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3.03.2011

Avó de Sean diz que sonha ver encontro do menino com irmã

'Ela pergunta por ele todos os dias. É muito doloroso', afirma.
STJ incluiu a menina como parte interessada no processo

Silvana Bianchi avó de Sean (Foto: Foto: José Cruz/ABr) 
Avó diz que irmã pergunta por Sean todos os dias
O encontro de Sean com a irmã, Chiara, de 2 anos, é o maior sonho que a avó materna do menino, Silvana Bianchi, alimenta em suas orações diárias. Eles não se veem desde que o garoto foi levado para morar nos Estados Unidos com o pai biológico por decisão da Justiça Federal em dezembro de 2009.

A expectativa do reencontro passou a ficar mais forte com a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), por unanimidade, na terça-feira (1º), de incluir a irmã de Sean Goldman, Chiara Ribeiro Lins e Silva, como parte interessada no processo que trata da disputa pela guarda do garoto entre sua família brasileira e o pai biológico, o norte-americano David Goldman.

O pedido de inclusão da irmã foi feito pela defesa dos avós maternos. Chiara é filha do segundo casamento da mãe de Sean.

Os advogados de David minimizaram a decisão e afirmaram, em nota, na quarta-feira (2), que o direito da guarda só poderá ser revogado pela Corte Superior de Nova Jérsei, nos Estados Unidos.

“Diariamente convivo com essa dor sempre que ela pergunta: ‘Vó, cadê meu irmão?’. Ela fica olhando para as fotos, espalhadas pela casa, os dois abraçados, e sente falta, sente saudades”, conta Silvana, emocionada, preferindo falar da “questão humana, sem entrar na discussão dos recursos na Justiça”.

“Meu sentimento é de uma mãe que perdeu a filha e ficaram duas crianças que foram brutalmente separadas numa noite de Natal. Elas têm um elo uterino e o direito de crescerem juntas, se amando, felizes”, afirma.
Deturpações
Segundo Silvana, Chiara é uma criança muito esperta e questionadora. “Ela conversa sobre tudo, fala de tudo. Aqui em casa nunca escondemos nada para eles. Ela sabe que a mamãe é uma estrelinha que está junto de Papai do Céu e que o irmão está viajando. Eles conviveram juntos durante um ano e meio e pergunta sempre pelo o irmão”.
A avó diz que evita discutir as questões legais da Justiça, sugerindo sempre que seu advogado se pronuncie, para que suas declarações não sejam deturpadas, como alega ter acontecido na última vez que falou com o neto por telefone.

“Conversei com ele pela última vez no dia 24 de dezembro. Ele falou meio inglês, meio em português. Nesse telefonema minha fala foi totalmente deturpada. Disse: ‘Sean, a Vó Nona, que é como ele me chama, tá morrrendo de saudade de você. Tem um ano que estamos lutando na Justiça para visitar você’. Tenho isso gravado. Mas a frase foi deturpada para: ‘Há um ano estamos lutando na justiça para trazer você de volta’. Esse contexto distorcido foi levado para constar nos autos do processo da Justiça americana sob a alegação de estaria interferindo numa adaptação do filho com o pai biológico”, disse.

Disputa judicial
A briga judicial pela guarda do garoto começou depois da morte da mãe de Sean, Bruna Bianchi, em 2008. No último dia 22 de fevereiro, a Justiça norte-americana negou o pedido da avó para visitar o neto nos Estados Unidos.
Antes da decisão da Justiça brasileira autorizando a permanência do garoto com o pai biológico, Sean mora no Brasil quase 5 anos, trazido dos Estados Unidos pela mãe. Já no Brasil, Bruna Bianchi se separou de David e se casou com o advogado João Paulo Lins e Silva.
Em 2008, após a morte de Bruna, o padrasto ficou com a guarda provisória da criança. David Goldman, no entanto, entrou na Justiça e pediu o retorno da criança aos Estados Unidos.
Pai, padrasto e avós maternos da criança travaram uma batalha jurídica pela guarda do menino. O caso começou na Justiça estadual do Rio e depois passou para a competência federal.
Goldman alegou que o Brasil violava uma convenção internacional ao negar seu direito à guarda do filho. Já a família brasileira do garoto dizia que, por “razões socioafetivas”, ele deveria permanecer no país. A justiça brasileira, no entanto, ordenou a entrega do menino ao pai biológico.
Gi.com 

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