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9.06.2011

PREOCUPAÇÃO: ONDE ELA PODE ME LEVAR ?




 


“Os preocupados vivem entorpecidos no hoje por quererem controlar, com seus pensamentos e com sua imaginação, os fatos do amanhã.”

Nossa percepção, hoje, nos esclarece sobre os fatos do ontem, talvez sobre acontecimentos da semana anterior ou, possivelmente, sobre eventos quase esquecidos de anos passados.

Tudo ocorre dentro de um perfeito sincronismo tempo/espaço. Não adianta nos preocupar-nos com o nosso processo de aprendizado nem com o dos outros, pois, se alguém não está conseguindo caminhar convenientemente agora, é porque lhe falta algo a fazer, ou mesmo, coisas a aprender. No Universo tudo obedece a um ritmo natural; as raízes de nossa evolução corporal/espiritual estão arraigadas nas íntimas relações com a Natureza. Em nível mais profundo, somos parte dela.

No entanto, é importante não confundirmos preocupação com prudência ou cautela. A previdência e o planejamento, para que possamos atingir um futuro promissor, são desejos naturais do homem de bom senso.

Na realidade, preocupação quer dizer aflição e imobilização do presente, por causa de um suposto fato que poderá acontecer, ou ainda uma suspeita de que uma decisão poderá causar ruína ou perda.

A preocupação excessiva com os fatos em geral e com o bem-estar das pessoas, está alicerçada, em muitas ocasiões, em um mecanismo psicológico chamado “auto-distração”.

As pessoas preocupadas têm dificuldade de concentração no momento presente e, por isso, fazem com que a consciência se desvie do foco da experiência para a periferia, isto é, vivem entorpecidos no hoje, por quererem controlar, com seus pensamentos e imaginação, os fatos do amanhã.

Esse desvio de atenção é uma busca deliberada de distração do indivíduo; é uma forma de impedir a si próprio de ver o que precisa perceber em seu mundo interno.

Quando dizemos que nos preocupamos com os outros, quase sempre estamos nos abstraindo:

a) das atitudes que não temos coragem de tomar;

b) das responsabilidades que não queremos assumir;

c) das carências afetivas que negamos a nós mesmos;

d) dos atos incoerentes que praticamos e não admitimos;

e) dos bloqueios mentais que possuímos e não aceitamos.

Deslocamos todos os nossos esforços, atenção e potencialidades para socorrer, proteger, salvar, convencer e aconselhar nossos “companheiros de viagem”, esquecendo muitas vezes, propositadamente ou não, que a nossa primeira e mais importante tarefa é nossa transformação interior.

É incontestável que a preocupação jamais nos preservará das angústias do amanhã; apenas colocará obstáculos às nossas realizações do presente.

Não podemos nem devemos forçar mudanças de atitudes nas pessoas. Em realidade, só podemos modificar a nós mesmos. Nosso livre-arbítrio nos confere possibilidades de uso particular com o fim específico de nos retificar, porém não nos dá o direito de querer modificar os outros.

Acreditamos, ainda assim, que temos o poder de exigir que os outros pensem como nós e que podemos interferir nas manifestações daqueles que nos cercam. Por mais queridos que nos sejam, não é lícito dissuadi-los de suas decisões e posturas de vida.

Cada um se expressa perante a existência, como pode. Assim, suas criações, desejos, metas e objetivos são coerentes com seu grau de evolução. Qualquer tipo de coação em um modo de ser, é profundo desrespeito.

Por que condenar os atos e as atitudes de alguém que o próprio “Criador do Universo” deixou livre para decidir? Por que sofrer ou preocupar-se com isso? Nossas experiências da vida não acontecem por acaso. O planejamento divino nada faz sem um desígnio proveitoso; tudo tem sua razão de ser. Não é preciso desespero nem preocupação; tudo acontece como tem que acontecer.

Fonte: Grupo APOIAR

Preocupar-se significa sofrer por antecipação.
Pode ser positivo quando se traduz em cuidado,
mas um grave problema quando se torna uma ideia fixa, que perturba o espírito e turva os pensamentos a ponto de comprometer a saúde e a qualidade de vida.

