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6.30.2011

Termos ‘light’ e ‘mild’ em maços de cigarro confundem fumantes

Quantidades de nicotina e substâncias tóxicas ingeridas por fumantes são similares, independentemente da marca e do tipo de cigarro

Informações na embalagem: cigarros vendidos como "light" ou "mild" representam riscos à saúde similares aos dos cigarros normais Informações na embalagem: cigarros vendidos como "light" ou "mild" representam riscos à saúde similares aos dos cigarros normais (Stockbyte/Thinkstock)
O uso dos termos “light” e “mild” nas embalagens de cigarro tende a confundir os fumantes. É o que mostra os resultados de uma pesquisa recente, publicada no periódico Addiction.

No estudo, foi mostrado que proibir que o termo seja usado nos maços tem efeito apenas em curto prazo. Isso porque, poucos anos após a proibição, os consumidores relembram os termos e voltam a confiar neles, acreditando que os produtos representam riscos menores à saúde.

“A descoberta vem apenas confirmar um estudo anterior, que mostrava que remover os termos ‘light’ e ‘mild’ da embalagem não é suficiente para que as pessoas não acreditem que esses cigarros sejam mais seguros”, diz Hua-Hie Yong, coordenador do estudo. União Europeia, Brasil, Canadá, Austrália e Estados Unidos já proíbem que os termos sejam usados nos maços vendidos internamente.

O termo “light” nas embalagens de cigarros é usado para indicar que esses produtos contêm menos nicotina e níveis mais baixos de substâncias químicas. Mas, na prática, alguns estudos mostram que os fumantes inalam quantidades similares de nicotina e substâncias químicas, independentemente do tipo do cigarro. O termo serviria, apenas, segundo alguns críticos, para confundir, levando os fumantes a acreditar que esses produtos representam riscos menores à saúde.

Em seu novo estudo, Yong analisou dados de pesquisas internacionais feitas, anualmente, entre 2002 e 2009 na Austrália, Canadá, Reino Unido e Estados Unidos. No total, 21.600 fumantes responderam a perguntas como “Cigarros ‘light’ são menos prejudiciais que os normais?”. Os pesquisadores descobriram, então, que logo após os termos serem banidos nesses países, os fumantes passaram a vê-los como tão prejudiciais quanto os normais.

O problema, no entanto, é que o efeito teve uma duração curta. Cerca de dois anos após o banimento, o número de pessoas que acreditava na segurança desses produtos voltou a crescer. Segundo Erika Sward, diretora da Associação Americana do Pulmão, os resultados mostram que apenas uma ação isolada não é suficiente para combater a falta de informação em relação ao mercado de cigarros. “Não há cigarro seguro sendo vendido”.
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