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10.12.2011

ADOÇANTES........ Cartilha

Produto usado por quem não precisa de dieta exige cautela, afirmam especialistas

Tatiana Piva - Jornal da Tarde
SÃO PAULO - São muitas as pessoas que usam adoçante no lugar do açúcar. Há quem siga recomendação médica para isso e há também quem tenha se acostumado a consumir o produto apesar do gosto diferente. Poucos, no entanto, sabem quais são os tipos de edulcorantes existentes, qual é a ingestão diária recomendada ou se a prática faz mesmo bem à saúde.
 
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São muitas as pessoas que usam adoçante no lugar do açúcar - Roberto Douglas/Divulgação
Roberto Douglas/Divulgação
São muitas as pessoas que usam adoçante no lugar do açúcar
Se depender das orientações da cartilha Adoçantes - Tire suas Dúvidas, recém-lançada pela Associação Brasileira da Indústria de Alimentos Para Fins Especiais e Congêneres, Diet & Light (Abiad), o consumo do produto não faz mal algum. Embora tenha o aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran) e da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), especialistas ouvidos pelo JT recomendam cautela ao "acatar" todas as orientações constantes no material.
"Adoçantes são produtos artificiais criados em laboratórios e que, não sendo naturais, podem causar alterações no organismo humano", alerta a nutricionista Daniela Jobst, membro do Instituto de Medicina Funcional dos Estados Unidos e do Centro Brasileiro de Nutrição Funcional. Adriana Alvarenga, nutricionista membro da equipe técnica responsável pela elaboração do material, rebate. "O objetivo da cartilha é conscientizar a população e deixar o assunto mais esclarecido."
Na opinião de Daniela, a indicação de adoçante na dieta varia de acordo com a filosofia de trabalho de cada médico. "Alguns se importam mais com a quantidade de caloria e indicam o adoçante independentemente dos prejuízos futuros que ele pode causar. Substâncias químicas causam um processo inflamatório. E inflamar é juntar gordura", salienta.
A observação se baseia em estudos recentes. Um deles, da Escola de Medicina da Universidade do Texas, concluiu que quanto mais se toma refrigerante diet, mais há risco de engordar. Os refrigerantes são os que mais contém aspartame, substância que também está em alguns adoçantes.
"Sou totalmente contra o aspartame", diz o endocrinologista e nutrólogo Mohamad Barakat, citando estudos que associam seu uso a algumas doenças. "O que ocorre com o uso prolongado é uma alteração na papila que manda mensagem para o cérebro. Isso faz com que a pessoa queira consumir cada vez mais coisas doces, gerando obesidade e até síndromes metabólicas."
lista ARTIFICIAIS
link Aspartame: o mais utilizado. Adoça 200 vezes mais que a sacarose. Contra indicado para pessoas que sofrem de fenilcetonúria
link Sacarina: o mais antigo adoçante é comum em alimentos, cosméticos e medicamentos. Adoça 500 vezes mais que a sacarose. Deixa sabor residual na boca
link Ciclamato: utilizado em alimentos, mas proibido em alguns países por provocar efeitos cancerígenos e alérgicos. Adoça 50 vezes mais que a sacarose
link Sucralose: comum em produtos esterilizados, UHT, pasteurizados e assados. É eliminado totalmente do organismo pela urina em até 24 horas. Adoça 600 vezes mais que a sacarose
link Acessulfame-k: o mais resistente ao tempo e a altas temperaturas. Adoça 200 vezes mais que a sacarose e é eliminado totalmente do organismo pela urina
lista NATURAIS
link Frutose: extraído de frutas, cereais e mel. Adoça 173 vezes mais que a sacarose. Exige moderação no uso, pois provoca cáries. Diabéticos devem limitar o consumo Sorbitol: originado de frutas e algas marinhas. Adoça até 50 vezes mais que a sacarose. Uso é restrito a pessoas não diabéticas e que não são obesas
link Manitol: encontrado em vegetais e algas marinhas. Adoça 70 vezes mais que a sacarose. Não recomendado a diabéticos. Produz efeito laxativo se usado em grandes quantidades
link Esteovídeo: extraído da planta Stevia Rebaudiana. Adoça 300 vezes mais que a sacarose. Não contém calorias

