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7.01.2011

A necessidade de outros carinhos e de uma nova companhia

“vai passar, tu sabes que vai..”

De repente toda a agonia do nunca mais dissipa-se no ar. Passou, finalmente passou.
Toda a necessidade excessiva de um afeto inexistente não mais preenche as lacunas da carência que teimava em aborrecer os sentidos, o tato, a pele. 
Perde-se o brilho da lembrança,da saudade, das previsões sem rumo
Perde-se a graça na espera que não chega a lugar nenhum, na espera que limita, desnutri e que nem chega a ser de fato uma esperança. 
A distância torna clara a falta de reciprocidade, de afeto, de carinho
E daí surge outra necessidade: A de outros carinhos. Não é mais necessária a presença de um toque frio, de um sentimento áspero que nem ao menos tem a preocupação de informar, ou até querer saber, se está tudo bem. 
O necessário agora vem com outro nome, desejo, vontade, e também sede.
Vem com outra função: não mais se tem a descoberta, mas a cura.
Vem então o descobrir de novo,e a vida mostrando que viver o oposto pode ser ainda mais revigorante do que se prender a uma única vertente. Porque a felicidade não precisa vir rotulada em frascos antigos.
Alegria maior é descobrir no próprio presente uma nova forma de encarar os próprios sentimentos. Um turbilhão de novas experiências vêm preenchendo o peito e quando se vê lá está o coração pulsando estranho novamente.
Taquicardia, saudade, suspiro, abraço apertado, desejo. De repente o corpo inteiro começa a repetir todos os movimentos que estiveram em coma .
Os olhos começam a vibrar novamente, as mãos entrelaçam-se e as lábios selam toda e qualquer vontade que surge. 
Quando menos se espera lá estão de volta as incógnitas sobre qual roupa escolher, qual vinho pedir, qual casa dormir, qual presente dar. 
A solução dos anseios só vem quando se é permitido uma nova chance, um novo sorriso,
uma nova companhia. 
Vem quando não mais há limitação de andar simplesmente sozinho...
 

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