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10.07.2011

Rir cura mágoas e rejuvenesce

O riso cura o mau humor, alivia os males da alma, torna as mulheres mais belas, os homens interessantes e a vida leve. Confira os resultados de uma das pesquisas mais felizes da temporada!

Cláudia Ramos, Dalila Magarian e Déborah de Paula Souza


O homem gosta de rir por rir. A mulher, para parecer mais leve, bonita e sedutora. Para eles, a risada é um fim. Para elas, um meio. Essa é uma das conclusões da antropóloga Mirian Goldenberg, paulista radicada há anos no Rio de Janeiro, que resolveu pesquisar o papel do riso na nossa cultura. Mas, afinal, quem está certo, o homem ou a mulher? Ambos. A alegria é um bem em si, mas a intuição feminina não se engana: o sorriso é uma poderosa arma de conquista. Não serve apenas para encantar o sexo oposto mas também para fazer amigos e abrir portas. “Na minha opinião, o riso e o sorriso são até mais importantes do que a palavra”, afirma Mirian. Você pode dizer coisas pertinentes, mas, se tiver um discurso sério demais, não consegue se comunicar, pois não faz contato afetivo com o outro.” A especialista garante que o riso é valorizado no Brasil, mas sua importância não é a mesma em todo lugar. Entre suas entrevistadas, por exemplo, há uma brasileira de 47 anos que já morou em vários países e há dez anos se fixou nos Estados Unidos. Ao comparar o humor brasileiro e norte-americano, ela considera que estamos muito melhor na foto: “Temos até rituais coletivos, nos quais rimos de nós mesmos, como o Carnaval e as festas juninas. Os brasileiros são capazes de rir das suas heranças culturais, da pobreza, da homossexualidade, de tudo. Já os rituais americanos são cheios de pompa e tradição, daí a praga do politicamente correto. Eles acreditam que devem parecer sérios para provar que têm valor. Nós somos mais relaxados. Como sabemos zombar de nós mesmos, não temos tanto medo do ridículo porque, no fundo, acreditamos que o mais importante é ser feliz”.
No Brasil, nos comunicamos muito com os gestos e o corpo. O riso, expressão física de contentamento, é tido como um modo de cada um vender seu peixe, negociar e contornar conflitos. “Além da alegria, ele também é uma demonstração de receptividade e acolhimento. Associado a outros elementos não verbais, ganha diversos significados”, explica o psicólogo Ailton Amélio, especialista em comunicação não verbal e relações amorosas. Segundo ele, um belo sorriso acende o sinal verde na paquera; já a capacidade de rir junto é prova de cumplicidade e sintonia fina entre os casais.

Beleza alegre

Elas admitem que gostariam de rir mais. Associam o riso feminino à beleza e à leveza. E curtem o bom humor masculino, mas sem palhaçadas. Gostam mesmo é de ver neles o traço da perspicácia, da inteligência. Têm inegável simpatia por homens que as façam rir na dose certa. Os engraçadinhos cansam ou são vistos como inconvenientes. E elas também apreciam a faceta séria deles. Já para os homens, o único momento em que uma mulher não deve rir é na hora do sexo. Para eles, a risada é importante na aproximação, mas não na hora H. Embora as mulheres julguem arriscado demonstrar muita alegria no trabalho, os homens declaram que uma profissional risonha nunca seria considerada pouco séria ou menos competente por eles.
Na visão de Mirian, as mulheres riem menos porque são mais pressionadas socialmente. “Ainda precisam provar que são competentes, que conseguem manter a casa e o corpo em ordem, que são sensuais...” Essa tensão atrapalha a felicidade. Tanto que a pesquisa levantou quais são os conselhos de homens e mulheres para que as pessoas consigam rir mais. Eles são simples: “Ter amigos, tomar um chopinho com eles e rir de si”. Dizem elas: “Não levar as coisas tão a sério, conter a crítica e autocrítica, aproximar-se de gente divertida, casar ou namorar com alguém bem-humorado, transformar tragédia em comédia, conviver com crianças, lembrar que cada dia pode ser o último e comer mais chocolate”.
Revista Cláudia

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