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6.10.2011

Medicamento reduz propagação do câncer de próstata

O remédio diminuiu os tumores ósseos em 76% dos pacientes

Células de câncer de próstata em cultura laboratorial Células de câncer de próstata em cultura laboratorial (Parviz M. Pour/Latinstock)
O remédio age cortando o suprimento de sangue que chega aos tumores
O remédio experimental cabozantinib, da companhia americana Exelixis, conseguiu reduzir tumores ósseos resultantes do câncer de próstata em 76% dos pacientes, segundo um estudo apresentado na reunião anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica.
Dos 108 pacientes que participaram dos testes clínicos, em 21 deles o câncer apresentou remissão completa, e em 61 houve uma redução parcial das lesões nos ossos — o câncer de próstata costuma se espalhar para os ossos da pelve, costelas e vértebras. A doença permaneceu estável em 23 pacientes e houve piora em três.
"O cabozantinib mostrou grande ação contra lesões nos ossos provocadas por metástases", disse à agência de notícias Reuters Michael Morrissey, diretor-executivo da Exelixis. "Pacientes em um estágio avançado de câncer de próstata geralmente morrem por causa da metástase nos ossos." O medicamento ainda demonstrou reduzir em 87% o risco de progressão da doença e de morte. A sobrevida média sem progressão da doença foi de 29 semanas.
O cabozantinib age limitando a chegada de sangue aos tumores e dificultando o crescimento e a disseminação das células cancerígenas. O remédio já demonstrou também reduzir o câncer de ovário em 24% dos pacientes.
Falta, porém, um maior controle dos pesados efeitos colaterais da droga, que incluem cansaço, pressão arterial alta e hemorragia. Duas pacientes com câncer de ovário morreram por causa dos efeitos colaterais.
Saiba mais sobre o câncer de próstata abaixo (clique nas perguntas para abrir os vídeos):

Dr. Mario Eisenberger

Há 17 anos trabalhando na Universidade Johns Hopkins, o oncologista Mario Eisenberger estuda o futuro do combate ao câncer. Formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, já teve pacientes que chegaram em estado grave ao seu consultório, com metástase até no osso, mas que dez anos depois estão vivos e em completa remissão.
“Metástase não é mais sentença de morte”, diz, com um leve sotaque em inglês, adquirido nas quase quatro décadas morando nos Estados Unidos. Fascinado por estudos clínicos, sua tarefa é definir os padrões da doença que serão examinados. É a linha de frente da ciência.

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