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9.03.2011

Crescimento de tumores poderá ser monitorado por chip

Câncer

Ainda em fase de testes, sensor deverá ter também uma bomba para liberação de drogas quimioterápicas diretamente na região do tumor

O chip, a ser implantado próximo ao tumor, deverá enviar informações sobre o crescimento do câncer ao médico do paciente O chip, a ser implantado próximo ao tumor, deverá enviar informações sobre o crescimento do câncer ao médico do paciente (Sven Becker / TU München / Divulgação)
Um chip implantado no corpo poderá, em breve, ser capaz de monitorar tumores de difícil operação ou de crescimento lento. O dispositivo, desenvolvido por pesquisadores da Universidade Técnica de Munique, na Alemanha, consegue determinar se o tumor está em fase de crescimento e enviar essas informações, sem o uso de fios, para o médico do paciente. O sensor ainda está em fase de testes clínicos em animais.
Os procedimentos cirúrgicos são normalmente uma das primeiras opções de terapia no tratamento do câncer. Alguns tumores, como os cerebrais, porém, são difíceis de operar, porque há riscos de danos ao tecido nervoso. Outros, como o carcinoma da próstata, crescem em ritmo muito lento e afetam, principalmente, os pacientes mais velhos – com mais riscos durante uma cirurgia. Nesses casos, uma operação poderia reduzir significativamente a qualidade de vida dos pacientes, sem um aumento considerável em sua expectativa de vida.
O dispositivo desenvolvido pela equipe liderada pelo professor Bernhard Wolf pode ser implantado perto desses tumores. A ideia é que o sensor consiga detectar a concentração de oxigênio dissolvido no tecido (que indica o crescimento do tumor) e transmita a informação a um receptor carregado pelo paciente. Em seguida, o receptor transmitiria as informações ao médico. Assim, será possível monitorar o crescimento do tumor e optar por uma cirurgia ou um tratamento terapêutico como a quimioterapia. Com o chip, o tumor é monitorado continuamente, sem a necessidade de que o paciente precise visitar com frequência o médico para check-ups.
Projeto - Com testes laboratoriais com células e tecidos em cultura já realizados, o dispositivo precisa agora passar pelos testes em animais antes de prosseguir para estudos em humanos. O principal desafio, segundo os cientistas, foi criar um sensor que funcionasse inteiramente de maneira autônoma por longos períodos de tempo. Ele precisa ainda ser “invisível” ao corpo, para que não seja reconhecido como um objeto estranho e acabe sendo atacado pelas células de defesa e encapsulado no tecido.
“Nós projetamos o sensor para que ele se auto-calibre e faça as medições em intervalos regulares”, diz Sven Becker, engenheiro responsável pelo projeto. “Além disso, envolvemos o chip, o transmissor, a área de transmissões e a bateria em uma embalagem de plástico biocompátivel”, diz.
Melhorias - Com tamanho similar ao dobro de uma unha do dedão, o dispositivo tem um formato compacto. Entretanto, ele deve ficar ainda menor antes que possa ser implantado efetivamente em pacientes, por meio de procedimentos minimamente invasivos. Além disso, os pesquisadores esperam acrescentar sensores adicionais para medição de acidez e temperatura.
Está ainda em fase de desenvolvimento uma bomba que libera medicação e que deve ser inserida no dispositivo. Essa bomba será responsável por ministrar drogas usadas na quimioterapia diretamente na região do tumor, quando necessário. Assim, o tratamento terapêutico tende a ser mais direcionado e menos agressivo ao paciente.
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