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9.20.2011

Estatinas: Novas aliadas na Dermatologia

Desenvolvidas originalmente para controlar altos níveis de colesterol, as estatinas têm se revelado uma potente arma, com poder de alcance bem maior. Estudos sugerem que o medicamento tem capacidade de prevenir e tratar diversos tipos de doenças. Angina, Alzheimer, osteoporose, câncer, diabetes, esclerose múltipla... A lista não pára de aumentar. Todo dia são anunciados resultados de um novo trabalho científico sobre os efeitos das estatinas.
As estatinas bloqueiam a indução da óxido nítrico sintetase e também de citocinas pró-inflamatórias, possuindo ação antioxidante. Estes agentes fazem uma imunomodulação, ou seja, regulam o sistema imune. Por este motivo, as estatinas estão sendo consideradas como fortes aliadas no tratamento de vários distúrbios dermatológicos, sobretudo nos que se caracterizam pela invasão de células imunitárias na pele.
Mais recentemente, as estatinas também estão sendo usadas para tratar doenças de pele, como vitiligo, alopécia areata, líquen plano, lupus eritematoso cutâneo sub-agudo, eritema multiforme, psoríase, penfigóide bolhoso, esclerose sistêmica, micose fungóide, necrólise epidérmica tóxica e Doença de Behçet. (veja o glossário)
Efeitos colaterais
Embora a mídia tenha se pronunciado de maneira eufórica sobre as novas aplicações das estatinas, alguns artigos científicos relatam importantes efeitos colaterais em sua utilização, como, por exemplo: o aparecimento de farmacodermias (reações alérgicas ou tóxicas na pele); a síndrome lúpus-símile (desordem caracterizada pelo aparecimento de erupções cutâneas, dores articulares e algumas vezes, com acometimento de órgãos internos, semelhantes ao lúpus); problemas musculares como a Rabdomiólise (condição na qual ocorre dano muscular que pode acarretar toxicidade renal e até o óbito).
Outros efeitos colaterais, como confusão mental, alteração da memória e também polineuropatias (alterações de sensibilidade e da função motora dos nervos) têm sido relatados. Assim, torna-se necessário um uso criterioso das estatinas, com acompanhamento médico constante para minimizar os efeitos indesejáveis e maximizar as ações benéficas do medicamento.
Glossário
PSORÍASE - Doença de origem desconhecida, de evolução crônica, sujeita a remissões e recidivas, e caracterizada pela presença de eritema (vermelhidão) e escamas, produzindo-se erupções avermelhadas semelhantes a discos, com escamas prateadas. Compromete geralmente o couro cabeludo, superfícies extensoras dos membros, principalmente nos cotovelos, nos joelhos e a pele situada na frente das pernas. Saiba mais.
VITILIGO - Afecção cutânea, de causa não esclarecida, que se caracteriza por zonas de despigmentação, de tamanho variável e que podem aumentar, contornadas, freqüentemente, por bordas mais pigmentadas. Saiba mais.
LÍQUEN PLANO - Doença de etiologia desconhecida, caracterizada por placas elevadas de cor violácea com descamação fina e distribuição simétrica, apresentando habitualmente coceira intensa. Saiba mais.
LÚPUS ERITEMATOSO - Doença do grupo das colagenoses (alteração do colágeno), que apresenta formas cutâneas ou sistêmicas. É caracterizada por placas avermelhadas, com fina descamação e atrofia da pele, ocorrendo principalmente nas áreas expostas ao sol, podendo também acometer órgãos internos, com febre, erupções cutâneas, dores articulares e musculares e que também pode atingir os rins, coração, pulmões e outros órgãos. Saiba mais.
ALOPÉCIA AREATA - Dermatose caracterizada por perda de cabelos, de forma localizada em áreas limitadas no couro cabeludo, no rosto e também por todo o corpo. Saiba mais.
ERITEMA MULTIFORME - Desordem caracterizada por lesões cutâneas eritematosas (avermelhadas), simétricas, com aspecto de alvo. Infecções sistêmicas, medicamentos, herpes simplex ou outras doenças estão associadas com o aparecimento do quadro.
PENFIGÓIDE BOLHOSO - Doença bolhosa (bolhas tensas com diâmetro variável), mais freqüente em idosos. Predominando no pescoço, nas dobras, no tronco e na região ao redor do umbigo. O estado geral não é afetado e a doença evolui por surtos.
ESCLEROSE SISTÊMICA - Doença crônica com alteração do tecido conectivo frouxo e endurecimento da pele das mãos e pés. Apresenta-se com dores articulares, acometimento sistêmico principalmente dos pulmões, tracto gastrointestinal, coração e rins. Saiba mais.
MICOSE FUNGÓIDE - Doença cutânea maligna (linfoma de células T), que atinge a pele, os linfonodos (gânglios) e virtualmente todos os órgãos internos. Na fase avançada, pode apresentar-se na pele como máculas, placas e tumores de formas diferentes.
NECRÓLISE EPIDÉRMICA TÓXICA - Doença induzida por fármacos (substâncias químicas usadas como medicamento) que resultam em erupção bolhosa da pele e mucosas, e que leva a um estado agudo tóxico com destacamento da pele.
DOENÇA BEHÇET - Moléstia caracterizada por úlceras (feridas profundas) orais e genitais recorrentes, juntamente com alterações oculares, do sistema nervoso e dores articulares.
Colaboração: Dr. Inácio Faver - Dermatologista