Cartilha Adoçantes: Tire suas dúvidas!
ADOÇANTES: Entenda melhor.
1. O que são edulcorantes, conhecidos popularmente como adoçantes?
2. Qual a indicação de uso dos adoçantes?
3. O uso de adoçantes é prejudicial à saúde?
4. Os adoçantes engordam?
Os edulcorantes são aditivos alimentares de sabor extremamente doce, utilizados em alimentos
e bebidas industrializados com o objetivo de substituir total ou parcialmente o açúcar.
Distinguem-se como:
- Adoçantes de mesa: produto formulado para conferir sabor doce aos alimentos e bebidas,
devendo ser constituído por edulcorantes previstos na legislação e açúcar. Não é indicado para
diabéticos.
- Adoçantes dietéticos: produto formulado para dietas com restrição de sacarose, frutose e ou
glicose para atender às necessidades de pessoas sujeitas à restrição da ingestão desses
carboidratos. As matérias-primas frutose, sacarose e glicose não podem ser utilizadas em sua
fabricação.
Destinam-se principalmente à fabricação de produtos para diabéticos, que precisam controlar o
consumo do açúcar ou mesmo retirá-lo da dieta. Como o açúcar é um dos principais
componentes da dieta e acaba contribuindo com um alto aporte de calorias, sua substituição
pelos adoçantes permite um benefício adicional importante, relacionado à substancial redução
calórica para atender aos pacientes que precisam reduzir ou controlar o seu peso.
Não. A segurança dos aditivos alimentares é feita através de inúmeros estudos científicos para
comprovação da inexistência de efeitos adversos decorrentes do seu consumo. Os estudos são
avaliados pelo JECFA (comitê conjunto de peritos em aditivos alimentares da FAO/OMS), órgão
máximo que avalia a sua segurança e estabelece sua Ingestão Diária Aceitável (IDA), ou seja, a
quantidade estimada do aditivo, expressa em miligrama por quilo de peso corpóreo (mg/kg
p.c.), que pode ser ingerida diariamente, durante toda a vida, sem oferecer risco apreciável à
saúde, à luz dos conhecimentos científicos disponíveis. A legislação brasileira se baseia nesta
avaliação para liberar o uso dos aditivos e seus respectivos limites de aplicação nos alimentos em
nosso país.
Não há evidência científica que demonstre tal efeito. As teorias levantadas até o momento não
foram comprovadas, pois os estudos disponíveis não são conclusivos. As causas da obesidade
envolvem vários fatores, como ambientais, estilos de vida e genéticos, numa complexa
interação de variáveis, não existindo uma teoria geral que se aplique a todos os indivíduos.
Portanto, não é correto afirmar/concluir que os adoçantes seriam os responsáveis pelo aumento
de peso em uma população. Para o controle de peso vale a recomendação usual de uma
alimentação nutricionalmente equilibrada
associada à prática de atividade física.
De modo geral não. A IDA estabelece
valores em miligramas do adoçante por
quilograma de peso corpóreo que se
recomenda como consumo máximo diário
ao longo de toda a vida, o que define
limites adequados para qualquer indivíduo.
Além disso, os estudos utilizados na
5. Existem restrições ao consumo de
adoçantes?
ADOÇANTES
avaliação de segurança dos adoçantes consideram diferentes grupos populacionais como
homens, mulheres, gestantes, crianças, idosos e diabéticos antes de liberá-los para consumo.
Apenas os portadores da fenilcetonúria, uma doença genética rara diagnosticada na infância,
devem evitar o aspartame assim como a maioria dos alimentos que contém proteínas (carne,
leite, ovos etc), por serem fonte do aminoácido fenilalanina, que estes indivíduos não
conseguem metabolizar.
Não. Todo adoçante, seja natural ou artificial, tem de passar por uma avaliação toxicológica
antes de ter seu uso aprovado. Na natureza também encontramos substâncias que podem ser
nocivas à saúde, daí a necessidade de avaliação de forma indistinta.
IDA não especificada:
No caso dos edulcorantes em que a IDA é “não especificada”, significa que aquela substância
não apresenta risco à saúde nas quantidades necessárias para que se obtenha o efeito
tecnológico desejável.
A IDA é uma recomendação de consumo máximo e normalmente está bem acima do consumo
habitual da maioria das pessoas. Por exemplo, um adulto de 60 kg pode consumir diariamente
