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8.18.2011

Mulher luta para desligar aparelhos que mantêm a filha viva

Buenos Aires (Argentina) - Uma professora argentina trava uma verdadeira batalha na justiça para garantir que sua filha de 2 anos, que vive em estado vegetativo desde que nasceu, tenha os aparelhos que a mantêm viva desligados. A reportagem é da BBC Brasil. Segundo Selva Herbón, de 37 anos, mãe da pequena Camila, a menina ficou sem receber oxigênio durante o parto, o que provocou danos cerebrais à criança.Por conta do diagnóstico dado pelos médicos, que consideram o estado de Camila como "irrecuperável e irreversível", Selva enviou uma carta à Câmara dos Deputados, pedindo a aprovação de projeto de lei que permita "a morte digna" de Camila.
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Mãe da pequena Camila luta para desligar aparelhos que mantêm a filha viva |
Selva afirma que, apesar do parecer favorável de quatro médicos, nenhum deles quer se arriscar a desligar os aparelhos justamente por causa da legislação argentina, que considera tal ato como homicídio.

Mãe de uma outra menina de 8 anos, Selva e o marido, Carlos, contou que a pequena Camila não tem mais vida, já que não vê, ouve, chora ou sorri. Por não querer que a filha viva uma vida artificial, o casal optou pelo desligamento dos aparelhos. Carlos e a filha do casal já deixaram de visitar Camila no hospital, por não aguentarem ver a menina crescer "sem sentir nada".

A professora ainda vai tentar um último recurso. Após consultar um especialista da Universidade Católica Argentina (UCA), ela descobriu que é possível desligar os aparelhos de maneira legal, desde que a morte cerebral seja realmente comprovada.

Destaque nos principais jornais argentinos, a atitude de Selva, que possui diploma de bioética, gerou polêmica entre especialistas. "Uma pessoa em estado vegetativo persistente pode permanecer assim entre oito e dez anos. Mas a maior quantidade de informação disponível hoje é em relação aos adultos. Por isso, se busca o consenso (sobre a morte digna) em cada caso”, disse o presidente da Associação Cérebro Vascular Argentina, Conrado Estol.

Já a coordenadora do Comitê de Bioética do Incucai (Instituto Nacional Central Único de Doações e Transplantes), Beatriz Firmenich, disse que a menina “já não deveria estar viva”.

Na Argentina, duas províncias, Neuquén e Rio Negro, sancionaram recentemente leis que legalizam a “morte digna”.
 O Dia

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