Para ilustrar, partilho a história da qual desconheço a autoria: "Um homem contratou um carpinteiro para realizar uns trabalhos em sua fazenda. O primeiro dia do carpinteiro foi bem difícil: a serra elétrica pifou, ele machucou o dedo e, ao final do dia, o carro não funcionou. O fazendeiro ofereceu-lhe uma carona e, quando chegaram, foi convidado a conhecer a família.
Antes de entrar, o carpinteiro parou junto a uma árvore e a abraçou.
Então, ao abrir a porta, ele se transformou e,
 sorrindo, abraçou seus filhos e beijou sua esposa.
Ao sair, o fazendeiro perguntou:
"Por que você tocou a árvore antes de entrar em casa?".
O carpinteiro respondeu:"Ah! Esta é a minha Árvore dos Problemas".
Sei que não posso evitar os problemas no trabalho, mas eles não devem entrar em casa e chegar até meus filhos e minha esposa. Então, à noite eu os deixo na árvore e os pego no dia seguinte.
O engraçado é que quando vou buscá-los,
eles não são nem metade do que eu deixei na noite anterior.
Palavra que orienta

"Portanto, não vos preocupeis com o dia de amanhã,
pois o dia de amanhã terá sua própria preocupação!
A cada dia basta o seu mal"
 (Mt 6,34).

Tudo tem um tempo certo para acontecer e a preocupação não ajuda; ao contrário, acaba atrapalhando, pois nos impede de agir com clareza.
Jesus fala que Deus não deixaria que nos faltasse alguma coisa,
pois fomos criados à sua imagem e semelhança.
Enfatiza que devemos ter confiança no Pai, pois ele
conhece as nossas necessidades (cf. Mt 6,25-34).
Com a oração do Pai-Nosso (Mt 6,9-13), Jesus nos ensina a não pensar no ontem
 nem no amanhã, mas pedir o "pão nosso de cada dia".
Não somos capazes de eliminar todas as preocupações,
mas podemos amenizá-las com a oração.
"Não vos preocupeis com coisa alguma, mas, em toda ocasião,
 apresentai a Deus os vossos pedidos, em orações e súplicas,
acompanhadas de ação de graças.
E a paz de Deus, que supera todo entendimento,
guardará os vossos corações e os vossos pensamentos no Cristo Jesus" (Fl 4,6-7).
Permita que Jesus tome conta de suas preocupações:
"lançai sobre ele toda a vossa preocupação, pois ele é quem cuida de vós" (l Pd 5,7).
Rosemary de Ross
http://www.rosemaryross.com.br/
(Texto do livro:"Mensagens e orações para diversas situações do dia a dia". Paulinas Editora).


Preocupação excessiva é doença

Trata-se do que os especialistas chamam de transtorno de ansiedade generalizada. Será que é seu caso?


A vida está longe de ser um mar de rosas. E é melhor andar precavido. Mas isso não significa se afogar em preocupações e ficar o tempo todo na defensiva imaginando que o futuro será um fardo. Nem muito menos achar que, ao antecipar as tragédias, elas estarão sob controle e nunca acontecerão. Na verdade, pensamentos inquietantes e exagerados, quase sempre focados no lado ruim das coisas, não têm nada de preventivos. Tiram, isso sim, o fôlego da saúde.

O trabalho, o filho, o namorado, o papagaio... Pessoas que se preocupam incontrolavelmente com tudo podem estar entre os cerca de 2 a 3% da população que sofre de ansiedade generalizada, um transtorno que, caprichoso, tende a piorar na virada do ano. “Costumo abrir o consultório no dia 25 de dezembro a pedido desses pacientes”, diz a psiquiatra Erica Camargo, professora do Departamento d e Neurologia da Faculdade de Medicina da Universidade Estadual Paulista, em Botucatu, no interior de São Paulo.

