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11.01.2011

Assim a Paz fica difícil

Estados Unidos e Israel devem suspender repasses à Unesco

Medida foi tomada em retaliação à entidade, por ter aprovado a admissão do Estado da Palestina

Agência Brasil

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O governo de Israel anunciou nesta segunda-feira Votação(31) que pretende suspender os repasses financeiros à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) por ter aprovado a admissão do Estado da Palestina. O representante israelense na organização, Nimrod Barkan, disse que os israelenses deverão seguir o exemplo norte-americano e retirar o apoio financeiro.
Em 2011, a contribuição financeira dos Estados Unidos para a Unesco foi cerca de US$ 70 milhões. “Os norte-americanos vão retirar o seu financiamento, que representa 22% do orçamento da organização. Não acredito que continuemos a pagar as nossas contribuições anuais. Penso que vamos seguir os norte-americanos, o que retirará à Unesco cerca de um quarto do seu orçamento”, disse. “Isso fará com que seja impossível à entidade cumprir sua missão.”
Votação
Estados Unidos, Austrália, Alemanha e Canadá votaram contra, enquanto a Itália e o Reino Unido se abstiveram.Quase todos os países árabes, africanos e da América Latina votaram pela adesão. A França, que tinha sérias reservas, finalmente votou pela adesão.
A delegação do Brasil votou pelo ingresso da Palestina na Unesco. A decisão foi aprovada por 107 votos a favor, 14 contrários e 52 abstenções. Em nota divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores, o governo destaca a primeira vitória obtida pelos palestinos em um órgão ligado à Organização das Nações Unidas.
Até então, a Palestina era membro observador da Unesco. Para o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, a aprovação deve ser comemorada pelos impactos que causará. “Essa resolução (na Unesco) tem um efeito dominó potencial em outras agências especializadas da ONU e em Nova York”, disse ele.
Casa Branca
A Casa Branca criticou nesta segunda-feira a admissão da Autoridade Palestina como membro pleno da Unesco. "A votação para admitir a Autoridade Palestina é prematura e prejudica a meta compartilhada da comunidade internacional de uma paz abrangente, justa e duradoura no Oriente Médio", afirmou o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney.
Os Estados Unidos já chegaram a se retirar da Unesco em 1984, argumentando que não estava de acordo com a gestão do organismo. Mas regressaram em 2003.
Presidência palestina
O presidente palestino, Mahmud Abbas, saudou nesta segunda-feira a adesão da Palestina como membro pleno da Unesco como uma "vitória" para os direitos de seu povo.
"Aceitar a Palestina na Unesco é uma vitória para (os nossos) direitos, para a justiça e para a liberdade", afirmou seu porta-voz, Nabil Abu Rudeina, citando declarações feitas por Abbas em uma ligação a partir de Amã.
Posição israelense
A admissão da Palestina à Unesco como Estado membro afasta as perspectivas de um acordo de paz, afirmou nesta segunda-feira o governo israelense, condenando "a manobra unilateral" palestina. "Israel rejeita a decisão da Assembleia Geral da Unesco", indica um comunicado do ministério das Relações Exteriores.
Trata-se, diz a nota, "de uma manobra palestina unilateral que não mudará nada no terreno, mas que afasta a possibilidade de um acordo de paz". A decisão, segue o texto, "não tornará a Autoridade Palestina um verdadeiro Estado, mas coloca um peso desnecessário sobre o caminho para a retomada das negociações".
A decisão da Unesco se segue ao fracasso da delegação palestina em obter o reconhecimento na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), depois que os Estados Unidos vetaram a reivindicação no Conselho de Segurança.

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