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7.07.2011

Brasileiro toma muito remédio

ONU alerta para o consumo abusivo de remédios no Brasil

Documento aponta que 0,5% da população brasileira faz uso indiscriminado dos analgésicos vendidos sob prescrição médica - ante 0,3% na América do Sul

Analgésicos de prescrição: relatório da ONU aponta que cerca de 0,5% dos brasileiros usem o medicamento de maneira indevida Analgésicos de prescrição: relatório da ONU aponta que cerca de 0,5% dos brasileiros usem o medicamento de maneira indevida (Jack Hollingsworth)
O uso abusivo de medicamentos é um problema para a saúde pública no Brasil. De acordo com um relatório divulgado nesta quinta-feira pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes (UNODC), o país tem um dos mais altos índices na América do Sul de uso não-médico dos opioides (analgésicos), vendidos sob prescrição médica.
Segundo o relatório, o uso abusivo desses medicamentos na América do Sul está estimado entre 0,3% e 0,4% da população adulta, algo em torno de 850.000 e 940.000 pessoas entre 15 e 64 anos. O Brasil é um dos países que detém porcentual acima da média na região: 0,5% da população usa analgésicos de maneira indiscriminada. Bolívia (0,5%) e Chile (0,5%) apresentam os mesmos índices de uso dessas drogas.
Entre os analgésicos considerados pelo relatório do UNODC estão a morfina, a codeína e os opioides sintéticos, a exemplo da metadona, buprenorfina, propoxifeno, fentanil, pentazocina. "Na América do Sul e na América Central, (os medicamentos) preparados à base de codeína estão entre os opioides mais comuns", diz o relatório.
O documento afirma ainda que o uso de anfetaminas na América do Sul permanece estável, sendo Brasil, Venezuela e Argentina os países com a maior prevalência de números absolutos. Uma pesquisa nacional realizada no Brasil em 2009 já mostrava que o uso da anfetamina entre estudantes era de 10,5%, sendo mais elevada entre as mulheres (14,1%) e entre estudantes mais velhos, acima dos 35 anos de idade (18,6%).
O uso abusivo dessas substâncias pode trazer diversos riscos à saúde, como convulsões, além de causar dependência e posterior síndrome de abstinência em usuários já viciados.

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