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9.30.2011

Tomografia de coronária identifica bloqueios com precisão


Um exame de tomografia coronária é muito mais preciso na detecção de obstrução das artérias do que testes laboratoriais padrão. A técnica foi aprovada em agosto pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) e será incluída nos exames pagos por convênios a partir de janeiro de 2012.
A tomografia, que já existe há oito anos, inclusive no Brasil, pode evitar mortes por doença arterial coronária, na qual o estreitamento das veias cria obstáculos para o fluxo de sangue ao coração.
Especial da Semana do Coração

Divulgação
Tomografia de artérias coronárias em paciente com stent na artéria coronária direita(CD)
Tomografia de artérias coronárias em paciente com stent na artéria coronária direita(CD)
O exame é importante, porque a doença coronária mata em silêncio, explica o radiologista do InCor (Instituto do Coração), Luiz Francisco Ávila. "Mesmo indo ao médico e fazendo os exames convencionais, o paciente não vê a doença. Ela só aparece quando 70% do vaso está obstruído."
Testes laboratoriais, de esforço ou ecocardiograma não detectam obstruções se até 60% da artéria estiver bloqueada.
De acordo com o radiologista, 68% dos infartos acontecem com uma placa menor que 50%, ou seja, exames convencionais não detectariam o risco de parada cardíaca.
"Antes era difícil fazer imagens das artérias coronárias, pois era muito rápida a passagem do contraste. Como o coração batia, a imagem ficava toda mexida", explica Ávila.
O desenvolvimento de um aparelho chamado multidetector aumentou a velocidade da máquina, o que possibilita injetar o contraste e adquirir a imagem da artéria rapidamente.
Um dado alarmante mostra que metade dos 1,2 milhão de norte-americanos que tem síndrome coronariana aguda por ano, tem como primeira manifestação da doença a morte súbita.
"Normalmente, o paciente não teve nem dor no peito, nem cansaço, nem arritmia", diz.
O médico ainda explica que os pacientes que tem uma obstrução pequena na artéria morrem porque a placa se rompe e ele infarta.
"A tendência hoje na cardiologia é cada vez mais utilizar esse método."
Ele afirma que o único método que permite ver desde 1% de placa é a tomografia coronária. "O médico vê a placa enquanto ela está dentro da parede do vaso, antes dela migrar e começar a obstruir."
Ávila diz que hoje são feitas 200 tomografias de coronária por dia, em média, em São Paulo. Os aparelhos são usados tanto na rede pública como na rede privada.
O exame é feito, principalmente, para descartar a hipótese de doença coronária. Com a imagem da artéria, o paciente pode saber se deve tomar medidas de precaução, como diminuir o colesterol, praticar esportes e parar de fumar.
Outra vantagem é o tempo de duração que separa o exame do resultado: dez minutos.
Mariana Pastore
Folha

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