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9.07.2011

SÍNDROME DE SJOGREN ATINGE NOVE MULHERES PARA CADA HOMEM


Síndrome de Sjogren atinge nove mulheres para cada homem
Conheça mais sobre essa doença que dá uma sensação de desconforto. Leia!

A Síndrome de Sjogren (SS) é uma doença auto-imune pouco conhecida e que tirou temporariamente das quadras uma das melhores jogadoras de tênis dos últimos anos. A norte-americana Venus Williams foi diagnosticada com a Síndrome de Sjogren, após notar que sentia uma fadiga constante. Esse é um dos sinais dessa doença, que segundo especialistas, atinge cerca de nove mulheres para cada homem.
Segundo o reumatologista Sérgio Bontempi Lanzotti, diretor do Iredo, Instituto de Reumatologia e Doenças Osteoarticulares, em São Paulo, as disfunções hormonais parecem fazer parte do desenvolvimento da SS, principalmente as deficiências de andrógenos (hormônio masculino), estrógeno e de progesterona. Embora a maioria das mulheres diagnosticadas costume estar na menopausa, o que aumenta o risco de doenças cardiovasculares, ou com mais idade, a doença pode ocorrer também em crianças e adolescentes. Mulheres jovens com Sjogren podem apresentar complicações na gravidez.

“A doença geralmente começa como uma sensação de desconforto nos olhos e na boca. Os pacientes dizem que seus olhos estão secos e vermelhos, mesmo usando colírio. Muitas vezes, relatam também que a boca está muito seca e os alimentos estão se tornando insípidos. Em alguns casos, aparecem gânglios inchados no pescoço, fazendo com que pareça que eles têm caxumba”, informa o médico.

“Há também pessoas que relatam dificuldades para transpirar, porque suas glândulas sudoríparas estão obstruídas, além de dificuldade para digerir os alimentos. Muitas mulheres declaram sentir dor durante a relação sexual, porque não produzem mais líquidos para lubrificação da vagina”, explica o médico.

Pacientes com Sjogren apresentam um cansaço crônico e não há maneira de aliviar essa sensação. “Algumas pesquisas neste sentido já foram feitas com pacientes com lúpus. Os estudiosos procuraram medir a quantidade de oxigênio que estes pacientes consomem quando se exercitam e descobriram que eles usam muito mais oxigênio do que pessoas saudáveis, embora ninguém consiga explicar ainda porque isto acontece”, diz o diretor do Iredo.

O tratamento é feito a partir da prednisona, um corticóide sintético, que pode oferecer alívio, em curto prazo ou imediato, dos sintomas. “Devido à variedade de sintomas, após o diagnóstico, além do acompanhamento reumatológico, o paciente precisa ser acompanhado por outros especialistas, como oftalmologistas, otorrinolaringologistas e dentistas. É importante para a sua qualidade de vida que o paciente seja atendido por uma equipe multidisciplinar”.

Saiba mais:

Síndrome de Sjögren ou síndrome de Goujerot-Sjögren é uma desordem autoimune na qual as células imunes atacam e destróem as glândulas exócrinas que produzem lágrimas e saliva.
A condição recebe o nome em homenagem ao oftalmologista sueco Henrik Sjögren (1899-1986), primeira pessoa a descrevê-la.
A síndrome é também associada com distúrbios reumáticos como a artrite reumatóide e é positiva para fator reumatóide em 90% dos casos. Os sintomas-chave da síndrome de Sjögren são a boca seca (xerostomia) e olhos secos. Além disso, a síndrome de Sjögren pode causar secura da pele, nariz e vagina, podendo afetar outros órgãos do corpo, incluindo os rins, vasos sanguíneos, pulmões, fígado, pâncreas e cérebro. Nove em cada dez pessoas com a síndrome são mulheres e a idade média de início da síndrome é o final da quarta década de vida. No entanto, a síndrome pode ocorrer em todos as faixas etárias e em ambos os sexos. Estima-se que atinja 4 milhões de pessoas nos Estados Unidos, sendo no país a segunda doença reumática auto-imune mais comum.

Sinais e sintomas

Os sintomas mais característicos são a secura da boca (xerostomia) e dos olhos (xeroftalmia). Adicionalmente poderá haver secura da pele, da mucosa nasal e vaginal. Outros órgãos afectados podem ser: rins, pulmões, fígado, pâncreas, cérebro e vasos sanguíneos.

Tratamento

Não há uma cura para a síndrome nem um tratamento específico para restaurar permanentemente a função secretora das glândulas. O tratamento, portanto, geralmente é sintomático e de suporte, com fármacos, lágrimas artificiais, corticosteróides, entre outros. Antiinflamatórios não-esteróides podem ser usados para tratar os sintomas musculoesqueléticos.

Prognóstico

A síndrome pode lesar órgãos vitais do corpo com sintomas que podem se estabilizar ou piorar, mas a doença não sofre remissão, como outras doenças auto-imunes fazem. Algumas pessoas podem sofrer somente sintomas brandos de olhos e boca seca, enquanto outras podem apresentar sintomas de doença grave. Muitos pacientes são capazes de tratar os problemas sintomaticamente. Outros são forçados a lidar com visão embaçada, desconforto ocular constante, infecções orais recorrentes, glândulas parótidas inchadas, rouquidão e dificuldade em engolir e mastigar. Fadiga e dor articular debilitantes podem prejudicar seriamente a qualidade de vida. Alguns pacientes podem desenvolver comprometimento renal (nefrite tubulointersticial auto-imune) levando a proteinúria, defeitos na concentração urinária e acidose tubular renal distal.

Epidemiologia

A síndrome de Sjögren afeta 1-4 milhões de pessoas nos Estados Unidos. Calcula-se que a doença afete 0,2% da população mundial. A maior parte das pessoas possui mais de 40 anos de idade no momento do diagnóstico. As mulheres possuem nove vezes mais chances de desenvolver a síndrome, em comparação com homens.
Vikipédia

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