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7.16.2011

Aumento dos exercícios e o estresse mental


 No mundo atual o estresse é provocado por objetivos superdimensionados, as pessoas vivem tensas e extremamente preocupadas. O estresse é determinado pela capacidade de adaptação do indivíduo frente a um novo desafio, isto é, que pode deixar o organismo em tensão e inquietude, não só em nível de suas forças físicas, mas principalmente psíquicas. De acordo com MACHADO (1997), o estresse deve ser entendido como a totalidade das reações da adaptação orgânica, as quais objetivam a manutenção ou restabelecimento do equilíbrio interno. Já para VASCONCELOS (1992), estresse é o processo não específico resultante de qualquer demanda sobre o organismo, ele é caracterizado pelas alterações fisiológicas e psicológicas que se processam no organismo quando este se encontra em uma situação que requeira uma reação mais forte do que aquela que corresponde a sua atividade orgânica normal.
    Desta forma, o corpo produz substâncias que terão um efeito no organismo visando protegê-lo. Hans Selye citado por VASCONCELOS (1992), introduziu o termo estresse, após vários experimentos, tentando a descoberta de mais um hormÔnio sexual em ratos, usando diversos extratos de placenta e do ovário registrou, nestes ratos, que sempre ocorria grande dilatação do córtex supra-renal, atrofia do timo e de todos os outros órgãos linfáticos do corpo, além de uma série de úlceras perfuradas nas paredes do estÔmago e do duodeno. Assim, chegou à conclusão que diferentes agentes estressores, como microorganismos, traumatismos, emoção, agentes estes não específicos, manifestam-se dentro de um determinado padrão caracterizado como “síndrome geral de adaptação” que para o autor é o estresse.
    LIPP (1996), admite duas formas de estresse, a primeira de natureza aguda (muito intenso, mas que desaparece rapidamente), a segunda de natureza crÔnica (não tão intenso, mas que perdura por períodos de tempo mais prolongado); este estresse crÔnico contribui para uma pobre qualidade de vida e aumento do risco de doenças coronarianas, da hipertensão e baixa do sistema imunológico. Ainda segundo a autora, quando nos deparamos com uma situação de estresse, nossas reações seguem as seguintes fases: 
1. Fase de reação ou alarme; 
2. Fase de Resistência; 
3. Fase de Quase Exaustão;
4. Fase de Exaustão.
    Recentemente, vários estudos têm demonstrado a eficácia de diferentes formas de tratamento para a combater o estresse. O exercício físico é uma dessas novas descobertas no tratamento do estresse. MORGAN (1971) e SILVA (1999), em seus estudos relatam que o exercício pode influenciar de duas maneiras: na primeira como forma de proteção contra o desenvolvimento de sintomas com valor preventivo, na segunda o exercício pode ajudar pessoas portadoras do estresse através de mecanismos psicológicos e fisiológicos. Entre os benefícios psicológicos temos: desvio da atenção em relação ao estímulo estressor, maior controle sobre seu corpo, sua vida e a interação social proporcionada pelo convívio com outras pessoas. Os efeitos fisiológicos, segundo os autores, podem estar ligados aos efeitos das endorfinas. O cérebro e outros tecidos produzem varias endorfinas que têm efeito similar à morfina, que podem reduzir a sensação de dor e produzir um estado de euforia. Outro efeito fisiológico que vem sendo estudado, está ligado à concentração/ação das monoaminas (dopamina, serotonina, noradrenalina).
    Neste sentido, a atividade física vem sendo utilizada como forma de tratamento adjunta às já tradicionais, farmacoterapia e psicoterapia. Diversos autores têm reafirmado seu papel positivo sobre a saúde mental. Já foram demonstrados efeitos benéficos do exercício junto a depressão (MARTINSEN & STEPHENS, 1994), ansiedade (BLUE, 1979), estados de humor (BYRNE, A. & BYRNE, G., 1993) e níveis de estresse (CARUSO, et al., 1999). Além disso, diferentes formas de exercício aeróbios (HULL, et al., 1984), anaeróbios (NELSON & WERNICK, 1998) foram testados; bem como seus efeitos agudo (SINYOR, et al., 1986) e crÔnicos (SINYOR, et al., 1983). Porem, esta associação precisa ser confirmada para diferentes faixas etárias e extratos da população. 

Através do estudo observamos que os exercícios resistidos podem ser utilizados como atividade física para minimizar os efeitos do estresse em uma amostra de adolescente, ampliando o leque de opções de atividades físicas capazes de levar ao mesmo resultado, a redução do estresse. Tem sido comum utilizar-se o exercício como agente estressante em diversas investigações analisando seus efeitos (agudos e crÔnicos). 
O esforço físico é uma forma de estresse, referido como estresse funcional, contudo, se praticado de forma regular, recreativa sem levar à exaustão, representa um estímulo que promove a saúde. No que se diz respeito a intensidade trabalhada neste estudo, a escala de Borg, nos possibilitou entendermos que os exercícios resistidos podem ser executados não apenas com uso dos testes de repetições máximas (RMs), o GE que participou das cinco semanas de tratamento teve sua intensidade medida através da escala de esforço percebido, tendo sua intensidade verificada toda semana durante o experimento o GE mostrou ter uma redução nos níveis de estresse em relação ao GC, mostrando que o trabalho de intensidade elevada pode ser utilizado contra os sintomas de estresse. 


 
*Mestre em Educação Física - UCB/DF
**Prof. do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu
em Educação Física - UCB/DF
(Brasil)
 

Aníbal Monteiro de Magalhães Neto*
anibal1@zaz.com.br
Dra. Nancí Maria de França**
nfranca@pos.ucb.br

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