até 2.400 mg de aspartame, o que equivale a cerca de 60 sachês de 1g de adoçante ou quase 4
litros e meio de refrigerante adoçado só com aspartame. Como a maioria dos alimentos e
6. O adoçante natural é mais saudável do que o artificial?
7. Quais são os adoçantes aprovados pela Anvisa no Brasil e sua IDA?
8. Há risco de consumo acima da dosagem diária (IDA) recomendada para consumidores
regulares de edulcorantes?
bebidas diet e light é formulada com mistura de
adoçantes, evita-se a concentração da dosagem
em um único adoçante, tornando o limite de
consumo ainda mais distante.
O aspartame é um dos adoçantes mais avaliados
do ponto de vista toxicológico, contando com
9. Regularmente, vemos na mídia ou na
internet informações negativas sobre o
aspartame. Até que ponto elas são
verdadeiras? Ele representa riscos à
população? Há restrições ao seu consumo?
Mais de 100 estudos com distintos grupos populacionais que confirmam a sua segurança. É um dos
adoçantes mais indicados pelos profissionais de saúde para a população em geral, inclusive crianças e
mulheres em situações tão delicadas como durante a gestação. Esse respaldo científico garante ao
aspartame sua aprovação em mais de 120 países, entre eles o Brasil. O mito de que o aspartame
esteja relacionado a doenças como esclerose múltipla, lúpus, alzheimer, malformações congênitas,
câncer, entre outras, não é verdadeiro e tem se popularizado mais pelo impacto e pelos meios
utilizados (revistas, internet) do que por evidências concretas. O fato é que não existe comprovação
científica para essa relação, tanto que as principais autoridades de segurança alimentar no mundo –
FDA (Estados Unidos), EFSA (União Européia), Anvisa entre outras - sempre têm se manifestado a
favor do aspartame toda vez que sua segurança é questionada.
Os fenilcetonúricos, ou portadores da fenilcetonúria, são os únicos que devem evitar o aspartame,
pois esse contém fenilalanina em sua composição. Essa é uma doença rara, diagnosticada na infância
através do teste do pezinho e atinge 1 em cada 12 mil ou 15 mil pessoas.
A fenilcetonúria não tem cura, sendo necessário ao portador seguir uma dieta muito restritiva com
alimentos de baixo teor de fenilalanina. Mas, além do aspartame, a fenilalanina também está
presente em alimentos que possuem proteína em sua composição, e que, igualmente, também
devem ser restritos em sua alimentação. Para informações adicionais, consulte o website da Anvisa
(www.anvisa.gov.br), Informe Técnico nº 17, de janeiro de 2006.
O ciclamato foi um dos primeiros adoçantes descobertos, sendo que a sua aprovação também
contou com a análise de inúmeros estudos científicos. Hoje, seu consumo é permitido em mais de 50
países na Europa, Ásia, América do Sul, Norte e África . No final da década de 60 e começo da de 70,
surgiu a hipótese de que o ciclamato poderia causar câncer de bexiga. Há aproximadamente 475
estudos científicos comprovando que o ciclamato não é carcinogênico. 24 estudos mostraram que,
mesmo após ingestões elevadas de ciclamato durante toda a vida, não houve alteração ou formação
de câncer em animais de laboratório. Inúmeros estudos também em humanos comprovaram esse
mesmo resultado. Por isso, mantém se a aprovação e dosagem atribuídas ao ciclamato pelo JECFA.
Para mais informações, consulte o Informe Técnico 40/09 na página da Anvisa (www.anvisa.gov.br).
10. Quem não deve consumir aspartame?
11. O ciclamato também é constantemente criticado e relacionado a riscos de doenças como
câncer. Há algum risco na sua utilização?
ABIAD, AJUDANDO VOCÊ
Esta publicação, elaborada pelas empresas afiliadas à Associação Brasileira da Indústria de Alimentos para
Fins Especiais e Congêneres (ABIAD) com o apoio da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária)
procura esclarecer sobre o consumo ideal de adoçantes (edulcorantes).
O conteúdo procura responder de forma objetiva e clara, as dúvidas mais frequentes dos consumidores
sobre a Ingestão Diária Aceitável (IDA) recomendada pela Anvisa.
O website da Abiad disponibiliza periodicamente informações e links sobre

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