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9.13.2011

Insulina poderá ser usada no tratamento para Alzheimer

A substância promove a reparação celular e protege contra toxinas

Alzheimer: a doença, que atinge mais idosos, leva à perda de memória e diversos distúrbios cognitivos Alzheimer: a doença, que atinge mais idosos, leva à perda de
memória e diversos distúrbios cognitivos 
Uma pesquisa americana acaba de indicar um promissor aliado no combate ao Alzheimer: a insulina. Publicada no periódico especializado Archives of Neurology, o estudo informa que, quando aplicada via intranasal (pelo nariz), a insulina ajuda a melhorar as funções cognitivas de pacientes com demência leve ou grave.

Saiba mais:


  1. Líquido cefalorraquidiano: também chamado de fluído cerebrospinal, é uma solução salina pura, pobre em proteínas e células, localizada no cérebro (entre o crânio e o córtex cerebral) e na medula espinhal. Tem função similar a um amortecedor, servindo para proteger o órgão contra lesões
  2. Alzheimer: doença cerebral neurodegenerativa progressiva, que leva à perda de memória e a diversos distúrbios cognitivos. Normalmente, acomete pacientes acima dos 65 anos de idade

Os pesquisadores afirmam, no entanto, que é ainda é prematuro se pensar na insulina como um tratamento único, a ser usado em breve. Isso porque o estudo analisou apenas 104 pacientes, e há a necessidade de que ele seja repetido em larga escala antes que sua eficácia seja de fato comprovada.
Pesquisas recentes sugerem que a insulina tem um papel importante em diversas funções do cérebro, além de regular os níveis de açúcar no sangue. Ela promoveria também a reparação e a formação de células. “Acredita-se, então, que ela possa modificar o curso do Alzheimer”, diz Suzanne Craft, coordenadora do estudo e professora de psiquiatria na Universidade de Washington, nos Estados Unidos.
De acordo com os pesquisadores, a insulina aparentemente protege contra os efeitos tóxicos da beta-amiloide, uma proteína relacionada às placas cerebrais associadas à demência. A substância previne ainda a formação de uma forma tóxica da proteína tau, que são biomarcadores encontrados no líquido cefalorraquidiano de pacientes com Alzheimer.
Estudo – A pesquisa conduzida por Suzanne tinha como objetivo suplementar e normalizar os níveis de insulina no cérebro, sem afetar os níveis nas demais áreas do organismo. Isso foi feito com um dispositivo criado especificamente para inserir insulina através do nariz direto para o cérebro, sem que a substância passasse em quantidades elevadas para o sangue.
Durante os testes, os pacientes tratados com insulina tiveram uma melhora de 20% na capacidade de se lembrar de informações. Eles também demonstraram uma melhora no metabolismo de glicose em algumas áreas do cérebro – os que tomaram placebo tenderam a ter uma piora nesse metabolismo. O tratamento apresentou alguns efeitos colaterais ocasionais, como dor de cabeça leve e corrimento nasal.
Alzheimer em 2011 – O relatório Os benefícios do diagnóstico precoce e de intervenção, divulgado nesta terça-feira pela Alzheimer's Disease International (ADI), aponta que há intervenções eficazes nos estágios iniciais do Alzheimer. O relatório aponta ainda que há fortes argumentos econômicos favoráveis ao diagnóstico precoce.
Normalmente, a maioria das pessoas com demência recebe o diagnóstico tardio, o que resulta em problemas e falhas no tratamento. "Esse diagnóstico tardio representa uma oportunidade perdida para melhorar a qualidade de vida de milhões de pessoas", diz Daisy Acosta, presidente da ADI. Segundo orientações do relatório, todos os países deveriam adotar estratégias para promoção da detecção e intervenções precoces do Alzheimer.
O Relatório Mundial sobre o Alzheimer de 2011 revela ainda que:
- Três quartos das 36 milhões de pessoas que vivem com demência no mundo não foram diagnosticadas e não podem se beneficiar de algum tratamento. Em países ricos, apenas de 20% a 50% dos casos de demência são reconhecidos e documentados no atendimento primário. Em países pobres, essa taxa cai para 10%.
- Falhas no diagnóstico geralmente resultam da falsa crença de que a demência é normal do envelhecimento, e que nada pode ser feito a respeito. O novo relatório aponta, no entanto, que intervenções podem fazer diferença, até mesmo nas fases iniciais da doença.
- Uso de medicamentos e de intervenções psicológicas em pacientes nos estágios iniciais da doença podem melhorar a cognição, independência e qualidade de vida. Apoio e aconselhamento para os profissionais de saúde podem melhorar também o humor, reduzir a tensão e adiar a institucionalização das pessoas com demência.
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