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10.19.2011

Em Moçambique, Dilma participa de homenagem a Samora Machel

Em viagem a Moçambique, a presidente Dilma Rousseff participou de uma homenagem ao herói da independência e primeiro presidente do país, Samora Machel.
Ao lado de quatro outros presidentes --o ditador Robert Mugabe, do Zimbabwe, Jacob Zuma, da África do Sul, Seretse Ian Khama, além do anfitrião, Armando Guebuza-- Dilma assistiu a apresentações de grupos africanos, depositou flores no túmulo de Samora e outros heróis de Moçambique.
O 19 de outubro é feriado no país por ser a data da morte de Machel, há 25 anos, em um acidente aéreo.
Também participaram do evento a viúva de Samora, Graça Machel --hoje casada com o ex-presidente sul-africano Nelson Mandela-- e o ex-presidente de Zâmbia Keneth Kaunda.
Dilma também se reúne com empresários brasileiros que têm negócios com Moçambique. Entre os presentes estão representantes de grandes empresas, como Odebrecht, Vale, Queiroz Galvão, Andrade Gutierres e Galvão Internacional.

ANA FLOR
ENVIADA ESPECIAL A MAPUTO

Saiba mais:

Na visita à África, Dilma quer intensificar parcerias e ressaltar afinidades

Agência Brasil
De acordo com especialistas, Moçambique é o país da África com previsão de maior crescimento econômico. O principal projeto que conta com o apoio brasileiro no país é o Complexo de Miatize, no Norte, desenvolvido pela empresa Vale. No local, há minas de carvão, e o objetivo é produzir 12 milhões de toneladas. Cerca de US$ 6 bilhões são investidos. Pelos dados do governo, Moçambique é o maior beneficiário da cooperação brasileira, envolvendo cerca de US$ 70 milhões. Há investimentos em saúde, como a  fábrica de antirretrovirais, em educação, agricultura e formação profissional. O comércio entre os dois países aumentou de US$ 25 milhões, em 2010, para US$ 60 milhões, nos primeiros meses deste ano.
Em Maputo, Dilma participará das homenagens ao ex-presidente Samora Machel (1975-1986). Ele é considerado herói nacional por ter liderado a batalha pela independência da então colônia portuguesa e assumido como primeiro presidente moçambicano. Ao longo do dia, Dilma se reúne com o presidente Armando Guebuza e empresários moçambicanos e brasileiros.
Em Angola, ela deve ressaltar que o Brasil foi o primeiro a reconhecer o governo independente do país, em novembro de 1975, e que apoiou os angolanos durante o período da  Guerra Fria (1945-1991) – quando houve disputas estratégicas entre os Estados Unidos e o bloco da antiga União Soviética (URSS).
O atual momento político de Angola é delicado. Para a oposição, o governo do presidente José Eduardo Santos (no poder desde 1979) não respeita os preceitos democráticos. Porém, tradicionalmente, o governo brasileiro não se envolve em temas internos dos estrangeiros. A ideia é ressaltar o aspecto positivo da relação bilateral: o crescimento na parceria econômica e comercial.
De 2002 a 2008, o comércio bilateral cresceu mais de 20 veze,s atingindo US$ 4,21 bilhões, sendo que em 2010 chegou a US$ 1,441 bilhão. Os maiores investimentos brasileiros em Angola se concentram nas áreas de construção civil, energia e exploração mineral. As exportações brasileiras se concentram em carnes, açúcar, máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos.
Durante a visita, podem ser assinados acordos de cooperação técnica, além de parcerias para o combate ao tráfico de drogas, o desenvolvimento de pesquisas em geologia e de programas de previdência social.
A presidente encerrará a visita a Luanda com uma homenagem ao monumento a Agostinho Neto (1975-1979) - primeiro presidente de Angola. Por 27 anos (de 1975 a 2002), o país viveu sob intensa guerra civil que provocou mais de 500 mil mortos e que ainda hoje gera inúmeros problemas, como as minas terrestres que mutilam e matam principalmente crianças.




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