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6.14.2011

Píula anticoncepcional masculina,


RIO - De tempos em tempos surgem estudos anunciando a possível chegada de uma pílula anticoncepcional masculina, mas depois de três décadas de estudos as opções são as mesmas: camisinha ou vasectomia.
- A Schering e Organon, duas farmacêuticas europeias, tiveram grande interesse em encontrar um anticoncepcional masculino, mas ambas se fundiram com outras e depois pararam com as investigações - disse ao site "El Mundo" Diana Blithe, a diretora do Programa para Desenvolvimento de Anticoncepcional Masculino dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos.
O esforço privado perdeu força mas foi substituído pelo crescente interesse de países como China ou Índia - preocupados com o controle da população - ou a Organização Mundial de Saúde, que promoveu vários estudos, ainda que sem muito êxito.
- No passado não se acreditava que haveria uma demanda significativa de anticoncepcionais masculinos - explica Elaine Lissner, diretora do Projeto de Informação sobre Contracepção Masculina, uma organização americana sem fins lucrativos.
Apesar da mudança de mentalidade, o futuro parece não chegar nunca. O último a se somar à lista de pretendentes é uma molécula que inibe a ação da vitamina A nos testículos, impedindo a formação de esperma. O composto, a princípio recusado pela Bristol-Myers Squibb, que o considerou uma toxina, mostrou bons resultados em ratos, segundo a publicação "Endocrinology". Se chegará ou não ao mercado ainda é uma incógnita, já que 95% dos potenciais fármacos só chegam a esta fase.
Esta reticência talvez se deva ao fato desses medicamentos apresentarem um problema difícil de superar: um medicamento desse tipo pode afetar outras funções.
- A curto prazo pode provocar problemas similares aos da pílula feminina (acne, aumento de peso, alterações de comportamento) e a longo prazo não sabemos o que pode acontecer - diz Agustín Fraile, urologista do Hospital Ramón y Cajal, em Madri.
Mesmo assim, em uma pesquisa elaborada em 2004 pela Schering em nove países (Argentina, Brasil, Alemanha, Indonésia, México, Espanha, Suécia, Estados Unidos e França), 55% dos participantes se mostraram predispostos a usar um anticoncepcional masculino.
- A testosterona interfere na ereção, na libido e outras questões, encontrar uma fórmula que só influencie na fertilidade é muito complicado e por isso ainda não houve progresso - diz Carlos Hernández, chefe de Urologia do Hospital Gregorio Marañón, em Madri.
A resposta talvez esteja no estudo patrocinado pelo Instituto Nacional de Saúde (NIH, na sigla em inglês) com cem homens. Os autores experimentam se um gel de progesterona e testosterona pode frear a produção de esperma mantendo o resto das funções. Outra opção é o método hormonal que previne a produção de esperma ou inibe sua função. Apesar dos especialistas considerarem o caminho mais viável, nada tem ido muito além do laboratório.

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