“O vestibular, a ideia de fazer um balanço das tarefas cumpridas ou não durante o último ano, tudo isso agrava o sofrimento”, confirma o psiquiatra Márcio Bernik, do Ambulatório de Ansiedade do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo. Tem mais: “Estamos falando daquele indivíduo que, pegando o exemplo das compras de Natal, acha que gastará mais do que pode, que ninguém irá gostar do seu presente e que seu carro, estacionado na rua perto do shopping, será roubado”, diz Bernik. É mesmo uma espiral de descontrole. Os estudos mostram que os portadores do transtorno de ansiedade generalizada (TAG) demoram cerca de 15 anos para pedir ajuda. Em geral, porque acreditam que é normal ser hipervigilante. “Os indivíduos com TAG costumam ser ótimos funcionários, de tanto prever riscos”, continua o especialista. “Quando chegam à consulta, contam que na juventude, apesar de muito agitados, tinham mais gás que seus colegas. E só procuraram tratamento porque sentem que essa energia acabou e surgiram prejuízos na vida afetiva e social”, completa.

A agonia de viver pensando que algo pra lá de chato vai acontecer não vem em voo solo. “Há palpitações, falta de ar, náuseas, dificuldade de concentração e de sono”, detalha Sandra Inês Ruschel, professora da Pontifícia Universidade Catól ica do Rio de Janeiro. “A pessoa fica tão atenta ao que terá de fazer no dia seguinte que sempre demora para dormir”, explica a psiquiatra.

Daí surgem contraturas musculares, fadiga e tremores — o medo, aliás, é um sintoma que cresce muito nesse pessoal. Sem falar nos problemas cardiovasculares resultantes de tanto estresse e depressão. “Quatro de cada cinco indivíduos deprimidos evoluíram de um quadro de ansiedade não tratado”, pontua Bernik. A ansiedade generalizada altera a produção de neurotransmissores responsáveis pelo equilíbrio do nosso humor. “Essa é uma das prováveis causas da doença”, diz Erica. Já viu esse filme?
Em seu livro Mania de Explicação (Editora Salamandra), a autora Adriana Falcão define: “Preocupação é uma cola que não deixa aquilo que ainda não aconteceu sair de seu pensamento”. A diferença é que para algumas pessoas essa cola é como aqueles adesivos instantâneos — ou seja, não desgruda de jeito nenhum. E quanto mais o indivíduo funde a cuca e desgasta neurônios, menos discernimento tem para solucionar o problema.

Não adianta dizer para esse baita ansioso pegar leve. É fundamental buscar ajuda para abrir mão dessa necessidade constante de controle. O auxílio pode vir das agulhadas da acupuntura, de uma boa alongada nos músculos, do relaxamento proporcionado pela prática de uma atividade física e também da chamada terapia cognitivocomportamental, aquela que ensina o eterno preocupado a identificar os motivos de sua inquietação desmesurada.

Por falar nessa terapia, o psiquiatra Márcio Bernik sugere um bom treino baseado nela para fazer o estresse doer menos. Pergunte-se:

1. Estou me preocupando demais com pequenas coisas?
2. Consigo parar de me atormentar na hora que desejo brincar com meu filho, dormir ou conversar com meu parceiro ou parceira?
3. Que vantagens e desvantagens obtenho agindo assim?
4. Quais pensamentos agradáveis poderia colocar no lugar desses outros?

“A hipnose também acalma”, observa Mauro Hegenberg, médico e psicanalista do Instituto Sedes Sapientiae, em São Paulo. Pesquisadores da Universidade de Hull, na Inglaterra, confirmaram esse efeito ao notar que voluntários hipnotizados desligavam áreas do cérebro conectadas ao estado de divagação e ficavam com a mente livre para se concentrar em outras coisas. Mais lúdicas, claro. “Nos casos graves, pode ser necessário medicar a pessoa com antidepressivos ou ansiolíticos”, diz Erica Camargo. O importante é pôr um ponto final na perturbação. E deixar o controle — nem que seja por algumas horas — na mão do destino.
 Por Kátia Stringueto

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