (Iavi), realizou um estudo epidemiológico para avaliar os efeitos do desenvolvimento e implementação de uma vacina contra o HIV no Brasil nos próximos 40 anos. O trabalho estimou possíveis impactos na redução de novas infecções, mortes e pessoas que fazem uso de medicamentos antirretrovirais.

Caso a vacina fosse introduzida em 2015, até 2050 haveria uma redução de 73% no número de novas infecções pelo HIV. A pesquisa aponta, ainda, a queda de 30% em casos de mortes durante o período, quando 80% da população adulta entre 15 e 49 anos estariam imunizados por uma vacina de 40% de eficácia.   O estudo foi publicado na revista científica internacional PLoS One e se baseou em diferentes cenários e grupos de risco. Para os pesquisadores, esses estudos de modelagem são fundamentais na preparação de governos para a adoção de políticas quando um imunizante estiver disponível. Eles informam que estratégias de vacinação, mesmo com uma vacina ainda imperfeita, podem ser altamente efetivas e de custo-benefício considerável.

Segundo os autores, a epidemia de Aids no Brasil continua concentrada em populações de alta vulnerabilidade, isto é, pessoas acima de 50 anos. Mas, apesar disso, o percentual nesta faixa etária é menor do que 10%, o que fez os pesquisadores considerarem como grupo de médio risco pessoas de 15 a 49 anos. Nesse sentido, usuários de drogas, homens que fazem sexo com homens, profissionais do sexo e seus clientes, e pessoas que têm mais de um parceiro sexual em um ano são classificados como grupos de alto risco, podendo ser os principais alvos para a suposta vacina.

Inicialmente, os pesquisadores modelaram a epidemia de Aids no Brasil até 2007. Com isso, simularam como esta caminharia até 2050, caso permanecessem estáveis as medidas de prevenção e a cobertura de pacientes em tratamento, mantendo, assim, a prevalência do HIV estável ao longo do período. Sem qualquer nova intervenção, a projeção indicou mais de 1 milhão de novas infecções e quase 500 mil mortes, de 2010 a 2050. Em um cenário em que as populações de médio e alto risco fossem vacinadas com um imunizante 40% eficaz, entretanto, a medida resultaria na redução de 52% de novas infecções e de 21% da quantidade de mortes devido ao HIV.

“Certamente, uma vacina 70% efetiva aplicada na população em geral resultaria em um impacto mais significativo, interferindo drasticamente na epidemia brasileira pela redução de 92% do número de novas infecções, de 2020 a 2050”, estimam os autores. Os pesquisadores revelam que mesmo uma estratégia orientada para a vacinação de populações de médio e alto risco com uma vacina 70% efetiva, ainda assim, iria produzir uma redução de 74% de novas infecções. Outras situações foram avaliadas a fim de verificar a relevância de fatores que podem diminuir ou interferir no impacto da vacina. Comportamentos de desinibição, ou seja, a redução do uso de preservativos, por exemplo, e falhas no alcance e na vacinação de populações de maior vulnerabilidade à infecção pelo HIV foram alguns dos casos analisados.

Dois cenários foram considerados para a observação da importância do comportamento de desinibição. No primeiro, o número de novas infecções foi reduzido em 42% (em vez de 73%) quando a população foi imunizada por uma vacina de baixa eficácia e gradualmente diminuiu o uso de preservativos. No segundo, o estudo apresentou até um aumento de 8,5% no número de novas infecções, em uma projeção em que 50% da população de médio e alto risco vacinados imediatamente pararam de usar camisinha.

Os pesquisadores explicam que as evidências mostradas neste estudo podem oferecer um poderoso argumento para a relevância de continuar investindo na pesquisa e no desenvolvimento de um imunizante para combater o HIV, mesmo em um contexto de epidemia concentrada. Os estudiosos ressaltam que, na vigência de uma vacina imperfeita, as medidas de prevenção deverão ser mais reforçadas, sob o risco de aumentarem ainda mais as novas infecções. Informam ainda que o uso sistemático de preservativos também reduz a incidência das outras doenças sexualmente transmissíveis.

As conclusões do estudo relacionadas ao impacto de estratégias de vacinação podem demonstrar a importância de informar e acelerar discussões a respeito da produção de uma vacina e encorajar a adoção do produto no futuro. Além disso, é uma maneira de estimular a discussão sobre as melhores estratégias para atingir as populações mais vulneráveis à infecção pelo HIV.
Farmanguinhos 

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