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9.17.2011

PREVENÇÃO PARA UMA VIDA LONGA E DE QUALIDADE

 


As doenças crônico-degenerativas são aquelas em que um conjunto de fatores leva à deterioração progressiva da saúde do ser humano e que não basta um agente transmissível identificável para que elas ocorram. A sua etiologia é multifatorial. Além disso, sabe-se que existe uma interação entre comportamento, meio ambiente e perfil genético.
Estas doenças têm por característica um longo período de exposição a fatores de risco comuns, geralmente décadas. Os principais fatores modificáveis são fumo, obesidade, dieta inadequada – que inclui o consumo excessivo de bebidas alcoólicas – e inatividade física. A maioria destes fatores está associada a um estilo de vida pouco saudável promovido pelo desenvolvimento tecnológico e pela urbanização. As doenças crônico-degenerativas são atualmente responsáveis pela maior parte da morbi-mortalidade em todo o mundo, desenvolvido ou em desenvolvimento, e são representadas, principalmente, pelas doenças cardiovasculares, os cânceres, as doenças pulmonares obstrutivas crônicas e o diabetes.
Os fatores de risco das doenças crônico-degenerativas têm a peculiaridade de se potencializarem quando concomitantes, de terem uma sinergia quanto a sua iniciação e manutenção (álcool e fumo, sedentarismo e obesidade), e de estarem associados a várias condições ao mesmo tempo (obesidade é fator de risco para diabetes, câncer e doença cardíaca; fumo é fator de risco para doença cardíaca, câncer e doença pulmonar, por exemplo).
Por isso, uma pequena diminuição da prevalência de um ou mais destes fatores de risco pode levar a uma grande redução do impacto destas doenças como um todo em uma população.
Em vários países, a aplicação de conhecimento disponível sobre a possibilidade de prevenção de doenças crônico-degenerativas aumentou a expectativa de vida e a qualidade de vida dos adultos. Este controle foi decorrência da implementação de ações amplas e integradas direcionadas para a população como um todo, para as comunidades, para os grupos de alto risco, assim como para o indivíduo. Estas ações se deram, basicamente, através do controle dos principais fatores de risco para as doenças a mais prevalentes.
Para que o impacto destas ações preventivas seja significativo, elas devem se dar em vários níveis – nacional, regional, comunitário e individual; devem ser amplas e integradas, alcançando os indivíduos em todos os seus ambientes: casa, escola, trabalho, locais de lazer, e atingir a população nas suas várias fases de desenvolvimento: da gestante (exposição intra-útero) ao idoso. Os prestadores de serviços de saúde devem ser consistentes e integrados nas suas mensagens em todos os momentos de contato com a população (diretrizes), e deve-se fazer uso de vários métodos de intervenção preventiva (comportamental, medicamentosa, rastreamento). Deve-se promover abordagens transdisciplinares, culturalmente adequadas. Além disso, devem ser planejadas para serem de longo prazo e/ou permanentes.
Estas são etapas de um programa progressivo e permanente que os sistemas de saúde devem incorporar, retirando o foco da doença e voltando integralmente suas atenções à saúde, compreendida em todas as suas dimensões.

Fonte: http://www.abcdasaude.com.br/

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