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7.05.2011

Empresas adotam políticas de mídias sociais para funcionários

O conteúdo postado por um profissional em uma rede social pode marcar negativamente a reputação da empresa onde ele trabalha.
"[Nessas mídias] o [lado] profissional e o pessoal costumam se misturar", afirma Ricardo Cesar, sócio-diretor da Agência Ideal, que presta serviço de relações públicas em sites de relacionamento.
Por isso, as empresas têm adotado políticas específicas e orientado seus funcionários sobre a conduta nesses sites.
A primeira recomendação é que não se fale em nome da organização. "Tivemos o caso de um funcionário que respondeu pessoalmente o comentário de um cliente em uma das redes", comenta Marcelo dos Santos, diretor de marketing da Totvs.
Ele diz que a situação foi contornada e que a empresa reforçou o alerta de que os funcionários devem encaminhar esse tipo de caso ao departamento competente.
A orientação é a mesma na agência de publicidade DM9DDB.
"Ressaltamos que deve haver cuidado ao escrever sobre uma marca, pois os publicitários nunca sabem com que marcas vão trabalhar no futuro", afirma a diretora de comunicação corporativa Lana Pinheiro.
A precaução vale para mensagens sobre outros assuntos. "Procuramos conscientizar os colaboradores de que essas redes são ambientes abertos, públicos e de que o conteúdo postado não é descartável", comenta René de Paula, responsável pela política de mídias sociais da Locaweb.
A fornecedora de serviços de internet teve problemas no ano passado, quando um de seus funcionários criticou os torcedores de um time de futebol do qual a empresa era patrocinadora. O colaborador foi demitido e, meses depois, recontratado. A empresa não comenta o tema.
Menção à empresa
O escritório de advocacia Peixoto e Cury também entrou no noticiário por causa do comentário de uma estagiária no Twitter, que foi considerado xenófobo.
A medida tomada foi solicitar que os funcionários não mencionem nas redes o nome do escritório como empregador. Assim, segundo o sócio Antonio Carlos Aguiar, eles ficam livres para usar os sites como quiserem.
Adotar políticas, no entanto, não é suficiente. É preciso reforçá-las constantemente, assinala Mario Faria, consultor e professor de marketing e estratégia da Business School São Paulo.
Os comunicados devem ser feitos por diversos meios. Na fábrica de móveis Meu Móvel de Madeira, eles são realizados pelo próprio Facebook. "Criamos um grupo fechado no site para a comunicação interna", afirma o diretor Ronald Heinrichs.
Quem trabalha lá tem liberdade para utilizar as redes sociais como preferir, segundo o executivo.
Quanto ao conteúdo, Ronald diz que a conduta ética é esperada dos funcionários. "Para serem contratados, eles devem compartilham dos valores da empresa", afirma. A única orientação é a de não falar em nome da organização.
Confidencialidade
Outra questão tratada pelas políticas de mídias sociais são as cláusulas de confidencialidade. "Pedimos que não seja divulgado o fechamento de um contrato antes de isso se tornar oficial", ressalta Thiago Furtado, gerente de marketing da Sofftek, de tecnologia da informação.
Na DM9DDB, a recomendação é a mesma. "Uma vez que a informação está nos canais oficiais, o funcionário pode compartilhar - inclusive escrevendo com suas próprias palavras", afirma Pinheiro.
Na Intel, fabricante de processadores, as questões sigilosas são regidas por uma única política, que abrange todos os meios de comunicação. "Damos treinamento aos funcionários para que eles saibam como tratar cada tipo de informação", comenta Cassio Tietê, diretor de marketing.
Orientaçõs sobre mídias sociais
Para a empresa
  1. Estabeleça políticas claras para condutas de funcionários nas mídias sociais
  2. Comunique as políticas várias vezes
  3. Aproveite casos reais para dar exemplos do que fazer e, principalmente, do que não fazer
  4. Assegure informações confidenciais com cláusulas específicas
  5. Solicite aos funcionários não falar em nome da empresa - nem que eles estejam defendendo-a de ataques de terceiros
  6. Se isso acontecer, intervenha o mais rápido possível
  7. Não entre em confronto com clientes, usuários de fóruns e outros meios. Esclareça a situação, quando necessário, de maneira neutra
Para os funcionários
  1. Não trate nas redes sociais de assuntos internos da empresa
  2. Não fale mal da empresa, do chefe, de clientes ou do concorrente do seu empregador
  3. Antes de criticar alguma marca, reflita se o comentário pode impactar seu futuro profissional
  4. Evite comentários que possam dar margem a interpretações
  5. Evite brincadeiras que possam ser interpretadas como preconceito ou mau gosto

JORDANA VIOTTO
Folha

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