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4.13.2011

Redemoinho.

Vai mudar, eu sei. Mas o medo fala mais do que sabe e minha voz não percebe as alterações dos sons, as entonações. E por fim, ou até mesmo bem longe deste, calam-se as coisas. Cala-se tudo, menos o barulho, menos o tempo. Menos ensaios, mais ficção. Invenção da minha, tão minha, realidade . Realidade remota ou constante do meu futuro, futuro próximo,vontade antiga. E vai mudar, também do outro lado. Talvez as ruas não mais se cruzem, os sinais se fechem e Paulinho não mais cante sobre encontros casuais. Talvez surjam outros bares, talvez... Sempre os talvez. Ou quem sabe seja somente o mesmo em novas paredes, eu não sei. E não saber mexe comigo, porque até mesmo não saber muda alguma coisa. Muda por dentro mais do que por fora, e mudar dói. Não de uma dor machucada ou como um amor doído, mas de uma dor congestionada as seis da tarde, na hora do rush, que sabe que tem que sair, mas o trânsito atrapalha. Trânsito de outras vontades, de outros desejos, de outras mudanças. Mas o sinal abre, os carros andam, Paulinho termina a canção. O ano acaba, amores terminam, namoros começam, saudades iniciam-se e novas mudanças vão sendo traçadas. Pessoas vem, eu fico...eu vou. E assim vai sendo, ou não. E assim eu vou sendo..até o fim das seis, até o fim do tráfego, até outra canção.

p.s- Toque esse som,colega, ou mude a melodia. Mude algo, altere-se junto, mas deixe algo permanecer constante. Eu preciso,não sei porque, de alguma normalidade, de algum reconhecimento.Talvez necessite disso para não esquecer quem sou,para não me esquecer de mim.
Datilógrafa Ambulante

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