Sobre as Estatinas

.As Estatinas são fármacos usados no tratamento da hipercolesterolemia e na prevenção da aterosclerose.

Farmacologia

As estatinas têm estrutura esteroide e inibem a enzima HMG-CoA redutase (3-hidroxi-3-metil-glutaril-coenzima A reductase), a enzima limitadora da formação de colesterol no fígado.
A HMG-Coa reductase também é importante na formação de lipoproteínas plasmáticas, sendo daí derivado os seus outros efeitos.
Muitas pessoas que ingeriram estatina diminuiram ataques cardíacos. Por isso os médicos tentaram aumentar o "colesterol bom" — que transporta o gordura do sangue até o fígado, onde ela é eliminada — com o objetivo de diminuir os riscos.

Efeitos

  • Descida no nível do colesterol sanguíneo, principalmente dos LDL ("mau colesterol").
  • Aumentam o HDL ("bom colesterol").
  • Diminuem os triglicerídeos.
  • Melhora a função do endotélio dos vasos.
  • Estabiliza a placa aterosclerótica.
  • Efeito antitrombótico.
  • Modula a inflamação
  • Diminuição da produção de PSA (antígeno prostático específico)

Efeitos adversos

  • Diarreia
  • Insónia
  • Mialgia, isto é, dor sem elevação de enzimas musculares.
  • Raramente miosite que é a presença de sintomas musculares com elevação da enzima CK.
  • Rabdomiólise que é a presença de sintomas musculares com elevação da enzima creatina quinase acima de 10 vezes o valor superior da normalidade com elevação da creatinina e mioglobunúria urinária. Esta emergência médica necessita de tratamento eficaz com hidratação vigorosa do paciente. A ocorrência deste efeito colateral é menor que 5 por ano em cada 100 mil pacientes tratados¹.
  • Reduz a quantidade de Q10 nos músculos.

Usos clínicos

Fármacos mais importantes

Ver também

Referências

1. Harper, C R; Jacobson, T A. The broad spectrum of statin myopathy: from myalgia to rhabdomyolysis. Hyperlipidaemia and cardiovascular disease Current Opinion in Lipidology. 18(4):401-408, August 2007.
 Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre


Estatinas parecem reduzir o risco de câncer de próstata

As estatinas, um grupo de medicações usadas especialmente para redução dos níveis de colesterol, estão entre as drogas mais vendidas pela indústria farmcêutica. Dois exemplos delas são o Lipitor e o Crestor, dentre outras inúmeras. Seus benefícios em reduzir o risco de morte por eventos cardiovasculares, como infarto e isquemia, já são comprovados. A novidade é que recente estudo conduzido pela Clínica Mayo (EUA) sugere que as estatinas parecem reduzir o risco de câncer de próstata em torno de 60%, quando comparado aos homens que não usaram as estatinas. E não é só isso. O grupo de pacientes que utilizou a droga também apresentou menor taxa de biópsia para diagnóstico de tumores de próstata e menores níveis de PSA ( prostate specific antigen, um marcador para doenças da glândula) Um dos pesquisadores afirma, no entanto, que "apesar dos resultados serem interessantes" não há a recomendação do uso destas drogas para tal fim, já que os resultados são oriundos de um estudo de qualidade inferior, e novos estudos são necessários.
Rastreamento do câncer de próstata
O papel do rastreamento do câncer de próstata ainda não está bem definido. Para se ter uma ideia, a Sociedade Americana (American Cancer Society) recomenda uma dosagem de PSA associada ao toque retal anualmente a partir dos 50 anos, após discussão dos riscos e benefícios com o médico. Já o Insituto Nacional do Cãncer (INCA) não faz tal recomendação, pois os estudos atualmente disponíveis não demonstraram inequívoco benefício na redução da mortalidade. Na dúvida, converse com seu médico!.

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