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5.24.2011

Atendimento primário requer treinamento de médicos que prescrevem medicamentos e exames sem necessidade

Médicos nos EUA fazem lista para melhorar atendimento primário

Grupo busca aprimorar qualidade e efetividade dos gastos com saúde.
Propostas contemplam áreas de medicina familiar, clínica médica e pediatria.

Um grupo da Aliança Nacional de Médicos (ANM) dos Estados Unidos elaborou uma lista com as principais práticas no atendimento primário que podem ser mudadas para tornar o serviço mais acessível e eficiente nas áreas de medicina familiar, clínica médica e pediatria. Segundo artigo divulgado, o projeto busca melhorar a qualidade e a efetividade dos gastos com assistência de saúde no país.
A proposta foi financiada pela Fundação do Conselho Americano de Clínica Médica e será publicada na edição impressa de 8 de agosto da revista "Archives of Internal Medicine", da Associação Americana de Medicina.
Entre as recomendações, estão limitar a prescrição de antibióticos para infecções respiratórias, sinusite e dor de garganta, evitar exames de imagem (como ressonância magnética) para rastrear dores na coluna lombar ou dores de cabeça leves, e não solicitar eletrocardiogramas ou exames de triagem do coração em pessoas de baixo risco cardíaco.
Hemogramas e exames de urina devem ser evitados em adultos saudáveis, assim como a prescrição de estatinas (contra colesterol) e medicamentos genéricos. Além disso, os profissionais pedem que exames de papanicolau sejam reservados a mulheres acima de 21 anos que tenham útero, e scans para detectar osteoporose sejam feitos prioritariamente em mulheres acima de 65 anos ou homens acima de 70 - ou que tenham fatores de risco.
O grupo pede, ainda, que infecções do ouvido médio não sejam encaminhadas precocemente para especialistas. Já os familiares devem evitar dar às crianças doses exageradas de remédios contra tosse e gripe. Os médicos também devem garantir que os corticoides em bombinhas sejam  inalados corretamente por pacientes com asma.
“Cada procedimento deve ser apoiado por evidências, trazer efeitos benéficos à saúde dos pacientes, ao melhorar o tratamento e/ou reduzir riscos, e, quando possível, diminuir os custos da assistência”, diz o artigo.
Os médicos participaram de teleconferências para sugerir os itens da lista, que foram confrontados com a literatura científica disponível. Membros de cada especialidade recrutaram outros médicos para testar em campo essas propostas. Cada um dos 83 analistas classificou as atividades por meio de uma pesquisa online. Um e-mail enviado a todos os integrantes da ANM convocou outros 172 médicos para uma segunda etapa de teste em campo, que concluiu o estudo inicial.
A ANM pretende distribuir para médicos a lista de cada especialidade e criar vídeos de treinamento para ajudá-los a comunicar esses procedimentos. Os autores querem reforçar que, muitas vezes, menos realmente é mais e que limitar exames não é fazer racionamento, mas agir com consciência.
G1.com

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