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4.04.2011

ARTRITE NAS MÃOS

Interpretação clínica
Senhor de 68 anos, proprietário de uma escola profissionalizante, queixando-se de muitas dores nas mãos que o impede de trabalhar normalmente. Nos últimos 3 meses o quadro que é antigo, se agravou ficando com as mãos rígidas pela manhã, ficando mais de 40 minutos até poder movimentar “normalmente” os dedos. Atualmente esta com muita dificuldade para escrever e digitar textos. Refere que esta quadro da mão iniciou-se há mais de 15 anos, a princípio com formigamento nas mãos, e “dolorimentos” nas “juntas” dos dedos, com o tempo apareceram inchaços e os dedos começaram a “entortar” . Tinha épocas que passava bem, estava com os dedos tortos, mas não tinha dores.
Foi feito exame radiológico (anexo).
artroses das mãos
Pergunta-se: Qual o diagnóstico e a conduta a ser tomada.
Resposta do caso
O caráter insidioso e o grau de deformidades articulares, mostrada na radiografia, fecha o diagnóstico de artrite reumatóide.
A forma clínica mais comum (60% a 70%) de apresentação da AR é a de início insidioso poliarticular, são as de melhor prognóstico, com melhor resposta ao tratamento, mas a forma aguda poliarticular pode evoluir para a cura, mas a forma mais usual é a de evolução fulminante com deformidades incapacitantes.
A AR deve ser diferenciada da: espondilite anquilosante, gota, condrocalcinose, artrite psoriática, lúpus eritematoso sistêmico, esclerose sistêmica, artrite infecciosa e osteoartrite. Apesar de sua baixa especificidade (35%) e sensibilidade (50%) tem sido utilizado a dosagem do fator reumatóide IgM (FR) como meio de diagnóstico nas fases iniciais.
Artrite reumatóideCom relação ao tratamento – Na fase inicial da AR – os antiinflamatórios não hormonais (AINH) continuam amplamente indicados. Se, por volta de um mês, os sintomas persistem, devem ser associadas drogas de ação lenta, conhecidas também como drogas de base na AR, os antimaláricos (hidroxicloroquina ou difosfato de cloroquina), metotrexato, sulfassalazina, sais de ouro,D-penicilamina, azotioprina e ciclosporina, sendo que estes medicamentos são utilizados nas fases crônicas da doença.
Comentários do caso
A artrite reumatóide (AR) é uma doença sistêmica que atinge 1% da população adulta e se caracteriza principalmentepor poliartrite simétrica crônica e erosiva, tendo o diagnóstico eminentemente clínico. Em suas fases iniciais, existe uma considerável dificuldade na identificação de elementos clínicos e radiológicos típicos, como no nosso caso. Apesar de sua baixa especificidade (35%) e sensibilidade (50%) tem sido utilizado a dosagem do fator reumatóide IgM (FR) como meio de diagnóstico nas fases iniciais. Nos últimos anos, surgiram novos exames com melhor valor preditivo para o diagnóstico, como anticorpos contra filagrina/profilagrina e peptídeo citrulinado cíclico (CCP) com sensibilidade em torno de 70% e especificidade acima de 90%.
Embora com sua etiologia ainda seja desconhecida, avanços significativos têm sido feitos no esclarecimento da patogênese da AR. Há, certamente, fatores desencadeantes dos processos imunológicos e inflamatórios e uma evidente participação genética, principalmente em relação ao HLA-DR4.
As manifestações clínicas envolvem principalmente as articulações. As alterações extra-articulares, como tenossinovites, nódulos subcutâneos, linfonodopatias, alterações oftálmicas, serosites, miosites, parotidite, fibrose pulmonar intersticial, vasculite cutâneo-visceral e anemia. As manifestões sistêmicas são: astenia, anorexia e perda de peso.
A pior complicação da AR é a vasculite que geralmente ocorre nas extremidades inferiores, e indica mau prognóstico.
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Referências

Monografia elaborada pela ARTHRITIS FOUNDATION dos EUA, no ano de 2000.
Arthritis – Guidelines

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